O lado cômico da maternidade


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Ultimos dias na Australia (atualizado)

Então, saímos da Australia…

Na última parte da viagem a gente diminuiu bem o ritmo. Ninguém é de ferro, né, e depois de quase um mês fazendo e desfazendo malas todos os dias, ficamos felizes com a decisão de ficar mais dias num mesmo lugar e fazer poucas coisas ou quase nada…

Então passamos um tempo nas Blue Mountains, em Katoomba, visitando mirantes e andando de trenzinho e teleférico.

Depois fomos pra Sydney, cidade bonita, cheia de pontos turisticões. Muitos brasileiros por lá também. Mas a cidade é meio impessoal demais, muito espalhada, grande, muitos turistas . Boa pros solteiros ou sem filhos, ouvi falar, pois tem uma vida noturna pra lá de agitada.

O trânsito é uma loucura e fiquei boba com o tanto de pedágio por toda parte, principalmente pra chegar nos pontos turísticos. Só dos limites de Sydney até nosso hotel, pagamos três. Daí devolvemos o carro e resolvemos gastar as solas dos sapatos e fazer o sangue circular.

Nic aproveitou bastante as caminhadas e perseguiu pássaros nos parques…

fez amiguinhos instântaneos (crianças, e sua incrível habilidade de fazer amizade!)…

tomou iogurte em pé…

subiu e desceu as escadas da Opera House (incansávelmente)…

correu muito…

e no final dormiu cansado num daqueles trenzinhos que circulam pela cidade… e que ele tanto gosta de andar.

E a notícia é que depois de tanta quilometragem e terrenos off-road, o valente carrinho do Nic simplesmente colapsou. Arriou mesmo, ao ponto de uma das rodas ficar soltando a cada dez metros caminhados (sendo que a gente já tinha consertado outras duas!). Então, decidimos que era hora dele descansar em paz e compramos outro, já que ainda tínhamos mais viagem pela frente.

* * *

E pra nos despedir da Australia escapamos pra uma prainha sossegada… Desaceleramos total, dormimos muito e confirmamos o que a agente já desconfiava: o Nic não gosta mesmo de praia, fica todo incomodado com a areia grudando nele e morre de medo do mar…

E no final, não fomos a nenhum parque de diversão, como tínhamos planejado. Tem muitos deles em Sydney, o principal é o Luna Park. Mas deu preguiça e também achamos que o Nic não aproveitaria tanto ainda. Sem falar que a gente ainda tinha que resolver a parte burocrática de se sair de um país: fechar conta de banco, pagar últimos impostos e tal.

E deu tudo certo. A viagem pela Australia foi linda e vamos sempre lembrar de tudo com muito carinho!

Tchau, Australia!

(Fico devendo as fotos!!!) Já não devo mais! 🙂

 


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Tudo o que você precisa saber sobre os animais da Australia

Querido Nic,

Você não imagina o quanto de animal cabuloso existe no país onde você nasceu… A coleção de bichinhos de pelúcia que tentamos fazer pra você não representa nem de longe a variedade e cabulosice.

Caso você esteja curioso, vou te falar os que eu tô lembrando agora (pena que a minha memória não é das melhores), da minha e da sua experiência com alguns deles. Ah! e aproveita a chance de conhecer alguns adjetivos bem úteis pro dia-a-dia, viu meu bem?

Por aqui tem: crocodilo bizonto-de-água-salgada, cobras mutantes, formigas bizarras, aranhas surreais, tubarões sinistros, moscas irritantes e até medusas e polvos venenosos. Um horror, meu bem, principalmente pra quem tem criança, como a gente.

Imagina, que na nossa última semana em Kalgoorlie (onde você nasceu) eu tava arrancando uns matos no quintal – pra entregar a casa em bom estado, sabe – e você queria ficar andando e brincando com terra, como qualquer criança da sua idade. Daí sem eu ver, você foi picado por algumas formigas. As bizarras. Ou quem sabe as bizarrinhas, pois não foi tão grave assim. Mas que deu um susto na gente, isso deu.

Também foi aqui que me deparei com os dois bichos mais tenebrosos, asqueirosos e nojentos da face da Terra: as baratas gigantes e voadoras e o grilo-barata (o nome do segundo você não vai encontrar por aí, porque fui eu quem inventei, mas caracteriza com exatidão a aparencia do bicho, viu?).

Querido, pra você ter uma idéia do meu pavor por esses bichos, eu não mato eles nem com spray. Só corro e grito. Tenho horror completo! E você ainda acredita que nessa viagem que estamos fazendo pela Australia, até fita adesiva eu tenho carregado pra tampar todos os ralos do quarto de hotel? Tá sentindo o drama, né meu filho? Pois é, te prepara que no futuro você vai ajudar a proteger a mamãe, viu?

Bom, e por fim, claro que a Australia também tem aqueles animais super badalados, que a gente só encontra aqui mesmo e nem precisam de adjetivo nem nada, já que o próprio nome unique já basta né? São os ornitorrincos, wombats, dingos, coalas, cangurus (até mesmo albinos!) e o demônio da Tasmânia. Tem mais um outro, que seu pai falou ali agora, mas não me arrisco a escrever o nome.

E como você, que sempre gostou dos animais e agora tá nessa idade linda de querer saber e repetir o nome de tudo (amanhã você completa 1 ano e meio!), temos nos esforçado pra promover seu encontro com os tipos mais fofinhos da lista acima. Afinal o contato com a natureza só faz bem, né meu querido?

E apesar dos encontros não estarem saindo exatamente como planejado, acho que o saldo final tem sido bem positivo…

1. Os que a gente mais tem vontade de ver e apertar, mas nunca demos sorte, são os coalas. Foi no zoológico de Perth, no ano passado, quando chegamos mais perto de vê-los – e olha que estavam dormindo e virados de costas… Durante esta viagem atual, sempre vemos placas sinalizando a possivel presença de coalas nas árvores. Meu pescoço anda duro de tanto olhar pra cima, meu bem, mas até hoje não vi nada (e saiba que ao contrário da minha memória, minha visão é privilegiada, viu?).

2. Já canguru é bicho que se vê em to-da parte, Nic, principalmente morto nas estradas… A gente morou por dois anos em frente ao bush, cheio de cangurus e você nunca deu muita bola (o que é compreensível pois eles ficavam lá lonjão). Então outro dia a gente ficou numa pousada bem bacana no Halls Gap, onde tinha um tanto deles.

 E você foi indo ao encontro deles….

Indo…

Indo…

Até que…  saída pela direita… Lá foi você atrás do carro estacionado lá longe falando “carro, carro, óda, óda” (óda é roda, viu meu bem, mas carro você já falava direitinho). Aaah… essa sua obsessão por carros…

3. E por fim, tentamos o demônio da Tasmânia, que apesar de feio, dizem que é um animal bem bobinho e sem grandes habilidades.

Mas, a experiência foi psicodélica demais, meu bem. Não dá pra te culpar por ter ficado assustado e até chorado no final das contas quando entrou naquela bolha surreal pra observar aquele animalzinho esquisito de perto.

Dá uma sensação claustrofóbica, né?

Então papai saiu com você rapidinho pelo túnel não menos surreal…

E então, tudo ficou bem de novo!

 A viagem pela Austrália aos poucos chega ao final, mas ainda tenho esperança de que vamos encontrar e apertar bastante um coala, meu bem!!! Vamos sim! Depois te conto.

Mamãe


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Para uma melhor viagem de avião… com criança

Desde que viajamos com o Nicolas, com 5 meses de idade (constipado e com refluxo), da Australia pro Brasil, que venho ensaiando escrever um post com dicas pra facilitar a vida de pais que se aventuram a viajar com crianças. (Clique AQUI pra assistir um vídeo onde eu conto todos os perrengues que passei em viagem de avião com crianças).

Pois hoje vai!

Voo Dubai – Perth, inacreditávelmente vazio. Março 2009.

1. Check-in online e escolha do assento

Se sua companhia aérea tem esta opção, não deixe de fazer o check-in online, 24 horas antes do voo. Essa é oportunidade que temos de escolher os assentos mais convenientes e requerer um bercinho portátil e comidinhas especiais, se a companhia oferecer. Quando você requere o bercinho, seu assento será automaticamente os primeiros da fila (mais espaçosos). Mas importante: se seu filho já é maior e não vai usar o bercinho, o melhor é escolher outro assento, já os da frente não levantam os braços, o que impossibilita as crianças de se esticarem pra dormir no colo dos pais.

Nossa experiência: Na Emirates eles têm a opção de bassinet, um bercinho de tecido preso na parede na nossa frente. A gente usou as mantas e travesseirinhos que eles dão pra forrar o fundo. As dimensões do berço não são grandes (eles recomendam pra até 12 meses, e o Nic com 6 meses já não caberia), mas pode ser bem conveniente pro bebê brincar sentado lá dentro, enquanto a gente come, por exemplo.

Já pela Qantas, se não tivéssemos feito o check-in online, eles teriam colocado eu e o Rafa (com o Nicolas) em poltronas separadas (mesmo tendo a opção juntos). Estranho… E na última viagem, o sistema deles estava fora do ar, então tivemos que fazer o check-in normal. Resultado: fomos parar nas poltronas 42, última fila do avião…

2. Documentos

Mesmo bebês de 1 semana de vida precisam de passaporte pra viajar internacionalmente (fora da América do Sul), visto se necessário e sua própria reserva de voo.

Nossa experiência: o Nicolas nasceu na Australia, mas é brasileiro, pois temos visto de residência temporária e não permanente. Mas conseguimos tirar o passaporte dele através do consulado do Brasil em Canberra pelo correio, só tendo que enviar foto, registro de nascimento (tirado na cidade onde ele é natural) e pagar a taxa. Pro visto, enviamos o passaporte dele pra Embaixada Australiana em Perth que reconheceu nosso visto e concedeu o mesmo a ele, sem burocracia, de graça e tudo pelo correio.

3. Restrições

Acho que hoje em dia todo mundo sabe, mas vale a pena repetir que não pode levar frascos com líquidos maiores que 100ml. No entanto, frascos com água e mamadeira pra bebê é liberado.

4. Carrinho

Vale a pena levar, pois será útil tanto no aeroporto, quanto na cidade. Alguns aeroportos permitem que você chegue com o carrinho até a porta do avião, o qual estará na porta na hora de você sair.

Nossa experiência: Aqui na Australia eles não permitem isso, mas costumam fornecer uns carrinhos (apesar de meio sujos e só pra bebês que já sentam, pois não reclinam). Em Guarulhos só quem empresta carrinhos é a TAM (e também não sei se permitem seu próprio até o avião). A infraestrutura do aeroporto de Dubai foi a melhor que já vimos pra se viajar com crianças: tem carrinhos novinhos que reclinam um pouco e tem banheiro com trocador em todo lugar.

Outra coisa boa que fizemos foi levar o canguru, onde o Nicolas dormiu a maior parte do tempo (só no aeroporto, não pode ser usado no avião). Hoje em dia a gente deixa ele andar à vontade no aeroporto, até cansar… fica mais fácil pra fazê-lo dormir no voo mais tarde.

5. Bagagem de mão

Leve somente o essencial: uma opção de roupinhas quentes e outra de roupas leves, brinquedos, o “lovey” (aquele paninho ou ursinho que ele não larga pra dormir), a chupeta (se ele usa), o copo de água, sua colher (eu sempre levo, pois as do avião são grandes demais), os itens pra trocar fralda todos juntos, potinhos com fórmula e mamadeira (se o bebê não mama no peito) e uns lanchinhos (se ele já come). Recomendo fazer uma lista dos itens que nunca podem faltar e usar sempre esta lista pra qualquer viagem que façam.

6. Fraldas e idas ao banheiro

Eu costumo levar 1 fralda pra cada 2 horas de voo e lencinhos umidecidos num compartimento plástico da Huggies próprio pra viagens (é fino e não ocupa muito espaço). Se seu suplimento de fralda acabar, eles têm no avião. Assim, já deixo 1 fralda com os lencinhos enrolados naquele protetor alcochoado (change mat) e é só o que eu levo pro banheiro apertado do avião – nada de bolsas gigantes mais bebê lá dentro!

7. Distração durante o voo

Se o voo é diurno, brinquedos são essenciais. Leve os brinquedos favoritos do seu filho (desde que não sejam grandes e barulhentos) e surpreenda-o com alguns inéditos. Eu costumo levar muitos, mas todos pequenos, incluindo livrinhos, chaves, carrinhos (que o Nic ama!) e potinhos de tupperware pequenos com coisinhas dentro, pra ele ficar abrindo e fechando, tirando e pondo. Outra coisa que o Nic gosta é ficar olhando pela janela, e eu contando que a gente tá vendo nuvens, sol, céu. Da última vez, também levei uma calculadora de 5 dólares pra ele brincar de apertar e levei nossos narizes de palhaços e óculos de olhos que saltam. Sorte que não precisamos usar os últimos. 🙂 Pra crianças maiores, sempre é bom levar um smartphone ou tablet com seus apps favoritos, massinha de modelar, moldes pra massinha, papel e lápis de cera, adesivos, papel colorido e cola em bastão.

E prepare-se com uma boa dose de energia e disposição pra distraí-lo por horas! Você vai precisar.

Nossa experiência: o voo da Emirates é ótimo pra crianças. Eles têm tela individual com filmes infantis, desenhos e jogos e um controle remoto com inúmeros botões iluminados (só isso já vale pra mantê-los distraidos por um bom tempo). Eles também dão puppets de mão, um kit de cuidados com o bebê e papinha no voo (apesar do Nic não comer). Ah! E eles também tiram foto da gente com a criança com uma polaroide! Na Qantas, alguns aviões têm tela individual, mas sem controle remoto e eles dão um kit pra colorir.

8. Cinto de segurança

Pra crianças que vão no colo, tem um cinto próprio pra eles, que fica preso no seu. Tem que usar toda vez que os sinais pra usar estão acesos, ou seja na decolagem, aterrissagem e nas turbulências. É necessário, mas não deixa de ser muito chato, principalmente quando o bebê está dormindo e pior ainda se ele está dormindo no bercinho.

Nossa experiência: no voo de Dubai pro São Paulo tem muita turbulência (culpa daquela meso-oceânica! :-)) e várias vezes tivemos que tirar o Nicolas, que finalmente estava dormindo, do bassinet, passá-lo pro nosso colo e colocar o cinto, no que ele SEMPRE acordava chorando e pra 1 minuto depois a turbulência passar. Mas por outro lado, seria total irresponsabilidade nossa não usar o cinto quando indicado.

Também tentamos manter o Nic no canguru durante o voo, mas eles não deixam. Nunca entendi porque… Se alguém souber…

9. Assento pra criança e bebê conforto

Até dois anos de idade criança não paga passagem e viaja no colo, mas se seu filho já tem mais de 1 ano e você tem condições, recomendo fortemente comprar um assento só pra ele se a viagem for longa. A maioria das companhias permite e inclusive recomenda o uso do bebê conforto nesse caso. Mas atenção, pois apesar de mais seguro, é bem burocrático o uso de cadeirinha de carro no avião. Você tem que conseguir autorização pra companhia área pelo menos 24 horas antes do voo e a cadeirinha tem que ter o selo de segurança do país (pelo menos é como funciona aqui na Australia).

Outra vantagem do assento só pra ele, é que não precisamos dividir as refeições com ele. Comidas especiais pra bebês podem ser pedidas na hora de fazer a reserva ou o check-in online, apesar que nunca chegamos a fazer.

Nossa experiência: a gente levou o bebê conforto do Nicolas no ultimo voo de 6 horas e valeu muuuuuito a pena, principalmente porque ele está acostumado com viagens de carro. Ele se comportou bem e ficou na mesma altura da bandeja, o que foi ótimo pra ele rabiscar com seus gizes de cera.

10. Stop over

Se o voo for longo demais (15 horas pra gente é o limite) recomendo quebrar a viagem e parar nem que seja 1 dia numa cidade no meio do caminho. É a oportunidade de dormir numa cama antes de seguir a viagem, comer direito e respirar outros ares, além de poder conhecer um novo lugar, quem sabe. Muitas companhias aéreas têm a opção de ‘stopover’ na hora de marcar o voo.

Nossa experiência: 28 horas entre Australia e Brasil seria cruel demais, com a gente e com o Nicolas, então paramos 3 dias em Dubai na ida e 1 dia na volta. O unico inconveniente foi ter que pagar 300 dolares por todos, pelo visto de turista, mas não conseguiria imaginar termos voado direto. Sem falar que nos divertimos muito, conhecemos um lugar espetacular e ajudou na adaptação gradual do fuso horário. E na viagem pro Canadá, vamos fazer a mesma coisa e parar por alguns dias no Hawaii. Nada mal, né?

11. Comida e líquidos

Os horários de comida são meio imprevisiveis no avião e a gente nunca sabe qual será a reação dos nossos pequenos quando a comida chega – o Nic não come quase nada! Então eu sempre levo lanchinhos leves como backup: iogurtes com o mínimo de açúcar em uma bolsa térmica pequena, sanduichinhos de queijo com ricota, biscoitos de arroz ou maizena, barra de cereais pra crianças, queijo picadinho. Frutas secas é uma ótima pedida, mas o Nic cospe tudo. E eu levo tudo numa tupperware achatada, daquelas com compartimentos pra várias comidas diferentes.

E se seu filho come papinhas Nestlé, em todo voo que fizemos até hoje nos foram oferecidas, tanto a salgada, quanto a de frutas.

Água eu só levo uma garrafinha pequena e o copo dele com válvula (senão ele entorna, cospe e quer brincar), mas nos aviões costuma ter uma “torneira” perto da cabine onde a gente pode pegar água mineral (na Emirates tem). Se não, o jeito é ficar chamando os atendentes e pedindo água.

Suco o Nicolas não toma regularmente, mas em voos e viagens em geral é liberado (com controle). Tome cuidado se o suco tiver muito açúcar, pois não é recomendado pra crianças em voo, que ficam mais alertas que o normal.

Pra quem por algum motivo não amamenta, leve a fórmula do bebê em uns potinhos com compartimento pra dosagem certa e pelo menos 2 mamadeiras com água na quantidade exata. Se precisar lavar mamadeira tem que levar a buchinha pra lavar.

Remedinhos e homeopatia pode levar também, desde que em frasquinhos pequenos. Remédio controlado precisa da receita médica.

12. Seja flexivel

Se em geral seu filho só toma água, não come industrializados e assiste pouca TV, relaxe. Permita sucos e iogurtes industrializados, brincadeiras com o ipod e muita TV. No final das contas eles entendem que essas regalias são restritas a ocasiões especiais.

13. Hora de dormir

Bebês pequenos dormem mais facilmente, normalmente mamando, mas se você consegue fazer seu filho de mais de 1 ano dormir num voo, parabéns, você é uma mamãe vencedora! E pra tentar atingir este feito tem que usar muito a imaginação pra improvisar as condições que seu filho esteja habituado pra dormir, só que em meio a luzes, movimento, barulho, piloto falando e o tal do “pim!” toda hora. E veja bem, não vale soníferos, mas vale cantar, pegar no colo e ninar, tampar com uma manta tipo cabaninha pra ficar mais escurinho, contar historinhas, colocar os foninhos do ipod perto do ouvido dele com musicas de ninar ou deitar espichado nos colos da mamãe e do papai. E se algo disso funcionar, aproveite e não deixe de dormir também!

Nossa experiência: Na viagem pro Brasil, o Nic tinha 5 meses, estava constipado, sofria com refluxo, e portanto estava super incomodado durante o voo (tadinho…). Ele não aceitava ficar deitado, só queria colo, acordava com facilidade e mais: naquela época ele estava acostumado a dormir sendo embalado enquanto a gente dançava ao som de Falamansa! Isso mesmo! Então o que eu fiz, foi levar o ipod (totalmente recarregado) e segurar os fones perto do ouvido dele enquanto eu, em pé no voo, dançava um forró pra fazer ele dormir! Algumas pessoas riam, outras olhavam sem entender, mas eu não tava nem aí, só queria que o Nic dormisse!

14. Pressão e dor de ouvido

Eu sinto essa dor na aterrissagem de todo voo longo e é MUITO ruim, então entendo o que as crianças sentem. O que alivia pra eles é peito, mamadeira, chupeta e… o “Mickey” na hora da aterrissagem. “Mickey” é colocar dois copos de plástico, um em cada ouvido, com um pouco de guardanapo embebido em água quente (tem que escorrer a água que sobra). Você pode pedir pros atendentes que a maioria conhece e pra mim o vapor minimiza bastante a dor.

15. Atendimento preferencial pra quem viaja com bebês

Já usamos no aeroporto de Guarulhos e em Dubai pra fazer o check-in e entrar no avião primeiro. Na Australia não existe.

16. Os outros passageiros

Por fim, não se sinta culpada pelas estripulias e falatório do seu filho durante o voo. Peça desculpas e tente controlar se seu filho cutuca as pessoas, balança o assento delas ou joga brinquedos ou comida nelas, mas não se desculpe por seu filho correr, rir, falar e chorar. Mesmo que ele chore muito. Isso acontece e faz parte de qualquer voo, pra qualquer lugar.

PS:Mais dicas nesta entrevista que eu e outras mães demos pra iG Delas. Passa lá!

PPS: A Luciana Misura escreveu um post ótimo falando dos prós e contras do voo noturno e diurno.


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Nossa primeira Garage Sale

Gente, super prático esse negócio de Garage Sale, viu! Aqui na Austrália é mega popular e faz quem quer. Todo sábado tem dezenas na cidade. Basta juntar a “tralha” que você não quer mais na sua casa, anunciar a venda no jornal local, colocar sinais indicando sua Garage Sale, levar tudo pra garagem, quintal ou varanda, e se munir de muitos trocados e um sorrisão na cara. Tem gente aqui que é profissional nesse negócio e compra pra revender mais caro depois. Às vezes se encontra muita coisa boa mesmo, e por uma bagatela , mas algumas pessoas vendem até mesmo roupas manchadas, sombrinha com buraco ou móveis caindo aos pedaços. Mas é como dizem: o que é lixo pra você, pode ser um verdadeiro tesouro pra outro.

Pra vender nossos móveis e eletrodomésticos, primeiro anunciamos tudo em um blog que repassamos pro máximo de pessoas aqui. Só assim já conseguimos vender metade das coisas, e tudo por um bom preço. O que sobrou levamos pra nossa garagem e fizemos o Garage Sale no último sábado. A gente pensou que iríamos ter que passar o dia todo sentados lá fora esperando as pessoas chegarem, olharem e irem embora de mãos vazias, pra no final termos que vender tudo quase de graça pra uma loja de segunda mão. Mas qual não foi nossa surpresa, quando vimos umas quinze pessoas parando seus carros em frente à nossa casa às 7 da manhã e não paravam de chegar! E olha que havíamos anunciado no jornal pra começar às 8h e com a intenção de ir até às 17.

Foi uma loucura total e às 10 da manhã já tínhamos vendido tudo!

Me lembro de um momento, que pareciam haver umas mil pessoas ao nosso redor, naquela garagem pequena, umas pagando, outras pedindo troco, ou uma caixa pra levar os pratos, ou uma sacola pra torradeira e cada uma perguntando por uma coisa diferente ao mesmo tempo:

–  Isso funciona mesmo, hein?

– Funciona sim, tem tudo dois anos de uso, ou menos. E lá ia a gente ligar na tomada pra mostrar que o liquidificador, ou o microondas, ou a impressora realmente funcionava.

– A televisão inclue o dvd player?

– Inclui sim, mas daí o preço aumenta, sir – respondia a gente.

– Quanto é essa tábua de carne, minha filha? – perguntava uma mulher, apesar da grande tarjeta anunciando claramente 5 dolares – É três dólares? – arriscava ela com um sorriso.

– Sim, é três dólares, madame…  mas só pra senhora! Só pra senhora, viu?!

Teve uma hora que eu não acreditei. O Rafa chegou pra mim dizendo “Lu! Não deu nem tempo de eu escovar os dentes! Aquele cara chegou batendo na porta e pedindo pra ver a televisão! Pega o Plax lá pra mim!!!”.

E foi no meio dessa bagunça toda, que de repente, a gente olha e…  CADÊ O NICOLAS? Há um segundo ele estava ali do nosso lado comendo iogurte e agora? Deixamos todo mundo lá na garagem pra procurá-lo e o Rafa foi encontrá-lo no vizinho, do outro lado da rua!!! Que susto tremendo! E na falta de muros ou um portão pra limitar suas andanças, a partir desse incidente, passamos a tentar manter o Nic só no colo. Mas quem disse que ele queria, né? Afinal ele tinha acabado de conhecer o doce sabor da aventura e do desbravamento, e então ficava se contorcendo no colo até conseguir descer e depois saia correndo. Então passamos a revesar pra tomar conta dele, enquanto o outro ficava lá na jaula com os leões famintos por uma barganha.

Ufa! Mas deu tudo certo, apesar de não estármos preparados pra tanta gente de uma só vez.  E foi só aí que nos demos conta que não tínhamos sequer tomado café da manhã ou mesmo colocado os avisos na rua!

Que experiência!

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Nic e Moey

Os pais da Anita nos deram um livro ex-ce-len-te chamado Brincadeiras Criativas Para o Seu Bebê. Eu fiquei emocionada só de folhear o livro, que ensina a fazer entre outras coisas, bonecas de pano, marionetes, animaizinhos de lã, sinos de vento e um quadro lindo de pano, cheio de bolsos e ilustrações pra ser usado pra criança guardar seus brinquedos dentro do contexto criado no quadro (uma fazenda ou uma casa, por exemplo).

Daí eu comecei a ler, e fiquei ainda mais apaixonada. O livro segue a pedagogia Waldorf /Rudolf Steiner, cuja proposta é eliminar a palavra “pressa” quando nos inserimos no mundo infantil. A criança deve brincar e SÓ brincar, pelo simples prazer da brincadeira, além de ter muito contato com a natureza. Nada de torná-la uma unidade competitiva precoce, tendo que aprender isso e aquilo pra acompanhar o mundo acelerado de hoje.

E isso serve pra nós pais também, pois é uma grande oportunidade pra gente  parar, sentar e soltar a imaginação, colocar um pouco de nós mesmos nos brinquedos e depois brincar com a criança. Inventar estórias com ela, improvisar materiais como utensílios da cozinha, tecidos, pedrinhas ou madeira pra criar o cenário, e até mesmo encenar situações reais, o que pode ajudá-las no entendimento do que é certo e errado e seu papel na sociedade.

E dessa forma, a criança se desenvolve de forma tranquila, sem forçar e aprende o que é mais importante nessa fase da primeira infância: a se reconhecer como individuo, a se relacionar de forma carinhosa e respeitosa com os outros e ter autoestima.

E a interação pais-filho não poderia ser mais gratificante e enriquecedora… claro, se a gente se abrir pra isso, né? Participar das brincadeiras, facilita a construção de relações de confiança, a entrarmos no mundo lúdico delas, divertirmos juntos,  ensinarmos e também a aprendermos…

Os brinquedinhos do livro são mais próprios pra crianças até 2 anos, mas alguns podem ser usados até 5-6 anos, como o quadro por exemplo. O primeiro brinquedinho do livro que eu fiz foi essa bonequinha, que eu e minha irmã chamamos de Mel, mas o Nicolas a chama de Moey. Então é claro que agora o nome dela é Moey.

E sem essa de que menino não pode brincar com boneca, né gente? Afinal uma boneca nada mais é que a reprodução de um ser humano e eu acredito que brincar de boneca contribui pra que a criança se torne um pai ou mãe amorosos no futuro. Sem falar que os meninos sempre podem colocar uma boneca dentro de um carrinho e com isso dirigir com segurança! 🙂

Pra fazer a Moey, eu usei umas mantinhas que o Nic não usa mais, de pano bem macio e cores lisas, como sugerem no livro, e costurei à mão (como a corujinha, lembra?). Eu demorei dois dias pra terminar, entre uma atividade e outra. As características da boneca são bem simples, com expressão neutra, justamente pra deixar espaço pra que a criança imagine qualquer emoção humana quando estiver brincando. E uma vez que a boneca esteja pronta, é  importante tratá-la com o mesmo cuidado e carinho com que tratamos nosso filho, pois são estes os cuidados que estaremos despertando nele e é o que ele vai tentar imitar.

E isso é certo. O Nic adora a Moey, a pega com cuidado, abraça, beija e fala “Ei, Moey, ei neném”. E coincidência ou não, agora ele tem tentado abraçar toda e qualquer criança que encontra. Se abaixa pra olhar nos olhos, toca o rosto com cuidado e fica chamando de neném. Pena que aqui as pessoas desaprovem esse comportamento, mesmo entre crianças. Eu fico com dó de ver elas se afastando do Nicolas e dizendo “don’t touch me!”, mas por outro lado entendo, pois quando ligo a TV, vejo programinhas com bonecos cantando “Não toque, nunca encoste nos outros. Guarde suas mãos só pra você, tum, tum, tum”, e crianças dançando ao redor numa coreografia com os braços cruzados atrás ou no peito.

Mas é assim. A gente tem que se adaptar à cultura de onde estamos. Sem falar que o mais importante não é abraçar e sim respeitar o outro, com suas diferenças. E isso é o que a gente espera que ele aprenda no final das contas.

* * *

E o Plantão da Mudança informa:

o processo de mudar pode ser muito bom! Bom pra reconsiderar e reciclar todas aquelas coisas que a gente acumula com tanta facilidade né? Já vendemos o carro, nossa casa tá ficando vazia, mais espaço pro Nicolas correr, menos móveis pra ele tentar subir. Sábado vamos fazer um Garage Sale pra tentar vender o que falta. A partir desse dia a gente vai pra um hotel, aqui na cidade mesmo. E na semana que vem vamos pra costa leste da Australia, onde começamos nossa viagem de um mês. Porque não dá pra sair da Australia sem ter conhecido Sydney, Melbourne e Tasmânia, né? Vou contando!


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5 bons motivos pro Nicolas ser um partidão quando crescer

1. Tem um gingado danado de lindo. Dança no ritmo da música, balança os ombrinhos, agita as mãozinhas imitando a coreografia, sabe sapatear e até mesmo cantar!

2. Asseadíssimo. Todos os dias, depois de ter jogado toda sua comida pelos ares comer tudo comportadamente, Nicolas ajuda sua mamãe a limpar sua bandeja, tarefa que ele executa com primor e entusiasmo (claro que não é culpa dele que a bandeja tenha aquelas bordinhas ao redor, que impedem um melhor resultado, né?).

3. Independente. Tão independente, que já quer comer sozinho – tá aí uma característica que talvez seja subestimada por você, amigo leitor, mas lembre-se que se hoje ele começa a querer comer sem ajuda, amanhã pode estar servindo sua própria comida no prato ou até me arrisco a dizer, ajudando a mamãe a lavar os pratos, huh? (e sim, o otimismo é uma das minhas qualidades :-)).

4. Aberto ao diálogo. Articulado com as palavras, tem um vasto vocabulário, ri com você e adora um bom diálogo, e só a gente sabe como dialogar é importante, né mulheres? Esse video ficou enoooorme, mas eu não quis editar muito pois sei que principalmente a familia vai adorar assistí-lo, então vai longo mesmo.

5. E claro, é lindo e um tremendo de um simpaticão…

* * *

Ei! Pssssiu! Agora vou te confessar um coisa. Mas bem baixinho… vem cá, vem cá: “Eu sei, também tô achando isso tudo excesso de corujice, né não? Pois é nesse ponto, que me uno à Roberta na seguinte reflexão: imagina que ele mal completou 16 meses e eu já estou nesse nível de corujice… Agora já pensou no tipo de sogra que serei no futuro? Já pensou? Eu sei, a coisa é grave… Mas abafa, abafa. Fica só entre a gente, tá?”

* * *

Pronto, agora não precisamos cochichar mais não. Então deixa eu te contar em que pé estão as coisas aqui com a mudança.

Bom, no momento, estamos na batalha pra vender a maior parte dos móveis, mas por um preço razoável, sabe. Olha só o que anda acontecendo: ítem foi comprado por $1.000, a gente pede $300.00 (trezentos!), galera quer dar $50! Dá não, né? Pelo menos algumas coisas a gente vai poder levar, pois felizmente a empresa vai pagar o transporte, mas eletrodomésticos não tem jeito mesmo, temos que vender… Sabe o focinho da tomada? Pois é, no Canadá é completamente diferente…. e isso, sem falar da voltagem, né?

O sofá também já foi vendido, pois era grande demais, e no momento estamos todos compartilhando a área de lazer do Nic em tempo integral. Ah! E lembra do som que o Nicolas gostava de brincar?  Também já foi – mas claro que sem o aparato plástico… imagina que tava encarecendo demais o produto… 🙂

Então é isso, depois conto mais.


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Bye, bye Australia

Já tem quase seis anos que moramos fora do Brasil. Saimos não porque não estávamos satisfeitos morando lá, mas porque nossa profissão nos abriu as portas do mundo e acabamos ficando pelo mundo mesmo.

Eu e o Rafa formamos juntos em Geologia em 2003, em BH. Enquanto ele seguiu fazendo mestrado, eu fui trabalhar pra uma empresa de exploração de ouro no norte do Brasil, onde tive o privilégio de conhecer a rota não turística e virgem da Floresta Amazônica (mas também a tristeza de confirmar que em muitos lugares a floresta só existe mesmo no mapa).

Depois de um ano, fui convidada  pela empresa a fazer parte do grupo que trabalhava na Venezuela. Era a primeira vez que eu sairia do Brasil e fiquei entusiasmada em poder conhecer outra cultura e aprender outra língua. Aceitei sem pestanejar. Dois meses depois o Rafa me seguiu e lá moramos e trabalhamos por 3 anos. Apesar de estármos em um país com uma riqueza abundante de recursos naturais, conhecemos o sufoco de se viver e trabalhar sob as regras de um governo de mente e ações com-ple-ta-men-te desgovernadas.

A gente morava num pueblito chamado El Callao, no Estado vizinho de Roraima. Lá aprendemos o que é viver sem água potável (ou nenhuma), com frequentes quedas de energia, com falta de comida nos supermercados, medicina super precária, sem correio, greves por toda parte e a engolir seco ao ver colegas sendo perseguidos porque “ousaram” votar contra o governo (sim, pois o voto lá não é secreto). E que apesar de tudo isso, constatar que o brinquedo mais vendido no último Natal tinha sido o muñeco Chavez, o boneco do presidente. Pero así es la vida, todos diziam, e iam dançar calypso (captou alguma semelhança?). Pois se tivemos uma vida dificil, por outro lado nunca nos faltou amigos de verdade e muito calor humano. Nunca.

E em meio a tudo isso foi que decidimos que era hora de termos um bebê. Mas na Venezuela seria ‘demasiado’ complicado, então tínhamos duas opções: voltar pro Brasil e procurar outro emprego ou tentar uma vaga em algum outro país com melhores condições. Foi assim que conseguimos vir pra Austrália pela mesma empresa, e o resto vocês já sabem… Aqui temos tudo o que necessitamos pra levar uma vida bem boa – menos amigos.

Mas esse post não era pra falar tanta coisa. Era especialmente pra contar que nossa aventura pelo mundo ganhará um novo capítulo. Estamos há três semanas de sairmos de Kalgoorlie e daí viajar até chegar ao nosso destino: Vancouver, Canadá. Então, já imaginou o corre-corre aqui em casa no momento, né? E o frio na nossa barriga também? Pois é. Sem falar que acho que a gente já até esqueceu como é viver em uma cidade grande…

Bom, e com isso continuamos, pelo menos por mais algum tempo, neste estado de “estrangeirice”, levando com a gente aquela estranha sensação de pertencermos ao mundo, mas ao mesmo tempo a lugar nenhum… Sentindo a emoção de experimentar o novo a cada dia, mas continuar levando no coração a saudade, e o desafio de preservar ao máximo nossa cultura e repassá-la ao pequeno Nicolas (e agora, tentar promover mais e mais viagens pro Brasil!).

Mas como disse a Economist, “não podemos esperar ter tudo. A vida é cheia de escolhas, e pra escolher uma coisa é necessário abrir mão de outra. O dilema de se viver como estrangeiro é a liberdade versus a fraternidade – os prazeres de ser livre versus os prazeres de se pertencer. Quem mora em seu próprio país escolhe os prazeres de se pertencer. Já o estrangeiro escolhe os prazeres da liberdade, e as dores que acompanham.” *

E seguimos Nicolando por aí…

*(tradução livre)


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Patti aqui, Patti acolá

E a Patti voltou pra terrinha… 😦  Mas não antes de colorir nossos dias com sua alegria, sua espontaneidade e deixar muitas saudades…

Saudades daquela algazarra todo dia de manhã, do jeito dela de contar seus casos, da sua voz ‘discreta’ que se escuta a quilômetros de distância, de lembrar das nossas histórias de infância com o Rei e o Nael, de falar dos gatos que já tivemos (que Miri!!!), de rir das briguinhas divertidas entre ela e o Rafa, das horas que passamos fazendo palavras cruzadas ou resolvendo problemas de lógica, das viagens com ela que ganharam um novo olhar, do Nic confundindo seu nome com a palavra sapato (sapatti?) e chamar tudo de ‘patti’, dos tratamentos de cabelo que me ajudaram a criar coragem de finalmente deixar de prender os meus, das nossas saidas divertidas pra fazer compras, do dia que ela dormiu no nosso quarto porque estava com medo do que eu chamo de “grilo-barata”, de rir das nossas fotos que não saíram tão boas (e que eu nunca vou postar aqui no blog! rs), de vê-la comendo curry e tomando leite em seguida pra tirar o gosto da pimenta, da ajuda dela pra correr atrás do Nic ou falar pra ele o nome dos mil objetos que ele aponta, de todo dia encontrar minha escova de dente com pasta, de observar sua paciência pra assistir o mesmo videozinho todos os dias com o Nicolas, de ver se formar seu vicio por Seinfeld, cookies, Weet-Bix, iced mocha e torradas com manteiga e geléia, da gente chorar de rir das coisas mais bobas do mundo… Tudo tão simples, mas tão, tão bom…  

Patti, minha irmãzinha e amiga, obrigada por ter vindo!

E o Nic, às vezes acho que está entendendo que você já foi embora, até o momento que ele interrompe uma brincadeira do nada e levanta falando Patti!, Patti!, Patti! e sai te procurando em cada cômodo da casa. Aí de repente ele passa por um caminhãozinho e começa a brincar feliz da vida. Hoje ele acordou com um acesso de choro, acho que estava sonhando. Levantou e foi direto pro seu quarto, depois foi sentar no chão da sala com a cabecinha baixa, como que desolado. Daí eu cheguei e perguntei se estava tudo bem e ele falou sorrindo Mami!, com aquela vozinha que você sabe.

Eu gostaria de ter postado as fotos da sua visita à medida que fossem sendo tiradas. Mas não dava pra deixar sua companhia pra postar tantas fotos. Então, vou tentar fazer uma seleção dos melhores momentos. No próximo post eu coloco as fotos da nossa viagem pra Perth nessa última semana.

Beijos com saudade…

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Esse foi o dia que o Nic andou pra todo lado com o ‘rake’ trombando nos móveis e querendo arar a casa toda. (Mãe, aproveita pra ver o Nic de cabelo cortado, que você me cobrou!)

O dia que visitamos a Broad Arrow, a taverna com as paredes cobertas por nomes de pessoas de toda parte do mundo. Foi difícil é encontrar um espacinho pro seu, né Patti? Mas uma visitinha ao banheiro resolveu o problema…rsrs Também aproveitamos pra rever nossos nomes que escrevemos na nossa primeira visita à Austrália, há 5 anos atrás, e colocar o nome do Nicolas pertinho do nosso (tem que clicar na foto pra ver).

E a risaiada pelas ruas de Kalgoorlie, culminando com uma foto com a estátua do Paddy Hannan. Muito fofos os dois! 🙂

Quando fomos à biblioteca pública e descobrimos uma sala nova só pras crianças.

O dia que desbravamos as passagens secretas e antigas do museu de mineração e terminamos  na loja de souvenirs rindo dos canguruzinhos à corda que dão cambalhota no ar. E foi ótimo descobrimos aquela mesinha cheia de lápis e papel pro Nic se distrair enquanto a gente andava pelo museu, né?

O dia que visitamos o lago de sal em Kambalda.

E depois o Super Pit.

O dia cheio em que recebemos duas visitas bacanas: a da Clods com sua família que cresceu e a da sempre divertida Natália.

O inesquecível frio na barriga do dia que nos aventuramos com você no volante na mão inglesa! Foi super emocionante, mas deu tudo certo!

E por fim, o Nic aproveitando o aconchegante colinho da dindinha… Tá vendo, não dá pra culpá-lo por sentir saudade… Mesmo que ela venha em pulsos! 🙂

Até a próxima, Patti! Amamos você!


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Beleza pura

Tem mãe que tem mania de achar que a culpa nunca é do filho. E eu quase caí nessa, até perceber que o Nic teria chorado de qualquer forma no seu primeiro corte de cabelo. Depois daquela experiência, cheguei a considerar cortar o cabelo dele eu mesma dali pra frente (e até me vestir de Bozo, vejam bem). Mas logo vi que eu não tenho dom pra isso (o corte) e desisti. Sorte dele.

Tentamos então outro salão. Pra distraí-lo, eu e minha irmã selecionamos vários objetos que fazem os olhinhos do Nicolas brilharem e as mãozinhas coçarem, mas que eram terminantemente proibidos, até aquele dia.  E ainda por cima, o cabeleireiro desta vez era super simpático e atencioso. Mas nada funcionou. O Nic chorou do início ao fim e não queria saber de nada. Sorte que o moço era super ágil com a tesoura e cortou bem e rápido. E no final, ainda o ofereceu um pirulito, dizendo que era pra ele associar a experiência com algo bom. Mas o Nic, como um bom menino que não está acostumado à açúcar, saiu mordendo o cabinho de plástico ao invés de chupando o pirulito. 🙂

E já que eu estava em clima de salão de beleza, acabei animando ir a uma manicure aqui pela primeira vez. Mas só porque ganhei um ‘vale’ do grupo de mães no dia do meu aniversário, do contrário não sei se teria coragem de pagar 40 dólares pra fazer mão, 55 pro pé, ou 22 só pra passar esmalte. Pelo menos, já ouvi falar que pedicure tem todo um ritual envolvendo massagem nos pés, toalha quente e cremes…

Mas eu queria fazer minha mão. Minha amiga Natália já tinha me avisado que não era tão bom, mas aproveitando que a Patti ficaria com o Nic, fui lá conferir.

O ambiente era bacana, com músicas de sons da natureza e tal. A moça tinha a voz bem calma e por um momento achei que fosse começar a escutar “feche os olhos e imagine que você está caminhando numa floresta tranquila…”, até que ela dispôs sobre a mesinha três lixas com diferentes texturas. Lixou e poliu à perfeição por 15 minutos. Depois, alcançou um instrumento de metal. Não era o alicate de unha, pois aqui não tiram a cutícula. Empurrou bem a cutícula pros cantos e cortou o excesso. Depois, foi a parte mais surreal do processo, que eu fiquei acompanhando sem acreditar: ela, na maior cautela do mundo, passou o esmalte lentamente evitando não encostar na cutícula. Ela inclusive entortava a boca e mordia a ponta da língua, como todas as pessoas que fazem algo que lhe exigem tremenda concentração e precisão.

E assim, depois de mais 15 minutos, saí com as unhas todas pintadas no centro e aquela borda milimétrica ao redor. Ri muito e cheguei até a pensar em preencher aquele espacinho com um esmalte de cor diferente. Mas como não tenho habilidade pra tanto, desisti. Sorte minha.