O lado cômico da maternidade


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E por falar no Nicolas… hoje ele faz 4 anos

Por a gente morar fora, eu sempre fui um pouco apreensiva com a ideia de ser a principal propagadora da língua materna pros meus filhos. Afinal, sou mineira e portanto, uma irremediável decepadora de palavras. Outro dia, passávamos perto de um estacionamento e Nic gritou entusiasmado:

– Mamãe, alá que tan’de carro bunito!

Fechei os olhos, dei de cara com meu âmago e disse pra mim mesma “vixe, agora que o estrago já foi feito, xá pra lá.”

Mas segundo meu marido, a mineirice é o de menos. O problema são mesmo minhas esquisitices. Pois que culpa tenho eu de achar que palavras como “cílios” ou “passas” combinam mais no plural, gente?

– Tem UM CÍLIOS agarrado no meu lápis. (lin-do!)

– Quem pegou A PASSAS que estava no meu pires? (a-ha-so!)

– Fui comendo UM MUFFINS no ônibus. (claro, ataco no inglês também)

Assim que um dos passatempos prediletos meu e do Nic, não podia ser outro: adoramos brincar com o português. Quando estou cozinhando, na hora do banho ou quando saímos pra caminhar. Além de inventarmos várias palavras engraçadas, a gente adora brincar de sufixo.

– Nicolas, quer comer uma panquequícolas? Estão delicícolas! Provícolas!

No que ele me responde:

– Sim, mamãe. Põe duas panquecães! E tem sucãe de maçãe?

E rolamos de rir. Coisas de mãe e fícolas. Histórias pra gente lembrar pra sempre.

E por falar em histórias, taí outra coisa que ele gosta, especialmente da forma que eu tenho contado. Sua preferida é a do Chapeuzinho Vermelho. Só ontem tive que contar 3 vezes! Pra ele, o mais divertido é que eu vou trocando algumas palavras nas histórias, fingindo confusão:

– Era uma vez, Chapeuzinho Cinza. Ó! Não, Chapeuzinho Rosa. Não! Chapeuzinho Vermelho! Ah, agora sim. Pois bem, Chapeuzinho Vermelho ia levando doces pro Lobo Mau. Ó, não! Pros três porquinhos. Não? Ah, sim, pra Cuca! Não? Pra quem então?

Nesse ponto Nic não consegue nem responder, de tanto que ri. Eu simplesmente adoro isso. O único problema é que uma história que poderia ser contada em 5 minutos, dura 20. Mas compensa, especialmente agora, que ele voltou a ir pra escolinha e vamos andando todos os dias pra lá. Tempo pra contar histórias é o que não falta.

(primeiro dia de pré)

E por falar em escolinha, Nic voltou de vez. Nada como esperar o tempo certo da criança. Pra quem acompanhou, ano passado já tínhamos tentado, mas ele chorava demais e todo dia dizia que não queria ir. Por mais que a gente gostasse e acreditasse que aquela escola era ótima, não dava pra ignorar seus apelos. Então resolvemos esperar.

(o quintal da escola)

Hoje, como ele está mais maduro, completamente desfraldado e entendendo e falando várias coisas em inglês, Nic está realmente aproveitando mais. Adora a professora, os amiguinhos, a comida e todas as atividades lúdicas de lá.

E por falar em atividades, sua paixão número 1 é caminhar. Caminha, lidera por trilhas, sobe e desse morros – tudo, enquanto coleciona galhos, pedras e folhas.

Ah! E não deixa um lixo pra trás: “mamãe, não podemos deixar esse lixo aqui. Vamos encontrar um lata pra ele morar?” – me diz ele. Mas quem carrega o lixo sou eu. Engraçadinho.

Além de caminhante inveterado, também tem gostado muito de andar de bicicleta (coisa que não gostava) e adora seu velho e bom taekwondo, assim como as recém iniciadas aulas de natação. Pra nossa surpresa, sua professora, que é canadense, também fala português – tudo porque morou um tempo no Brasil. Mas o mais bonitinho foi ele ter ficado intrigado com o fato dela falar nossa língua: “mamãe, mas como? como ela sabe falar português? me explica?”. Gostei da percepção dele.

Como sempre, ainda ADORA um balanço, mas por outro lado, voltou a ter medo dos escorregadores grandes: “não, hoje não… vou escorregar outro dia” – sempre me diz ele. Mas nunca vai. Tem dia que prefere brincar com a Lily que desafiar um escorregador.

E por falar em Lily, ah… ela é sua paixão. Sempre cuida dela, brinca, faz gracinhas pra ela rir e é muito, muito carinhoso. Tudo bem que ainda reluta em emprestar seus carrinhos, mas tá aí uma paixão que vem de desde muito antes da Lily, né? Não dá pra superar assim em poucos meses. Se Lily está chorando, o Nic para o que estiver fazendo pra ver o que é: “o que é mamãe? ela machucou? tá com sede? com fome? quer que eu dou água pra ela? quer que eu canto música?”. Um amor. Sem dúvida, sua companheirinha favorita.

E por falar em favoritas…

Música? Palavra Cantada, Amor I love you (Marisa Monte), Father and son (Cat Stevens)

Vegetal? Brócolis, muitos brócolis

Frutas? Maçã, uva e kiwi

Comida? Arroz e carne

Bebida? Leite

Café-da-manhã? Panqueca com meladinho (maple syrup)

Veículo? Caminhão de bombeiro

Língua? Português (adora!), mas só brinca falando inglês.

Cor? Verde. Às vezes azul.

Sorvete ou chocolate? Sorvete e chocolate.

Livros? Coleção da Stella and Sam

Desenhos? Stella and Sam, Diego e Toupe and Binou

Amiga imaginaria? Uma trilha.

Principais defeitos? Teimosia e certa dificuldade em obedecer ordens.

Mania? Ao contrário da mãe que jogava suco na comida, Nic adora jogar comida no suco.

E por falar em mania… Nic faz perguntas, mas raramente aceita as respostas. Nunca dormia de meia, hoje não dorme SEM meia. Está sempre se escondendo pela casa e lá do seu “esconderijo ultra-secreto” me grita: “mamãe, pergunta ‘cadê o Nicolas?‘”

E por falar em Nicolas… hoje ele faz 4 anos.

Feliz Aniversário, meu menininho. Te amo muito, do fundo do meu coração!

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Ontem, pra comemorar o ultimo dia do Nic com três anos, postei diversas pérolas dele na fanpage no facebook. Passa lá pra ver!


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O orvil átse erbos a asem (ou crianças bilíngues)

Quando eu era criança, me achava super esperta por não acreditar em Papai Noel, nem naquela baboseira de que a gente não cresce se alguém passar a perna por cima da nossa cabeça ou que nasceria uma verruga no meu nariz se eu contasse estrelas no céu apontando com o dedo. “Tem que ser muito bobinho pra acreditar nessas coisas”, pensava eu.

No entanto, jurava de pés juntos que, primeiro, tinha um gorila morando no telhado da casa da minha avó. Segundo, que aquele barulhinho de grilo à noite, sabe qual? — psc, psc, psc — então, eu ju-ra-va que esse barulho era de estrela piscando no céu e ficava deveras intrigada como que mesmo em noite nublada eu continuava escutando as estrelas tão nitidamente. E terceiro, tinha absoluta certeza que pra falar inglês bastava falar as palavras em português, só que de trás pra frente.

Assim, num belo dia eu me convenci que sabia falar inglês.

E, claro, contei pra deus e o povo que além de extra-terrestre (Venusiana, dá licença?), também dominava a tal língua estrangeira. Por isso, vira e mexe, tinha um me perguntando como se falava isso ou aquilo em inglês. As palavras pequenas eram fáceis, num instante eu traduzia. Flor? “Rolf”. Casa? “Asac”. Ovo? Era “ovo” mesmo, engraçado. Agora, palavras maiores eu gastava um pouco mais de tempo. Árvore? Eu tinha que embromar, perguntar mais de uma vez pra ganhar tempo, escrever no chão com um pedaço de tijolo:

– Á-r-v-o-r-e, é isso mesmo que você quer saber?

E daí a resposta vinha: “Erovrá”.

Mas nada me fascinava mais que os nomes. Adorava pensar em como cada uma das pessoas que eu conhecia se chamaria se morasse nos EUA. Eu por exemplo, seria Anaicul. Feio, eu achava. Bonito era o da minha amiga Regina: Aniger. Que sorte a dela. Ou da Amanda: Adnama. Mas um nome que pra mim era imbatível na lindura anglo-saxônica era o do meu irmão Reinaldo: Odlanier. Que tudo!!! Odlanieeeeeer… Vivia eu repetindo. Era um inglês classudo, assim com um leve sotaque francês, né?

Bom, claro que minha pose de tradutora não durou muito. Um dia veio a lambisgóia da “Yllek”, que talvez, prevendo que não iria fazer a menor sucesso nos Estados Unidos com esse nome, me desmentiu na frente de todo mundo dizendo que não, que maçã não era “ãçam” em inglês como eu afirmava, mas “apple”. E encheu a boca pra falar: ÉPOL.

Aquilo me encasquetou por dias – até que um tio meu me confirmou. Sim, maçã era mesmo “épol”, mesa era “têibol” e cachorro, bom, cachorro não era “orrohcac” como eu já tinha espalhado pra todo mundo. Cachorro era simplesmente “dóg”, muito mais fácil inclusive.

Foi aí que meu mundo paralelo desmoronou soterrando pra sempre a Anaicul.

* * *

Mas fato é, que depois de toda a dificuldade que eu passei pra “traduzir” palavras pro “inglês” eu cresci com aquela impressão de que qualquer criança que falasse o idioma fosse inteligentíssima, sabe? Uma vez fui a uma festa na casa de uma amiga e lá tinha um menininho nascido no estrangeiro, mas que passava férias no Brasil. Ele tinha 4 anos e falava tudo em inglês. E eu, mesmo já sabendo que ele não precisava pensar em português, inverter as palavras todas na cabeça e depois formar frases inteiras, olhava abestalhada de admiração pra aquela incrível miniatura de gênio.

* * *

Nic na Australia. Olha essa carinha! 😀

Daí que eu cresci, casei, fomos morar na Australia e eu fiquei pensando nessas coisas todas; que nosso filho nasceria lá e seria também um pequeno geniozinho falador de inglês. Não deu em outra, com 18 meses, Nic já sabia “bye bye” e “dog”. Repararam? Com 18 meses ele já sabia que era “dog” e não “orrohcac”. Inteligente é pouco esse meu filho.

Logo depois viemos pro Canadá. Mas como em casa a gente sempre falou só português e Nic continuava comigo em tempo integral, não viu outra saída senão inventar sua própria língua pra se comunicar com os amiguinhos canadenses na hora de brincar com eles. A língua era o “embromation” e consistia em embolar a lingua de forma a SOAR como inglês, mas sem na verdade proferir nenhuma palavra na língua. As outras mães achavam aquilo extraordinário e muitas vezes chegavam a pensar que ele estivesse SIM falando inglês… pra depois constatarem que “não, não está não. Mas como parece!”.

Enfim, fato é que ano passado experimentamos colocar Nic na escolinha, apenas duas vezes na semana, mas nem o “embromation” o salvou. Ele não gostava de ir, ficava frustrado por ninguém entendê-lo, chorava demais e depois de algumas semanas não quis mais saber. Eu até cheguei a brincar com ele, chamá-lo de Salocin pra ver se ele achava graça, mas ele não tava pra brincadeira não. Simplesmente emburrou com o inglês, com a escola, tudo.

E como ele só tinha 3 anos, insistir pra quê? Hoje, 6 meses mais tarde, posso dizer que Nic é outro menino, muito mais seguro, confiante. Agora ele brinca com as outras crianças, interage muito mais e fala um tanto de coisas em inglês. In-te-li-gen-tís-si-mo! 😀 E como vamos tentar a escolinha de novo depois das férias de verão, resolvemos contratar uma babysitter pra brincar com ele em inglês, duas horas por semana. Não é muito, mas é incrível como ele repete as coisas que ela fala, na mesmíssima entonação, com o mesmo sotaque.

Já a Lily, capaz que aprenda ainda mais cedo que o Nic, já que a gente vai continuar falando português em casa, mas possivelmente o Nic vai querer falar em inglês com ela. Who knows?

* * *

Bom, no mais, Anaicul empacotou mas Luciana continua com suas loucuras. A última tem sido passar o dia inteiro sentada encima de uma bola de pilates, o que parece ser a coisa mais efetiva pra acalmar, divertir e fazer a Lily dormir. Ela aproveitou e fez um video de algumas fofurices da Liloca, do alto dos seus dois meses e meio. Aí ó:

*

E sojieb arp sêcov! (inglês? Ta mais pra húngaro, né não? rs)


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Voa, passarinho!

O assunto da vez aqui em casa é a escolinha… e as outras crianças.

O Nic ainda não vai todos os dias pra escola, nem fica lá sozinho. Até ele fazer 3 anos tem que ir aos encontros acompanhado – mas tudo bem, porque a gente adora o lugar. E a filosofia da escola é tão bacana, que tem até influenciando algumas mudanças no nosso dia-a-dia em casa.

Pra começar, o ambiente chega a ser zen de tão tranquilo que é. Ninguém fica de sapato, todo mundo fala bem baixinho, e as atividades são todas calmas e… super ultra alternativas.

Quando que eu pensaria que um dia o Nicolas fosse frequentar uma escola onde se ensina a fazer pão? Pois lá se ensina. Ou a costurar, plantar, colher? Também. Tocar violino? Sim. Ou escrever um livro da sua vida enquanto é alfabetizado? Yep!

Claro que tudo isso vai acontecer no seu devido tempo. A única coisa que já se faz nos encontros e todo mundo ajuda é o pão. E é a coisa mais linda ver todas aquelas criancinhas bochechudas com suas mãozinhas gordinhas sovando a massa ao redor da mesa baixinha… E o mais interessante: cada um falando uma língua diferente – verdadeiros mini padeiros multiculturais.

O processo de “modelar” a massa é bem interativo – a gente conversa, canta, ri, acode um menino que tá comendo massa crua, outro que quer levar a massa pra passear de caminhão (precisa falar quem é?), faz cobra, que vira caramujo, que vira bola de futebol e daí vai tudo pro forno. E com a ajuda de musiquinhas todo mundo limpa, lava as mãos e vai brincar – as crianças com os brinquedos de madeira, os pais fazendo artesanato (vocês tinham que ver o Rafa costurando!!!). Isso, até o cheiro de pão inundar a sala e todo mundo ir comer junto e tomar chá.

Super legal.

E claro, que com essa convivência toda eu tenho aprendido muita coisa… A primeira, obviamente, aprendi a fazer pão e agora faço toda semana aqui em casa. Aprendi que o processo é longo, exige paciência, mas é muito compensador, pois ensina à criança a valorizar mais a comida, a saber de onde vem e treinar a paciência pro pão ficar pronto! Segundo, tenho tentado falar mais baixo – já controlar a risada eu nem tento mesmo. E terceiro, tenho aprendido a confiar mais no Nicolas.

Eu explico.

O bom de se morar fora é que a gente tem contato com diferentes culturas de todo o mundo, e reparando aqui e ali, confirmo o que eu já suspeitava: eu faço muita coisa pelo Nic que ele já poderia estar fazendo ele mesmo. Sim, afinal, tudo anda mais rápido quando a mãe ajuda, né? Mas a longo prazo, concluo que todo mundo sai perdendo. Eu, por ter que continuar fazendo o que ele já seria capaz de fazer sozinho. Ele, por acabar ficando inseguro pra tomar decisões e ter mais iniciativa, e tender sempre a esperar pela ajuda de outra pessoa. Verdade?

No primeiro encontro da escolinha que a gente foi eu voltei até tonta pra casa. Vi crianças entre 1 e 2 anos: cochichando no ouvido do pai que queria ir ao banheiro, pegando a pá sem ninguém pedir e ajudando a recolher o lixo (e sem no final jogar tudo pra cima), sentada à mesa tomando chá em copo de porcelana sem entornar nada, comendo sem reclamar que tem muita ou pouca manteiga, ou falta isso ou aquilo, etc, etc, etc. Mas tudo, sem serem mini-adultos, sabe? Daí eu fiquei pensando, por que o Nic não fazia nada daquilo – e me dei conta que é porque eu não dou espaço, além de talvez, abrir concessões de mais… Nicolas é um menininho super colaborativo, que adora ajudar a guardar os brinquedos ou varrer… cof, cof… a casa, mas cheguei a conclusão que eu tenho explorado pouco essa qualidade dele, sabe?

Agora, tenho me policiado mais, tentado dar a ele mais oportunidades pra participar, fazer, experimentar, errar, se sentir desafiado e finalmente conseguir encontrar um meio – ele mesmo. Não tem sido fácil pra mim, pois como aqui tenho que fazer tudo, às vezes me custa esperar que ele me ajude. Mas tenho aproveitado mais as oportunidades como pedir a ele pra colocar a roupa suja na máquina, me ajudar a guardar a roupa dobrada, jogar o lixo na lixeira certa (orgânico e recicláveis), colocar água nas plantas, a fruta no liquidificador pra fazer o suco e por aí vai. E melhor ainda sendo ele um menininho – tem mesmo que aprender essas coisas. Algumas coisas ele insiste em fazer sozinho naturalmente, mas outras, como tirar a roupa pra tomar banho, às vezes sem perceber eu já tirei tudo e nem dei a chance a ele de tentar… Mas já estou melhorando… Comer sozinho também é algo que eu tenho insistido todas as vezes. No final ele demora muito mais e faz bastante bagunça, mas é legal ver ele experimentando posições diferentes pra levar a colher à boca e o sorriso dele quando consegue…

E como bem disse esse excelente post aqui (em inglês), é incrível como a gente pode se surpreender com o que nossos filhos são capazes de fazer se a gente simplesmente sair do caminho deles.

É mesmo.

* * *

Bom, e outro resultado de tudo isso é que agora o Nic não para de falar da escolinha. Tá apaixonado. Todo dia ele pede pra ir e nas brincadeiras dele todo mundo tá indo pra lá.

– Vrrrrrmmm! Olha, mamãe, o caminhão tá passeando na rua. Agora ele vai embora.

– Ah é? E vai embora pra onde?

– Pra escolinha.

– Oh! E vai fazer o que lá?

– Amassar pão.

 

Ou:

 

-Você fez cocô na fralda?

– Fez.

– Então vamos lá no banheiro?

– Não, o cocô já foi embora.

– Foi??? E pra onde?

– Pra escolinha.

– Que horror! É mesmo? E o que ele foi fazer lá? (como se eu não soubesse)

– Foi amassar pão.

 

* * *

 

CRE-DO! Nunca mais como desse pão de lá… 🙂

 


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Mãe catilografando…

Parece que alguma forca sinistra aniquilou com a internet no meu PC. Passei vários dias sem ler meus emails quando me lembro do iPod. Imagina que no iPod ela funciona que eh uma beleza… Troféu joinha pra você, viu Seu Bill Gates?

Assim, que pra não deixar esse blog muito jogado as traças, to aqui catando letrinha com um dedo só nessas teclinhas pequenas. Hum, logo eu, uma moca tão prendada, que aos 14 anos concluiu com mérito o Curso Completo de Datilografia. Presente do tio Edson… (Brigadao tio, mas de qualquer forma agora to aqui apanhando dessa tecnologia tiny!).

* * *

Queria agradecer pelos comentários no ultimo post. Me fez ficar mais tranquila, já que todo mundo acha que a greve de fome do Nic eh mesmo uma fase e vai passar (a fase de auto-afirmação faz total sentido pra mim!). E sem duvida a longa viagem que a gente fez com ele, dominada por comidas de restaurantes nem-sempre-tão-saudáveis-e-variadas, foi um ponto divisor na aceitação alimentícia do Nic. Tambem fiquei pensando no que disse o Rafa da Anita, que criar filhos com alimentação estritamente saudável eh um grande desafio, principalmente quando eles vêem outras pessoas comendo aquilo que ta fora do cardápio deles e ficam curiosos. Ou quando acontece algo como ontem numa lanchonete. Eu de repente olho pro Nicolas e do nada ele me aparece comendo um quadradinho de chocolate. Perguntei pra ele de onde ele tinha tirado aquilo, quando noto uma mulher no balcão com um grande sorriso acenando pra mim “Parece que ele ta realmente gostando do chocolate que eu dei pra ele!”- disse ela. Absurdo, eu sei, mas so sorri e acenei de volta e dai fiquei pensando que eh impossível controlar sempre o que nossos filhos comem. Também eh complicado proibir tudo, já que o proibido pode passar a ser a única coisa que eles aceitem comer. Concluo que como tudo na vida, temos que achar o ponto de equilíbrio… Criar a base saudável, oferecer vegetais sempre e comer com eles, mas também ensinar que podemos comer chocolate ou sorvete de vez em quando, desde que com moderação.

E no mais, a regrinha de ouro: respeitar o gosto deles e a vontade de não comer também… tarefa nada nada fácil, principalmente depois de me empenhar pra fazer uma comidinha gostosa (afinal, estudei datilografia e não culinária) e o Nic cuspir tudo fazendo brrrrr… Complicado, mas não vou deixar de perseverar não, viu tia Fafa? 🙂

Mudando de assunto, ontem fui colocar o nome do Nic na lista de espera pra escolinha, algumas horas por dia – pra ele interagir mais com outras crianças e eu ter mais tempo pra me dedicar em algo que me de algum retorno financeiro outra vez (so exciting!). Dai fui gentilmente informada que meus planos terão que esperar, já que a lista eh tão, mas tão longa que eles estimam que ele TALVEZ tenha uma vaga quando completar 36 meses. Pois se agora ele tem 19, faz as continhas aí, maridinho, de quanto tempo mais você vai sustentar essa família sozinho…

E falando no maridinho, seu trabalho agora envolve viagens… A casa ta bem vazia sem você aqui, viu? E mais uma coisa pro Nic se adaptar, já que todo dia pergunta cade papai…

Também to devendo as fotos do aniversario dele, que teve sua torta preferida. Mas vou continuar devendo ate eu conseguir uma internet com um teclado decente. E agora, vou parando por aqui pois já ta sentindo meu dedo meio paralisado…

Beijinhos pra todos!