O lado cômico da maternidade


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Obsessão pouca é bobagem

– Nic, qual é o nome desse seu brinquedo aí?

– É o Buzz.

– E o que ele fala?

To infinity and bicarro!

– Bicarro??? Mas não é beyond?

– Não, beyond não, é bicarro!

– E qual é seu nome?

– Carro.

– Carro? Não é Nicolas não?

– Não! É Carro.

– Mas cadê suas rodas? Pra ser carro tem que ter roda e você tem pernas.

Silêncio, fingindo que não me escuta.

– Hein? Cadê suas rodas?

Sumiu… – olhando pras próprias pernas.

– Tudo bem então… Mas Carro, errrr… Que tal a gente cantar aquela música da borboletinha? Você me ajuda? “Borboletinha, tá na coz…”

– … tá no carro, fazendo chocoiate para o carro, poti-poti, perna de carro, oio de carro, nariz de pica-carro, carro, carro!”

Depois disso, alguém aí acha que ele gosta de carro?

Será?

* * *

E falando daquele grande filme de sucesso – A emancipação –  sabia que ele ainda anda reprisando por aqui algumas vezes? Tem dia que é sucesso a noite toda, outros metade, outros a preferencia é pelo “A cama da mamãe é mais quentinha”, mas tudo bem. Ontem à noite foi um dia que reprisou a noite toda de novo. Ele só acordou uma vez e eu perguntei se ele queria ir pra minha cama e ele disse:

– Não, cama da mamãe não, quer ficar aqui (ah sim, e agora tá com a mania de responder repetindo a frase toda completa, mesmo que sejam 3 da manhã).

E lá ficou. De manhã acordou contando um sonho. Primeira vez que ele conta um sonho.

– Nicoias tava dirigindo um trator!

– Um trator? É mesmo?

– É! O trator tava passeando no chão e carregando pedra. Então mamãe pegou o controle e colocou um filme pro Nicoias assistir. E o trator não voltou.

– Puxa vida! Então o trator tava passeando na rua e depois foi embora?

– Não, passeando na rua e depois foi embora não! Ele tava passeando no chão e não voltou.

– Ah, tá!

* * *

Ainda tô devendo a receita do pão. Esqueci não, viu? 🙂


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The ‘incredible’ twos

O que seria de um blog materno se a mamãe não parasse de tempos em tempos pra exercer sua corujice e enaltecer as habilidades da cria, né? E sobre isso, falou muito bem a Kah neste post sobre o lamentável Campeonato de Bebês que acontece por aí. À medida que você lê o post, vai passando por uma montanha russa de sentimentos: primeiro começa achando graça, depois fica indignada, triste e totalmente sem fé na raça humana (tô contigo, Kah) até que termina suspirando e decidida a revelar ao mundo as proezas naturais do seu pequeno gênio…

E é exatamente o que eu vou fazer agora… No entanto, gostaria muito que o Nic  também ouvisse… Só que, cadê ele?

– Niiiiiicolas! Cadê vocêêê?

– Hi hi hi hi hi.

– Puxa, como ele esconde bem! Onde estará o menininho sapeca da mamãe? Será que tá dentro do guarda-roupa? Não… Atrás da porta? Também não… Debaixo da cama? Humm… não…

– Hi hi hi.

– Estaria ele atrás do sofá? Nossa, também não… Ou quem sabe… NICOLAS!!! Meudeusdocéu!!! Como você foi parar encima dessa estante, meu filho?

* * *

Outro dia eu ouvi falar que criança pequena é como um liquidificador, só que sem tampa. Pois precisa falar mais?

O Nic anda bem assim mesmo, cada vez mais intenso e dramático ao expressar suas emoções. Perfeito pra um papel mirim numa novelinha mexicana vespertina. Mas por outro lado, noto que ele tem sido muito mais quieto e concentrado em outras ocasiões: brinca cada vez mais sozinho, presta mais atenção nas estórias, encaixa pecinhas sem perder a paciência e assiste filmes infantis inteiros, atento do início ao fim – inclusive conseguindo prever o que está pra acontecer!

E como gosta de crianças mais velhas… É um magnetismo natural… Ele não pode ver uma daquelas criaturinhas de 5 anos toda cheia de si, que ele gruda e vai atrás imitando tudo o que ela faz. Como no dia da spidergirl, lembra? Mas isso só dura até o momento em que ele invariavelmente escuta um “leave me alone!” pra se afastar, mas ainda assim, continuar de longe admirando aquele modelo perfeito de auto-suficiência. Já as da mesma idade, esquece – é desprezo absoluto. Coloque ele numa sala com outros dez menininhos de dois anos, pra ver – tudo o que ele vai querer é brincar sozinho e ainda por cima sem emprestar nem mesmo aquele carrinho velho de roda quebrada.

Além dessas, Nic tem também outras particularidades: pra começar, odeia ficar sem camisa, mas tudo bem ficar sem calça. Faz greve de fome, mas jamais recusa brócolis, sem sal nem alho e a qualquer hora do dia. Ainda nem largou as fraldas, mas já quer autonomia total – o típico rebelde com fralda – e ao invés de pedir determinado objeto, simplesmente empurra uma cadeira, sobe e pega. *Estado de alerta total aqui em casa* – nada está completamente fora de seu alcance mais.

E nunca esteve tão volúvel e paradoxal… Num minuto quer tomar leite, no outro quer comer feijão, depois quer calçar sapato sozinho enquanto come biscoitos e no seguinte quer brincar de ser neném no colo da mamãe e tomar leite outra vez – o mesmíssimo que ele dispensou há três minutos atrás e o qual ele agora toma no copo sem jamais se lembrar que negócio mal-arrumado era aquele de usar mamadeira.

E fala pelos cotovelos.  Monta frases inteiras à sua maneira, narra tudo o que a gente faz, usa artigos e preposições, arrisca plurais, conversa sozinho com os carrinhos, pergunta e ele mesmo responde e até inventa novos verbos.

– Quéio mamãe facar a uva pro Nicoias. (=quero que a mamãe corte a uva pro Nicolas)

– Mamãe tá varrendo a blusa do papi. (=passando)

– Mamãe, quéio mais vai no parquinho. Agoia não, depois. (=quero ir no parquinho de novo. Agora não, depois. – ele mesmo responde).

– Qué papai vão brincar de carrinho com mim. (=quero que o papai brinque de carrinho comigo.)

– Não cabe não… o ômbusi é muito grande… (=ônibus)

– Eu também sentado na cadeira.

– Um, dois, quatro, seis rodas. O caminhão tem seis rodas, mamãe. (ele sabe contar até 10, mas adora contar de dois em dois)

🙂

E se por acaso, eu caio na bobeira de perguntar a ele “vamos dormir?” ou “vamos comer?” (ao invés perguntar “você quer dormir com o coelho ou com a Moey?” ou “quer comer arroz com frango ou com ovo?” a resposta agora é polida “não, não, obrigado”. E tenho que usar muitas e muitas artimanhas pra convencê-lo a fazer o que eu preciso que ele faça.

Quer ver só?

Então assista você mesmo ele recusando educadamente a soneca, depois me ignorando enquanto “lia” as instruções em um pacotinho de chá e no final eu aplicando o famoso Método de Psicologia Inversa (MPI) e seu resultado.

* * *

E é isso aí. Incrível é perceber que esse meu menininho que quer fazer tudo sozinho, que adora imitar o pai fazendo barba e sabe cantar várias músicas do Pé-com-pé, ainda adora colo, odeia escovar dentes e curte músicas de ninar pra dormir. Ah! e conserva as mãos gordinhas de neném – inclusive com furinhos!

* * *

PS1: E a vocês, minhas queridas, muito obrigada pelos comentários solidários no último post. O Rafa já voltou e as coisas aqui agora andam muito mais equilibradas!

PS2: Estou adorando esse amigo secreto blogosférico! A gente tirou um (a) amiguinho (a) que é a coisa mais linda desse mundo! E quem nos tirou já mandou um recadinho e está caprichando no suspense!!! Ai meu deus, quanta curiosidade de saber quem é!!!


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21 meses nicolando

É Nic, você está me saindo um verdadeiro rapazinho, sabia, meu bem? Todo esperto, falante, independente e tão carinhoso… É difícil explicar, mas sinto que por trás dessa carinha sapeca existe tanta maturidade em você. Às vezes, chego a ter a impressão que não tenho nada pra te ensinar, que você já sabe tudo.

Um exemplo disso é quando te observo brincando com outras crianças.  Sem muito esforço da minha parte, você é carinhoso e gentil com todas elas; até hoje não revidou se alguém te empurra, nunca brigou por brinquedo nem por nada e pra minha admiração você só escolhe os brinquedos que ninguém está brincando. Eu não sei se esse comportamento vai durar pra sempre – talvez não – mas já vibro com esse seu jeito “cavalheirinho” de ser de agora.

Outro dia, tinha uma menininha sentada chorando no parque, você lembra? e o que você fez? Chegou perto, se agachou pra olhar bem na carinha dela e deu seu (amado) trenzinho pra ela. Por pouco quem não estava chorando era eu… 🙂

Já em casa, as pequenas birras começaram, mas felizmente nunca duram muito tempo. Você chora e me bate quando é contrariado, daí eu olho nos seus olhos, te explico porque não pode e na maioria das vezes você aceita e vai brincar feliz. Outras vezes tenho que te distrair com outra coisa, e em pouco tempo você nem lembra mais que queria aquilo.

Mas bonitinho mesmo é quando você apronta uma travessura e você mesmo fala “danadinho” ou “sapeca”. Em geral isso acontece quando eu te pego mexendo no computador. Você fala “Ícus sapeca” e começa a digitar e a mexer no mouse bem rápido, como que pra aproveitar ao  máximo enquanto eu não te tiro de lá. E ri muito quando eu te carrego de lá te fazendo de helicóptero (segurando você pelos pés e mãos juntos, como uma trouxinha de roupa e fazendo tu, tu, tu, tu, tu).

E além das tantas coisas que você fala, também escuto com cada vez mais frequencia você dizendo “por favor”, “licença” e “obrigada”. Ah, notou, né? Isso mesmo,  você fala “obrigad-a” como a mamãe. Ou se é pra outra pessoa, “thank you”. Sim, porque mesmo a gente só conversando em português com você, você já sabe várias palavras em inglês também.

E agora, felizmente tá mais independente pra dormir também, né meu bem? Antes tinha que segurar a mão da mamãe pra pegar no sono e toda vez que acordava de noite, agora já não precisa mais (apesar de continuar acordando muito de noite). E desde ontem que tem ido tirar as sonecas sem eu precisar estar por perto. Só vou lá, te ajudo a subir no berço, te cubro com sua adorada colcha de carros, dou beijinho e saio – e você dorme sozinho. Daí, quando me lembro que até os cinco meses você só tirava soneca no meu colo – pois era a única forma de você dormir – custo a acreditar que tudo já avançou tanto, e  o melhor: que tudo tem sido no seu tempo.

E no mais, você agora conta até cinco, já não chama mais toda criança de neném e agora sabe que existe menino, menina, homem e mulher (tá vamos deixar os gays pra uma outra etapa…), sobe na cadeirinha pra comer, fecha o cinto de segurança e põe a bandeja sem ajuda, repete tudo o que os outros falam, seja em português, inglês ou chinês (!), conta o que fez no dia e o que quer fazer usando frases quase completas (Ícus foi parque, brincou balanço, brincou escorregador, caiu, machucou boca, etc. Agora Ícus quer passear de carrinho, quer brincar parquinho, quer tirar foto, etc). E fala tudo com aquela voz grave… ou aquela voz “cheia” como bem descreve sua madrinha.

E aqui, um videozinho de você cantando “Cai, cai balão” e “U-á-quá-quá”, os grandes hits do momento aqui em casa.

* * *

E pra quem interessar, essas são as letras das musiquinhas que ele canta no vídeo:

Cai, cai balão

Cai, cai balão

Na rua do sabão

Não cai não, não cai não, não cai não

Cai aqui na minha mão

~~~~~

O sapo, o sapo

Que mora na lagoa

Não tem, não tem

Rabinho e nem orelha

U-á-quá-quá

U-á-quá-quá-quá-quá


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Querido Ícus

Acho que você tem curtido nossa vida cheia de atividades aqui em Vancouver, né? E já estamos até nos acostumando à elaborada logística de se sair sempre debaixo de chuvas! Veja só… logo a gente que morou tanto tempo lá naquele deserto!

Mas estas adaptações são mamão-com-açúcar comparado a ver você doente… Puxa vida, que aperto passamos nestas últimas semanas, hein meu bem? Depois de seis meses sem gripar, você já veio logo com duas gripes direto. Mamãe ficou com o coração na mão ao te ver vomitar de tanto tossir e não conseguir comer nadica de nada por quatro dias seguidos. O mais incrível é que você ainda conseguia sorrir pra mamãe logo após vomitar… Sorria com aquelas bochechas rosadas de febre e aqueles olhinhos caídos… E também nunca deixou de falar “saúde” pra você mesmo a cada espirro que dava. Tão fofinho…

Nic se sentindo todo importante com os sapatos do papai

Mas que bom que você já está melhor agora e voltou a ser o menininho pulante, falante e dançante de sempre. O primeiro indicativo de que você já estava bom foi quando você entrou no armário e saiu de lá fazendo o maior esforço do mundo pra andar calçado com aquela bota pesada do seu papi. E ainda sai falando “Oopsy Daisy, Oopsy Daisy!” que o papai ensinou você a falar pros momentos que ocorre algo inesperado, mas que você aplica pra qualquer situação de aperto. Como naquele dia que você entrou atrás do berço e não conseguia sair e ficou de lá gritando “mami, oopsy daisy! mami, oopsy daisy!”com voz de choro, até eu te resgatar.

E agora que você completou 20 meses, percebo que seus gostos e forma de brincar já começam a mudar… Desde que passamos a frequentar mais a biblioteca que agora você brinca sussurrando com seus bonequinhos e carrinhos. Também tem passado a se interessar mais por estorinhas antes de dormir e as vezes quer ouvir duas, três, quatro estorinhas, sempre pedindo “mais tória, mami, mais tória!”. E uma coisa bem inusitada, é que você  tem tentado entrar na casinha que não passa de 20 cm de altura ou nos carrinhos pequenos, junto com seus bonequinhos. Você fica lá tentando enfiar um dos seus pés e dizendo “entar, entar!”. E fica muito decepcionado porque não consegue…

Mas a coisa mais marcante do último mês foi que você por fim fala seu próprio nome: Ícus. Isso mesmo, pra você, Nicolas é Ícus. Uma coisa bem estilo romana, né? Ícus Magnificus? Biggus Ícus? Bom, mas de qualquer forma, toda vez que eu te chamo por esse seu “pseudonimus” você faz charminho, fica achando graça e fazendo hora pra olhar. Daí fecha os olhos, se vira pra mim e os abre de repente falando “Aqui Ícus!” ou “Achou Ícus!”. Tão lindo…

No mais, você agora balança a cabeça que SIM e NÃO corretamente, só quer descer e subir escadas em pé e sem se apoiar, aprendeu a aplicar os verbos no gerúndio (ex: Ícus descendo, comendo, etc), dirige o próprio pezinho quando calça a meinha com o desenho de carro,  fala “mais unha” quando quer que eu corte mais unha (?), ama ouvir música e pede constantemente “mais mucsa”, tem pedidos cada vez mais específicos como “mais suco DE morango/manga/etc” ou “mais massage cabeça/ombo/perna/etc” e atualmente seu passatempo predileto tem sido mexer na carteira do papai e distribuir cartões e dinheiro pra qualquer um, principalmente desconhecidos.

::

Esse é o nosso Ícus!


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18 meses nicolando e mais da Tasmânia

1 ano e meio de vida, 16 dentes na boca, uma cabelada que não acaba mais (e que tá precisando cortar), e uma tagarelice sem fim.

Esse negócio de passar tanto tempo viajando vai dar problema no futuro… Nic agora acha que toda hora é hora de passear. A gente mal levanta de manhã e ele já tá lá na porta chamando “Mami! Pissiá! Papi! Pissiá”. E não se acalma até a gente sair…

Mas o resultado mais impressionante de estar viajando e vendo tanta coisa nova todo dia é que o Nicolas não pára de falar e tem aprendido umas 4-5 palavras por dia!!! Ele deu um salto gigantesco durante essa viagem e até tô animando de catalogar o vocabulário dele aqui (vamos ver até quando vou conseguir registrar…).

Só pra ter uma idéia, ele já fala perfeitamente palavras como sapato, montanha, carro, quente, sabão, suco, banho, calça e chapéu, entre muitas outras. E também já formula frases curtinhas como “Mais suco” ou “Mais pão” e hoje me perguntou várias vezes seguidas: “Cadê papai?, cadê papai?” quando estávamos na praia enquanto o Rafa cortava o cabelo. Lindo.

Outra coisa interessante é que ele fica repetindo alguns verbos em outros tempos, tipo passado e futuro, como ‘passear’ ele às vezes diz: pissiá, pissiô, pissiê. Isso porque eu levo esses diálogos com ele nos quais eu mesma pergunto e respondo: “Vamos passear? Vamos sim, mamãe. E então Nic, você passeou? Passeei, mamãe!” E assim, ele já tá aprendendo… O mesmo ele faz pro verbo achar (achá, achô, achê).

Agora tá é numa mania de pedir licença pra tudo. Se a porta tá fechada ou tem algum obstáculo na frente dele: icença! (pois o L ele ainda não fala).

Além disso, morro de rir das associações que ele faz:

quando ele vê sua escova de dente por exemplo, diz: mata, mata! Pois a única forma de eu conseguir escovar os dentinhos dele é dizendo “mata o bichinho! Mata, mata!”. Daí ele ri à beça deitado na cama e eu alcanço todos os dentinhos lá do fundão. Uma beleza.

ou então, outro dia que ele não parava de repetir “carro, carro” e apontava pro teto. Eu falava que lá não tinha carro, mas ele insistia. Até que eu fui ver direito, e percebi que as lâmpadas eram exatamente como dois faróis de carro… 🙂

* * *

E fora toda essa tagarelice, Nic agora quando está de olhos fechados, não significa que esteja dormindo, pois agora ele fecha os olhos pra tentar dormir… E também inventou uma tal de voz de monstrinho, que vira e mexe tá fazendo. É uma voz cavernosa, que vem lá da garganta e às vezes me lembra o Gollum… não sei de onde ele tirou isso, mas quando faz em público as pessoas olham pra ele realmente assustadas. Cada uma… 🙂

* * *

Então abaixo, com muito atraso, coloco algumas (ou muitas!) fotos do restante da Tasmania. Ao todo foram 1.100km ao redor de toda a ilha, pela qual ficamos encantados.

Port Arthur – A mais linda das prisões antigas que visitamos na Australia. É, porque prisão aqui é ponto super turístico, já que os primeiros habitantes europeus da Australia foram presos convictos vindos do Reino Unido nos secs 18 e 19. Esta em particular estava toda em ruínas e foi construida num lugar espetacular… Nada mal pra um criminoso!

Freycinet Peninsula – natureza, natureza, natureza e muitas caminhadinhas… Muito bom!

Launceston – depois de muita estrada, finalmente chegamos numa cidade grande outra vez. A gente não tinha feito reservas pra nenhum hotel, como na maior parte da viagem. Até então, não tinhamos tido problemas com vagas, mas desta vez, foi super dificil e por um momento achamos que teríamos que dormir no carro!!! E pra complicar, ainda estava chovendo. Só que de repente, depois de cansados e mortos de fome, encontramos vaga nessa pousadinha lindamente decorada… um sonho! E ainda tinha cozinha, pra gente finalmente comer nossa propria comidinha caseira… Adoramos!

Cradle Mountain – Supostamente, um lugar maravilhoso. Pena que vimos tão pouco, pois a chuva e a neblina dominaram os nossos dias nessas bandas… Foi hora de aproveitar pra botar os pés pra cima e descansar bastante! Hora de tirar férias das férias…

Hobart – na volta ao ponto de partida, ainda passamos por Strahan e Queenstown, mas o tempo ainda estava chuvoso. Chegando em Hobart não fizemos mais nada, a não ser descansar pro proximo dia, quando pegaríamos o voo pra Sydney. Mas o céu no momento que chegamos valeu um registro…


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In Melbourne, Victoria

E depois de vender tudo e passar dias limpando a casa pra entregar as chaves, finalmente botamos o pé na estrada. Nossa primeira parada é Melbourne, no Estado de Victoria, onde estamos aproveitando as delícias da vida urbana em uma cidade estilo meio europeu, com muitos passeios à pé e paradas frequentes pra tomar um café (a moda agora é o chai-latte) e de vez em quando um mudcake.

Isso é que é vida!… 🙂

Mas ainda não vimos muita coisa pra criança, apesar do Nicolas estar gostando assim mesmo. Ele tá encantado com o tanto de gente, carros e edifícios, e fica nas ruas apontando e repetindo: moto! caio! (carro) ou nubus! (ônibus). Lindo demais! O pior foi ele fazendo “au, au, au” quando viu uma mulher com cabelo alto e anelado, tipo poodle… ainda bem que aqui eles fazem “woof, woof, woof” pro latido dos cachorros…

E o voo pra cá foi simplesmente sublime! A gente voou 28 horas no total pro Brasil quando ele tinha 5 meses e foi traumático (principalmente porque ele estava constipado e não tinha nada que a gente podia fazer). Assim, eu fiquei super apreensiva com ideia de estar confinada em um avião por mais de 2 horas com um menininho que não pára quieto um instante e grita quando é contrariado.

E como o Nicolas já não fica muito tempo no colo, decidimos que valia a pena comprar um acento só pra ele e levarmos a cadeirinha de carro (tem que conseguir autorização com a companhia aérea com antecedência). E foi a melhor coisa que poderíamos ter feito. Não sei se é porque ele está tão acostumado a viajar de carro, mas ele passou o voo todinho super comportado. Não dormiu, mas também não chorou, nem quis ficar andando no avião! Eu também fui preparada com uma sacola de brinquedos, incluindo uma calculadora barata só pra ele apertar os botões e vários lanchinhos pequenos, o que ajudou a mantê-lo distraído e com a pancinha cheia.

Bom, ainda teremos mais um voo de 9 horas pela frente, então vou deixar pra comemorar mesmo mais tarde! 🙂

No momento, ainda ficaremos mais alguns dias em Melbourne e depois vamos explorar outros cantos de Victoria. Aqui, alugamos um pequeno apartamento com cozinha, que nos permite fazer comida pra janta. Desta forma, evitamos os transtornos de sair de noite com o Nicolas, que usualmente dorme às 7 da noite (quer dizer, só pra me contrariar, no momento são 9 e ele ainda tá aqui pingando fogo…) e outra que fazemos uma grande economia (o preço desses apartamentos é o mesmo de hotéis sem cozinha).

Voltando das compras no supermercado. Olha só o carrinho do Nic cheio de sacolas!

Então deixa eu ir lá, senão o Nicolas não dorme! Qualquer dia desses continuo a contar nossas aventuras down under.


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Vocabulário do Nic, aos 17 meses

Tipo

O papai do Nicolas, como um bom geminiano, adora falar. Mas também como todo geminiano, ele tem o “outro lado”, que no caso dele é o lado “enxuto”:

Eu:  Puxa, você trouxe trabalho pra fazer em casa de novo?

Ele: Tipo.

* * *

Eu: Amorzinho, você podia ir ao supermercado pra mim comprar uns filés de peixe. Hoje eu fiz sopa de legumes e o Nicolas não quis comer nada. Vou ter que fazer um peixe pra janta, pois aí certamente ele vai comer. Você sabe como ele gosta de peixe. Pena que acabou. E tenho que dar banho nele agora, se não eu mesma iria ao supermercado. Olha como ele tá todo molhado e sujo de lama… imagina que ele estava lá fora brincando com a mangueirinha de irrigar as plantas… de novo…  Então, você pode ir comprar o peixe por favor?

Ele: Tipo.

* * *

Eu:  Rafa, a janta já está pronta, viu? Você tá indo tomar banho agora? Não demora não, senão vai esfriar.

Ele: Tipo.

* * *

Daí, outro dia, o Nic vê a chave do carro.

Chabe! Chabe! – fala ele, e me entrega a chave.

– Porque você tá me entregando isso? O que você quer fazer?

Pissiá.

– Quer passear? Gente, mas você tá um menininho muito esperto!

Tipo! Tipo!

 

Dialogo no trocador

– Vamos trocar a fraldinha, Nicolas? – Nicolas indo em direção ao trocador.

– Hmmm. Você fez cocô…

Cocô! Repete ele com entusiasmo.

– Que tantão!Noooossa!

Mossa!!

– Pronto, tá limpinho agora.

– Eeeeehhhh! – fala ele batendo palminha

– Mas que pezinho frio, Nic. 

Pé!

– Vamos aproveitar e colocar uma meinha?

Ême!– fala ele me estendendo um dos pés e depois checando a sola da meia.

 – Não, essa não tem bolinha embaixo.

Báxi – E começa a ficar impaciente, querendo virar no trocador – Desce! Desce!

– Calma. Pronto, agora vamos descer – Um, dois, três e….

Zá!

– E você tá com fome? O que quer comer?

Gute! Gute!

r

 Animaizinhos

Nestes últimos dias de mudança, a gente está ficando num hotel. Nic chega coçando os olhinhos e pede pra dormir:

Mimi! Mimi!

Já sabe, né… hotel tem televisão no quarto. Então fui inventar de assistir um filme com um volume bem baixinho enquanto eu deitava ao lado do Nicolas pra ele dormir. De repente, propaganda com patinhos:

Cá, cá, cá! – Nic levanta a cabeça e imita o som dos patinhos, ao seu jeito.

– Vamos dormir Nic. A Moey já está dormindo, olha. Agora é a vez do Nicolas.

Nic tá lá, quietinho, quando anuncia o filme Marley e Eu e aparece o cachorro.

Au, au, au! – faz ele entusiasmado.

– Shhhh, vamos dormir, meu bem.

Então outra propaganda, desta vez com uns cavalos correndo num campo.

Au, au, au!

É… melhor desligar a televisão.

 

Pode não distinguir bem o que vê, mas tem um ouvido…

Mami, mamãe, mãe! – fala o Nicolas, que agora tá com mania de me chamar assim.

Aiá! – fala ele apontando um grãozinho preto na mesa.

– Lá? O que é que tem lá?

 – ! – fala abanando a mãozinha achando que era um mosquito.

De repente, barulho de carro na rua.

Caio! Caio! – fala apontando em direção ao som.

– Isso, carro!

Em seguida, barulho de moto.

Moto! Moto!

– Impressionante, você sabe tudo!

– Dudo!

r

Eu, comendo pão

– Quer um pedacinho, Nic?

Páo! Páo!

– Aqui, toma! Gostoso, né?

Né!

– Hum, bom!

Hum, mom!

r

Meu neném

Fala “Nicolas”.

Ele calado. Não gosta de falar seu próprio nome.

– Então fala “Nic”.

– Neném.


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5 bons motivos pro Nicolas ser um partidão quando crescer

1. Tem um gingado danado de lindo. Dança no ritmo da música, balança os ombrinhos, agita as mãozinhas imitando a coreografia, sabe sapatear e até mesmo cantar!

2. Asseadíssimo. Todos os dias, depois de ter jogado toda sua comida pelos ares comer tudo comportadamente, Nicolas ajuda sua mamãe a limpar sua bandeja, tarefa que ele executa com primor e entusiasmo (claro que não é culpa dele que a bandeja tenha aquelas bordinhas ao redor, que impedem um melhor resultado, né?).

3. Independente. Tão independente, que já quer comer sozinho – tá aí uma característica que talvez seja subestimada por você, amigo leitor, mas lembre-se que se hoje ele começa a querer comer sem ajuda, amanhã pode estar servindo sua própria comida no prato ou até me arrisco a dizer, ajudando a mamãe a lavar os pratos, huh? (e sim, o otimismo é uma das minhas qualidades :-)).

4. Aberto ao diálogo. Articulado com as palavras, tem um vasto vocabulário, ri com você e adora um bom diálogo, e só a gente sabe como dialogar é importante, né mulheres? Esse video ficou enoooorme, mas eu não quis editar muito pois sei que principalmente a familia vai adorar assistí-lo, então vai longo mesmo.

5. E claro, é lindo e um tremendo de um simpaticão…

* * *

Ei! Pssssiu! Agora vou te confessar um coisa. Mas bem baixinho… vem cá, vem cá: “Eu sei, também tô achando isso tudo excesso de corujice, né não? Pois é nesse ponto, que me uno à Roberta na seguinte reflexão: imagina que ele mal completou 16 meses e eu já estou nesse nível de corujice… Agora já pensou no tipo de sogra que serei no futuro? Já pensou? Eu sei, a coisa é grave… Mas abafa, abafa. Fica só entre a gente, tá?”

* * *

Pronto, agora não precisamos cochichar mais não. Então deixa eu te contar em que pé estão as coisas aqui com a mudança.

Bom, no momento, estamos na batalha pra vender a maior parte dos móveis, mas por um preço razoável, sabe. Olha só o que anda acontecendo: ítem foi comprado por $1.000, a gente pede $300.00 (trezentos!), galera quer dar $50! Dá não, né? Pelo menos algumas coisas a gente vai poder levar, pois felizmente a empresa vai pagar o transporte, mas eletrodomésticos não tem jeito mesmo, temos que vender… Sabe o focinho da tomada? Pois é, no Canadá é completamente diferente…. e isso, sem falar da voltagem, né?

O sofá também já foi vendido, pois era grande demais, e no momento estamos todos compartilhando a área de lazer do Nic em tempo integral. Ah! E lembra do som que o Nicolas gostava de brincar?  Também já foi – mas claro que sem o aparato plástico… imagina que tava encarecendo demais o produto… 🙂

Então é isso, depois conto mais.


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16 meses nicolando

1 ano e 4 meses de idade, quase 12kg de peso, 12 dentinhos na boca, 4 pontinhas de caninos saindo e inúmeras conquistas…

E devo contar, meus amigos, que o salto de desenvolvimento que o Nicolas deu neste último mês não foi um mero saltinho…  na verdade ele não perderia pra nenhum salto olímpico recordista. Afinal, o Nicolas já não sofre mais com o refluxo, não mama mais de madrugada, dorme a noite toda, come de tudo (não muito, mas é sem amassar), aprendeu a pegar no sono sozinho pras sonecas (tanto que já dorme em qualquer lugar!), calça seus sapatinhos com alegria, e… anda subindo em tudo e repetindo tudo o que a gente fala… um pe-ri-go!

Eu vivia imaginando como seria quando a gente tivesse que policiar tudo o que falássemos. Pois não é que num dia desses aí pra trás, enquanto eu lutava com a internet que havia travado pela vigésima vez, acabei proferindo um sonoro “QUE SACO!” pra logo em seguida escutar o Nic repetindo às risadas “saco! haha! saco! haha!”. Daí me dei que conta que o momento havia chegado e fiquei feliz por não ter dito algo pior. E se por um lado eu tô me controlando até mesmo pra falar ‘que saco’, o papai se derrete todo ao ouvir o Nic repetindo ‘saaacou?’, assim como ele, e ainda com direito à mesma entonação. Tá todo bobo… 🙂

Outra coisa bonitinha é que ele incorporou um ‘ai, ai’ no final de uma longa risada, assim como eu faço as vezes. E as outras palavras que ele anda falando agora são‘ávis’ (árvore), ‘desce’, ‘sobe’, ‘agui’ (água), ‘mais’, ‘papá’ (comida), ‘mamá’ (leitinho), ‘céça’ (licença), ‘bái’ (bye), ‘tái’ (tchau), ‘abe, secha’ (abre, fecha). Sem falar que ele inventou ‘diá’ pro movimento de bater as duas mãos juntas em alguma coisa, ‘duck’ pro prendedor de roupa e ‘zoey’ que até agora não sei o que é, mas ele fala o tempo todo.

E não satisfeito com a limitação de se mover somente no plano horizontal, Nicolas agora também conquistou o plano vertical (olha o SpiderNick aí!). Então é o dia todo, ele subindo, fuçando e descendo, e ainda por cima fala ‘sobe’ e ‘desce’ pra cada vez que ele sobe e desce. Ou seja, ele deve falar isso umas 1.567 vezes por dia.

Também já consegue quase imitar várias coreografias do videozinho preferido dele “It’s rhyme time” e ontem começou a fazer a daquela música “cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé”… lindo demais… 

E assim ele passa o dia, todo feliz, ativo e super tagarela. Bom, feliz até o momento de escovar os dentes… ou se o papai chega do trabalho e não o pega no colo imediatamente… ou se eu sento no computador pra atualizar o blog, por exemplo. Sai de baixo, ele vira uma ferinha, e ainda vem e abre minha mão me entregando um brinquedo…  “larga isso aí e vem brincar comigo, né mamãe!”. Por isso mesmo, tô aqui aproveitando que ele tá dormindo pra contar as coisas novas que ele anda fazendo. Essas coisas que deixa o meu coração tão cheio de orgulho…


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14 meses nicolando… e andando!

1 ano e 2 meses de idade, pouco mais de 10kg de peso, muito cabelo na cabeça, 9 dentinhos na boca e muitas conquistas e estripulias novas (além de andar por aí na bolsa da mamãe canguru! :-))…

Nicolas depois de brincar escondido com canetinha...

As várias semanas de sono irregular e muita carência que precedem o salto de desenvolvimento, deram lugar às novas habilidades adquiridas. E pra quem nunca demonstrou muito interesse em andar sozinho, o Nicolas se saiu super bem nos seus primeiros passinhos, totalmente inesperados pra gente.

Os quatro primeiros foram só pro papai. Eu quase não acreditei quando o Rafa gritou lá de dentro que o Nicolas tinha andando sem se segurar em nada. E no dia seguinte, foi a vez dele presentear a mamãe com uns dez passinhos decididos e rápidos (já quase correndo) até o meio da sala e logo depois mais outros dez. Difícil descrever a emoção e orgulho que sentimos nesse momento. Passa de tudo pela nossa cabeça e a principal delas é a consciência de que ele está crescendo, definitivamente…

E pelo jeito, vai puxar a habilidade do pai pra fala e diferentes línguas, pois demonstra muita facilidade em reproduzir qualquer som. Outro dia imitou comigo todo o alfabeto – qualquer consoante + a vogal “a”, quase que perfeitamente (de babá a zazá). Só não consegue dizer chachá/ xaxá, que pra ele é sassá, e rarrá ele encontrou a solução raspando a garganta. 😉 E fiquei feliz de ver ele falando fafá, jajá e vavá, que não são muito fácieis.

E seu vocabulário atual é:

abo = abre (fala enquanto abre portas, potes, baú, gavetas)

ápsi = lápis

bá = bye! ou para a foto da priminha Bárbara

bizá = que bizarro! (mania de mãe e pai)

dácy = seu amiguinho Darcy

ei zí! = ei florzinha! (adora cumprimentar a natureza)

ei sí! = ei ursinho! (também cumprimenta seus bichinhos)

iá ou siá = See ya!

iá = lá (apontando com o dedo)

gol = bola ou qualquer outro objeto que role (laranja por exemplo)

neném e mamãe, que ele fala perfeitamente, mas é raro

mamí = mami

papí ou papuí = papi

sá = chá

tá = tchau (não gosta de falar, prefere bye)

vovó = vovó  

Outro dia eu e o Rafa escutamos ele falando “Nicolas” (temos certeza!). Mas nunca mais tornou a falar. Ele também passa um tempão falando uma lingua que ninguém entende… tá lá nos videos pra você ver. E finalmente entende o significado de Não! (o que não quer dizer obedeça ) e muitas outras coisas.

E a pedidos da familia, hoje tem vários vídeos. Só faltou um com ele andando, que ainda nao temos.

Primeiro, <30 seg: Ele falando vovó (apesar da timidez diante da câmera). E haja coração, hein vovós!

Segundo, 1min20seg: Nicolas conversando com a grama (se é que dá pra chamar aquilo de grama). Pra ele qualquer planta é “florzinha” e tem hora que dá a impressão que ele é São Francisco, abençoando tudo com os bracinhos abertos e falando. E no final, a lingua que só ele entende. (o volume deste video é mais baixo)

Terceiro, 2min20seg: Miscelânia… mostrando que ele conhece várias partes do corpo, depois ele rindo ao falar a palavra Puá-puí que ele mesmo inventou, me assustando, fazendo splash-splash e falando See ya e Bye! (cuidado, o volume desse video é mais alto!)