Estratégias
Uma vez que você já tenha tudo o que precisa, crie uma estratégia pra começar o desfralde. Essa estratégia vai depender basicamente da personalidade do seu filho, da sua forma de ensinar e do tempo que você dispõe. Você pode decidir tirar a fralda diurna de uma só vez ou de forma gradual. Como aqui em casa o processo demorou por volta de 1 ano, tentamos as duas abordagens ao longo desse tempo.
1. Tirar de uma só vez costuma ser a forma mais eficaz. É ideal pra época de férias, quando você pode passar bastante tempo em casa e dar muita atenção à criança. Melhor ainda se estiver fazendo calor. Pra quem mora em lugares frios, sugiro aumentar o aquecimento dentro de casa durante o processo, forrar sofás e tirar os tapetes (se possível), já que o desfralde muito provavelmente vai ocorrer indoors e a chance de ter acidentes, pelo menos no início, é grande.
2. A retirada gradual pode ser mais demorada, mas é mais conveniente pra quem precisa sair muito durante o dia, ou pra quem acha que precisa de tempo pra se acostumar com a ideia e ver como o filho reage. Você pode começar deixando a criança sem fralda durante um par de horas no dia e ir aumentando o tempo à medida que ela for continuando seca. Ou então, tirar a fralda toda vez que estiver em casa e voltar a colocá-la na hora de dormir ou sair (inclusive pra ir pra escola se lá não houver opção de continuidade do desfralde).
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Facilite as coisas
1. Vista pro sucesso: Independente da estratégia escolhida, vista a criança com o mínimo de roupas possível e que sejam confortáveis e práticas de tirar (nada de jardineiras e calças com botões e zíperes).
2. Onde colocar o penico: A ideia é deixá-lo em lugares acessíveis, perto de onde a criança esteja brincando, assim tem mais chances dela chegar nele a tempo. Outra vantagem do penico em outras partes da casa é que tira um pouco a formalidade do processo, deixando a criança mais à vontade. A Flávia conta aqui que o João estava tendo muita dificuldade pra relaxar e fazer cocô no banheiro, mas quando ela teve a ideia de levar o penico pro quintal, perto de onde ele estava brincando, ele tirou de letra – possivelmente porque pareceu mais natural pra ele…
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Cocô e xixi
O primeiro cocô pode ser o mais difícil de acontecer. Nicolas demorou alguns meses até sentir confiança de depositar seu primeiro “biscoitinho”. Isso é algo que não se pode forçar de forma alguma, pois depende do amadurecimento físico da criança (controle dos esfincters) e do nível de relaxamento dela. Você pode tentar colocar o penico em outras partes da casa (como fez a Flávia) ou simplesmente permitir um tempo maior sentado no penico. Pra isso, tenha sempre à mão livros no banheiro, cante músiquinhas ou sente ao seu lado e jogue “conversa fora”.
No caso do Nic, dissemos que quando ele estivesse pronto e fizesse cocô no penico, que teria um helicóptero de brinquedo aguardando por ele (como contei aqui). E no dia seguinte ele simplesmente fez e com isso perdeu o medo (o que não quer dizer que tenha feito só no penico dali pra frente, mas já foi um grande avanço).
Já o xixi foi o primeiro a acontecer. Pra iniciar, incentivamos o Nic a fazer sentado no penico, sempre lembrando de colocar o pipi lá dentro pra não fazer no chão. Hoje em dia ele tem adorado fazer em pé e passou a fazer isso por iniciativa própria. E assim como o Bento, ele também adora fazer xixi no ralo quando está tomando banho. Alias, esse pode ser um ótimo momento pra encorajar quem ainda não fez xixi fora da fralda.
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Crie uma rotina
A princípio, pode ser difícil pra criança se lembrar de pedir pra ir ao banheiro, especialmente se ela está distraída brincando. Leva um certo tempo até que ela aprenda a ler os sinais do corpo, os interprete e responda à tempo. O Nicolas foi um exemplo que demorou MUITO pra desenvolver esse aspecto e pra ele era simplesmente mais natural fazer ali mesmo (e ainda continuar brincando).
Por isso, minha estratégia foi chamá-lo em períodos regulares durante o dia. Essa parte foi bem complicada, pois no início fiz mais ou menos como a Sarah com o Bento, sem definir intervalos certos, mas momentos chave: assim que ele acordava pela manhã, antes de comer e antes de dormir. Mas pro Nic não foi o suficiente, pois entremeio uma coisa e outra sempre tinha uma ou mais escapadas. Então passei a chamá-lo a cada duas horas e ele ainda tinha acidentes. Mas quando diminuí pra cada uma hora, ficou demais e ele passou a abominar o processo, se recusando a ir definitivamente. Foi aí que tiramos as nossas primeiras férias do desfralde.
Pra quem acha que lembrar a criança em horários regulares funciona, uma boa ideia pode ser ajustar o despertador com uma música divertida, assim a própria criança, toda vez que escutar pode sair correndo pra fazer xixi.
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Motive as idas ao banheiro
Mesmo a criança desfraldada ou em estágio avançado, precisa ser relembrada de vem quando pra ir ao banheiro. Fique atenta aos sinais de colocar a mão “lá embaixo”, no bumbum ou fazer a dancinha, pra lembrá-la de ir.
O Nic, mesmo tendo vontade, em geral responde “não” automaticamente se eu o pergunto “você quer fazer xixi?”. Assim, desenvolvi alguns métodos:
Ofereço opções: Você quer fazer fazer xixi no penico ou no vaso? Você prefere andar ou correr até o banheiro? Você quer fazer xixi antes ou depois do lanche?
Tento deixar as idas divertidas: Proponho uma corrida “Vamos ver quem chega primeiro ao banheiro?” ou o chamo pra seguir o trem (ou avião, ou foguete) “Olha o treinzinho pra Estação Penico saindo! Todos à bordo! Você vem, Nic? Piuíííí!”.
O truque da bolinha de ping pong dentro do vaso: ótima pra incentivar idas ao vaso (pra meninos), desafiando a criança a acertar a bolinha ao fazer xixi (em pé). Aqui em casa foi um sucesso!
Ou simplesmente aviso que eu vou: e digo a ele que ele pode vir também se quiser “eu sento no vaso e você no penico, que tal?”.
E no caso dele se recusar a ir mesmo assim, tento respeitar e não insistir.
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Comemore as vitórias
Como falei no post anterior, pode ser uma boa ideia recompensar as idas com adesivos ou outra coisa que a criança goste, mas mais que isso, é essencial mostrar entusiasmo toda vez que ela fizer certo. Só tenha cuidado com o exagero. Aqui em casa eu percebi que por varias vezes demonstrei tanta, mas tanta alegria pelo Nic ir ao banheiro que obtive o resultado oposto: chegou num ponto que ele não queria mais ir.
Comemoração em excesso pode passar a idéia de que aquilo é tão desejado pra gente, que o desfralde passa a ser uma responsabilidade grande demais pra criança e ela acaba ficando assustada e nervosa. Tente manter um mínimo de naturalidade ao comemorar os avanços do seu filho. 🙂
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Menino (a) grande
Esse é um discurso que funciona bem com a maioria das crianças, pois em geral elas são doidas pra serem maiores e fazer coisas de menino grande. Claro que com o Nic foi o oposto, né? Eu não podia nem sonhar em falar que “agora ele era um menininho grande e já poderia fazer tudo no banheiro sem precisar de fralda” que ele ficava bravíssimo e dizia que menino grande que nada, o bom mesmo era ser neném (pode ser por influência da irmãzinha à caminho…). No entanto, fica a dica. Tente também compará-lo com outras crianças que já estejam desfraldadas “Olha, o seu amiguinho Arnaldinho já não usa mais fralda, não é legal?”, ou quem sabe até personagens de que ele goste “Sabia que o Buzz Lightyear só usa cueca e faz tudo no banheiro?”. Bom, isso foi algo que também não funcionou com o Nic, pois ele sempre negava “não, ele não usa o banheiro não, faz tudo na fralda também.”
Mas enfim, de repente pode funcionar com seu filho. 😀
Boa sorte!
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PS: no próximo post vou tentar fazer um resumo de alguns problemas que podem surgir, com algumas soluções é claro, falar do desfralde noturno, além de passar alguns links úteis, falar algo que tenha esquecido ou que você queira saber (e eu saiba responder!)! Ufa! Tá acabando!
janeiro 30, 2012 às 7:37 am
Lu, amei, estou amandoooo!!!!
Adorei as dicas e certos pontos que só uma mãe que já passou por isso pode falar, como a questão dos adesivos, das “trapaças” para ganhar mais adesivos (mãe descolada, né?), do livrinho desenhado ou com fotos do seu filho no penico… achei ótimo, de todo o meu coração!
Agora me conta, como vc está????
Dê as caras se não tiver parido ainda! =)
Beijos!
janeiro 30, 2012 às 11:13 am
Ei amiga, senti sua falta! E por aqui continua tudo na mesma… Acho que a Lily deve estar com medo do inverno. Boba nada, o quentinho lá dentro deve ser bem melhor né? 😀
Beijos!
Pingback: “Pequeno” guia do desfralde, parte 5 de 5 – Soluções pra alguns problemas « Nicolando por aí
maio 6, 2013 às 5:56 am
Conheci hoje seu blog através das buscas por dicas de desfralde…
Adoro as contra-argumentações do seu filho. Me identifico muito com estes momentos onde você tenta uma estratégia pré-estabelecida em algum livro ou sabedoria popular e se depara com a sabedoria do seu filho diante delas….
Agora parece ‘normal’ pra mim tantas dificuldades que estou tendo! rsrs
maio 6, 2013 às 9:59 am
Que legal seu comentário, Flávia! Obrigada!
Filhos são realmente imprevisíveis, por isso devemos sempre nos adaptar a eles né? 🙂 Que bom que suas dificuldades te parecem mais normais agora!
Beijos!