O lado cômico da maternidade


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Como acertar no presente do dia das mães

Gente, se tem uma criatura nesse mundo grande, vasto e populado, que é super fácil de se agradar e fazer feliz, essa criatura é a MÃE, né não?

Porque pra chorar litros de emoção, alegria e gratidão ao ganhar aquele beijo melequento e babado mais um cartão com tanta cola e glitter que dava pra fazer uma fantasia de carnaval de adulto, não é pra qualquer um. É pra coração maternal mesmo.

Mas então, que tal a gente valorizar ainda mais essa pessoa de coração simples e desapegado e deixá-la ainda mais feliz?

Ih, não… não tô falando de chocolates, nem de flores, nem de sabonetinhos perfumados pra colocar no banheiro, não amiguinhos. Tudo isso é muito simpático e gracinha, mas de verdade? São completamente irrelevantes pra uma pobre criatura que passa seu dia assim:

1.acordando

Acordando todo santo dia, por livre e espontânea pressão, antes mesmo do astro rei dar as caras.

2.banho

Tomando banho em companhia de pequenos seres intrusos barulhentos e brinquedinhos que buzinam e espirram água – frequentemente na direção do seu cabelo seco.

3.descanso

Que não consegue ler um livro sequer que não seja sobre carros e bichos falantes, nem ter autonomia pra assistir qualquer que seja o filme envolvendo pessoas adultas dando vexame ou falando palavras feias.

4.refeicao

Que é a última a se sentar à mesa nas horas das refeições.

5.refeicao2

6. refeicao3

E quando finalmente consegue comer é em meio a insatisfações, requerimentos e intriguinhas por qualquer motivo.

* * *

Pois agora, me diga você, coleguinha! Você realmente acha que uma pessoa que não dorme, não descansa e não tem qualquer privacidade durante o dia nem a noite, tá precisando é de uma caixa grande de chocolate trufado?

Claro que sim!!!!

Mas não pode ficar só nisso!!! <———- muito importante!

Por isso, montei pra você (pai, parceiro ou qualquer pessoa encarregada de ensinar as crianças a fazerem a mamãe se sentir realmente especial) algumas sugestões práticas, simples e muito econômicas, que vão garantir a felicidade de qualquer mãe vivente e respirante nesse planeta. Sijoga em qualquer uma que não tem erro!

Os melhores presentes que uma mãe pode querer:

7. melhorespresentes

1. Deixe a pobre mulher dormir até mais tarde. Feche cuidadosamente a porta do seu quarto e leve as crianças pra longe, muito longe. As entretenha com doces e regalias normalmente proibidas, pra que não se aproximem de lá nem se a casa estiver caindo (aliás, especialmente nesse caso). Até 11 da manhã é o recomendado.

2. Permita que ela tenha um tempo relaxante só pra ela – sem barulho, sem crianças, sem caos, sem trilha sonora da  galinha pintadinha. O mínimo de 3 horas é indispensável.

3. Lhe entregue uma boa bacia de pipoca, muitos bombons e o controle remoto. Leve as crianças ao parque e só volte quando o sol estiver se pondo.

4. Lhe prepare seu prato favorito e o melhor vinho que puder encontrar. Leve as crianças pra comer na sala de tv, no quarto, na varanda, no banheiro, não importa. O que importa é que essa dedicada mãe consiga comer sossegada, numa sentada só e que possa tirar muitas fotos de sua comida tranquilamente pra colocar no Instagram e ainda usar hashtags como #MelhorDiaDasMãesEver e #SouMãeSouDiva.

Vai por mim. Você nunca a verá mais radiante!

* * *

Este post é pra vocês, mães queridas que frequentam esse blog. Que vocês tenham um dia muito especial e relaxante! Porque a gente merece!


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Um carro, duas crianças e um sorteio

Eu não sei como é aí, mas aqui não tem nenhum passeio de carro que salva mais.

Todos começam assim: enganadores. Um exemplo de comportamento infantil e curiosidade acerca do mundo e livros que os cercam. Orgulho me define.

passeio de carro com crianças 1

Até que ELE chega. O Espírito de Porco.

Nossa, tá pra existir criatura mais traiçoeira e ardilosa que essa, viu? Porque o velhaco começa assim, sugestionando com simpatia e risinhos, que a irmã tire os sapatos, a touca, e todo e qualquer enfeite ou adereço que lhe complemente o visual feminino.

Funciona toda vez.

Na sequencia, ele inicia a tortura psicológica. Sabe aquela coisa irritante de fazer que quaaaaaaase encosta no braço dela mas não encosta? Ou na cadeira? Ou na boneca? Então. Adorável.

Daí, a irmã, que é toda não-me-toques-e-sai-com-esse-dedo-pra-lá, claro que se descabela inteira com uma bobeira dessas. Tinha, né? Porque pra cada criatura incomodenta, há que haver uma incomodada. Lei da natureza.

Assim, todo o resto do passeio é isso aí, colegas.

passeio de carro com crianças 2

Um júbilo!

E não adianta pedir pra parar, conversar, ameaçar, nada. Quando o espíritodeporquice chega, ele se instala.

Até claro, os últimos 5 minutos que precedem a chegada de onde é que seja que estamos indo. Daí a criatura zombeteira vai embora, o menino emburra e a menina dorme.

Falha nunca.
passeio de carro com crianças 3

E os pais? Ora, enquanto o pau quebra lá atrás, claro que o mesmo acontece na frente  os pais  aproveitam pra sorrateiramente abaixar o volume daquele CD infantil que eles não aguentavam mais escutar! Afinal, pra um casal que essa semana completa 9 anos de casados, só de poder fazer um passeio sem ouvir a dona aranha subindo pela parede pela 678a vez, já é mais que lucro!

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E HOJE TEM SORTEIO GENTE!

sorteio_ilustracoes_lalelilolustudios

As ilustrações foram desenhadas e gentilmente doadas por aquela ilustradora podre de famosa da Lalelilolu Studios, sabe? Então! Ela falou que pra participar do sorteio, basta dar uma olhada numa das lojas dela (a Etsy ou a tupiniquim) e contar nos comentários quais são as duas ilustrações que você mais gosta. Ela também acrescentou que:

1. Vale pra qualquer lugar do planeta (Terra, né gente, por favor!)

2. Se curtir a página dela no Face, ganha mais uma entrada. Daí é só deixar outro comentário pra falar que curtiu.

3. Se curtir a minha página no Face, ganha mais uma (olha que fofa!).

4. Se você clicou em Odeio esse blog!!! lá encima no menu já foi eliminado. 🙂

5. O sorteio acontece na próxima sexta, dia 28 de Fevereiro, 20 horas (horário de Brasília).

PS: Só vale ilustrações tamanho 21.6 x 27.9 cm (infelizmente os Posteres do Alfabeto de Animais não entram no sorteio)

É isso! E boa sorte, queridos leitores!

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SORTEIO ENCERRADO!

Foram 172 entradas válidas e o número sorteado pelo Random.gov foi o 145!

sorteio_resultado

PS: Se você participou do sorteio, não ganhou, mas queria muito uma ilustração, a tal ilustradora está dando 20% de desconto até o final de abril de 2014. Basta entrar com o código “GIVEAWAY”na hora da compra (em qualquer uma das duas lojas) . Mas só vale pra quem participou, ta?


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Hoje ela faz 2 anos!

E completa com absoluta perícia e precisão, mais uma translação elíptica ao redor do sol. Sem cursinho na NASA, sem muito planejamento ou ponderação. Simplesmente foi lá e descreveu sua órbita.

Copérnico teria morrido de orgulho.

0À medida que essa menininha prodígio executava solstícios e equinócios, a comunidade científica observou com admiração o seu notável crescimento e desenvoltura perante a vida. Em apenas l ano sideral ela se tornou muito mais pitizenta confiante, teimosa persistente e insubordinada independente. Um sucesso!

Olha só que delícia é ter uma criancinha de 2 anos em casa!

  • Ela já se veste e calça sozinha.

1

  • É artista experimental nata. Adora explorar cores, materiais e é grande fã das grandes telas.

3

  • É super familiar com o penico e  insiste sempre em usá-lo.

9

  • Tem a mente aberta e não está nem aí pra quem a critica por levar uma vida de contradições.

2

  • Fala que nem uma matraquinha pobre na chuva, e apesar de todas as 467 novas palavras recém incorporadas ao seu vocabulário, sua preferida ainda é NÃO.

11

  • Faz questão de comer sozinha e o faz muito bem – exceto pela mania de virar a colher 180 graus pra baixo ao chegar com a comida na boca e  sua peculiar forma de comunicar que não quer mais. (Vale ressaltar que um estudo científico está sendo realizado pra explicar porque a quantidade de comida que termina no chão é sempre maior que a que estava no prato. Conto tudo se chegarem a uma explicação lógica).

8

  • Uns a chamam de intransigente e radical, eu prefiro considerá-la uma apaixonada por suas causas. Água no copo verde/rosa/azul, por exemplo? Um insulto!

5

  • É extremamente carinhosa e companheira.

4

  • Mas às vezes, incrivelmente independente e emancipada. Ah sim, e sempre destemida. Sempre.

10

  • Tem alma lúdica e suas brincadeiras preferidas dentro de casa são esconder (sempre com pelo menos 3/4 do corpo pra fora e de preferência nos mesmos dois lugares) e derrubar torres (do irmão, claro!).

2anos

  • É super prestativa e está sempre disposta a ajudar com a limpeza! (embora nunca  jogue pro mesmo time de quem está limpando.)

6

  • E como se não bastasse tanta qualidade, essa menininha esperta ainda é a dona do beijo mais molhado e gostoso do mundo! Dá pra acreditar na minha sorte?

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Lily da mamãe,obrigada por trazer mais cor à nossa vida! Você me completa, me inspira, me diverte. Obrigada pelo seu sorriso aberto, pelo seu choro forte e saudável desde o dia que você nasceu , por me mostrar que posso amamentar, pelas musiquinhas que canta o dia todo com sua vozinha de fada, por chamar “mamãe” 678765 vezes por dia, por gostar tanto de me ouvir contando histórias, por gosta de escovar os dentes, por comer tão bem, por dormir tão bem, e tantas, tantas outras coisas.

Mas sobretudo, minha querida Lily, obrigada por ter me escolhido pra ser sua mãe. É uma honra pra mim poder segurar sua mãozinha e te conduzir pela vida. Te amo do fundo do meu coração!

Seja sempre feliz!


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Hoje ele faz 5 anos. Me abraça?

Tudo começou no dia 18 de Outubro de 2008, quando me tornei mãe.

MÃE.

Nossa, me dá até um saracotico na espinha de lembrar.

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Mãe de um menininho de bochechas rosadas que de início era muito chorão, mas que depois se revelou a criança mais risonha, divertida e companheira que eu poderia sonhar em ter ao meu lado.

2. Lahaina (15)

De um menininho que nasceu de um parto difícil, que deu muito trabalho pra dormir, pra comer e desfraldar, mas que hoje me faz entender que tudo isso foi necessário pro meu amadurecimento como mãe DELE; que ao invés de tentar mudá-lo, eu tinha que mudar a mim mesma.

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De um menininho que sempre foi muito esperto e inteligente, mas que aos 2 anos de idade teve o terrível azar de ser filmado num dos grandes deslizes de sua tenra infância: o dia que ele caiu igual um patinho no famoso Método de Psicologia Inversa (MPI), método este, aplicado com brilhantismo por sua sagaz progenitora (apesar da filmagem em vertical comprovar o contrário… mas vá, dá um desconto, aqueles eram outros tempos)

no hotel, fascinado por rodas

Um menininho que sempre foi completamente fascinado por carros e máquinas, mas que nem por isso, deixa de ter um lado sensível e imaginativo, que aos 3 anos de idade conseguiu explicar como surgiram as estrelas-do-mar.

Eu sou a feliz mamãe de um menininho que me emociona todos os dias com suas questões sobre a vida, a morte e suas observações sobre as pessoas. Um menininho que nunca deixa de me cobrar pra eu agir de forma coerente com o que eu ensino pra ele, que fica bravo toda vez que quero apertar a Lily e que me comove com seu jeito simples de ver as coisas.

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Desse menininho inocente, carinhoso e perceptivo, com o qual tenho diálogos tão incríveis todos os dias que custo a acreditar na minha sorte como mãe dele.

Eu: Nicolas, o que você quer ser quando crescer?
Nic: Lenhador!
Eu: Por que?
Nic: Porque eu quero construir casas de madeira e matar o lobo mau!
Eu: Nossa, que corajoso!
Nic: Tudo bem, mamãe, porque quando eu ‘ser’ lenhador ja vou ser grande e forte!
Eu: Ah é? E quantos anos você vai ter?
Nic: 100!!!

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Eu sou a orgulhosa mãe desse menininho que hoje faz 5 anos! E espero de todo o meu coração que ele cresça feliz, saudável e realize todos os seus sonhos, mesmo que seja o de viver até 100 anos pra começar sua vida de lenhador. 🙂

Feliz aniversário, meu menininho Nicolas! Que você nunca perca essa sua leveza, seu sorriso lindo e a simplicidade no seu coração.  Mamãe te ama e te admira desde sempre!

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Ah! E tem mais:

A linda história contada pela professora do Nicolas e que me fez debulhar em lágrimas e traumatizar pra sempre 15 criancinhas inocentes

A ilustração de comemoração dos 5 anos com seus melhores amiguinhos


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O primeiro aniversário da Lily

O dia em que ela completou a viagem de 365 dias ao redor do sol amanheceu perfeito! Céu azul, sol incrivelmente brilhante – mas sem ser muito quente, brisa incrivelmente fresca – mas sem ser muito fria, e um singelo coro de passarinhos na janela.

Mentira. Tava tudo neblinado, chuvoso, um frio de lascar e um bando de corvo barulhento fazendo algazarra perto da nossa janela.

Tá, você me pegou. Não tinha corvo nenhum. Mas o resto, eu juro de pés juntos que foi verdade!

Lilinha

E foi nesse dia frio que todo mundo acordou com a cara amarrotada, cansada, desenxabida, assim como é comum naqueles que não dormem direito. Mas se existe algo bonito nessa vida capaz de espantar qualquer mal-humor e desenxabimento pós noites atribuladas, é poder acordar, e mesmo que com o rabicho do olho, ver a carinha de uma criança que tenha a habilidade de sorrir não somente com a boca, mas também com os olhos.

E isso não tem preço.

Com um sorriso desses, tudo ficou mais bonito e até o dia lá fora ficou parecendo menos cinza. Um cinza com toque de lilás, eu diria.

IMG_1774

E da mesma forma como haviam sido nos últimos 37 dias de sua existência, naquela manhã também acordamos perguntando:

– Quantos aninhos você está fazendo, Lilinha?

E exatamente como nos últimos 37 dias de sua existência, ela prontamente mostrou o dedinho indicador fazendo o número “UM”.

Fofa.

Então decidimos que passaríamos um dia todinho fazendo só coisas que ela gostasse, posto que o dia era dela e isso seria uma coisa normal de se fazer.

Começamos perguntando se seria de seu agrado almoçar fora e com impressionante veemência ela balançou a cabeça que sim. Jamais saberemos se nossa florzinha realmente entendeu a pergunta, mas o que importa é que a resposta foi muitíssimo apreciada, uma vez que ninguém queria mesmo cozinhar. Coincidentemente, o restaurante favorito dela era também o nosso, e com isso não poderíamos ter ficado mais felizes.

restaurante

Chegando lá, teve de tudo um pouco: brincadeiras com carrinho, com boneca, contação de histórias de todo tipo, muitos sorrisos, nenhum choro e finalmente, a comida! Claro que ninguém quis saber de fotografar essa parte, já que cada qual tinha coisa muito melhor pra fazer.

Justo na frente do restaurante preferido, se encontrava também – ó surpresa! – um de seus parquinhos preferidos. Sim, porque todo parquinho que tenha pelo menos um escorregador, um par de balanços, pessoas com boa vontade pra te empurrar, vista pro mar e uma mamãe pra te dar mamá, não pode de jeito nenhum ser um lugar menos que ótimo.

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E tanto brincaram que na volta pra casa não teve um que não tenha dormido. Mentira, o papai teve que dirigir. Mas o resto, garanto: todos capotados. Tá, mentira, eu vim mexendo no Instagram, mas as crianças, essas sim, todas roncando. Tá, admito, só a Lily dormiu. Okay, okay, ninguém dormiu na verdade. (Satisfeito?) 🙂

Mas enfim…

Uma vez em casa, o momento mais esperado do dia: hora de cantar os parabéns, comer o bolo que a mamãe fez com muito carinho no dia anterior e finalmente tirar a clássica foto da aniversariante fazendo o “UM” com o dedinho. Após 37 dias de prática intensiva e bem sucedida, nada podia dar errado.

bolo

Começamos tentando a foto dela na frente do bolo. Nada (!). Com a mamãe. Nada (!!). Com o papai. Nada (!!!). Com o irmãozinho. Nada (!!!!). Perplexos, concluímos o que tentávamos negar pra nós mesmos: nossa florzinha só podia estar sofrendo da famosa e temível Síndrome do Aparatus Fotográficus. Desconsolados, desligamos as câmeras e com presteza Liloca fez o “UM”. Fez pose sorrindo, com carinha de bichinho, biquinho – todo tipo de fofura imaginável.

Mas como sabemos, mães são criaturas obstinadas e que não descansam nunca (nunca mesmo!) e num momento de brilhantismo, esta mesma mamãe que vos escreve conseguiu driblar a tal Síndrome boboca, e fingiu – percebam só – que usava o celular NÃO pra tirar foto, mas pra conversar com a Cuca: “ô Cuca, que pena que não deu, menina! Mas no ano que vem você vem…” e CLIQUE!

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Tirou uma foto bem meia boca, mas tirou! Inclusive com Liloca falando UM e tudo. 🙂

10 Síndrome x 1 Mamãe

* * *

E quando a noite não podia ficar mais emocionante, a aniversariante foi pro chão e ó, ó, ó! Deu 5 passinhos! Depois levantou toda afoita e deu mais 3. E depois mais 3. Infelizmente isso ninguém conseguiu registrar.

Desde esse dia, tem hora que ela anda, tem hora que ela fala “UM”, tem hora que mostra o “UM”. Tem hora que fala o nome, que faz pick-a-boo ou não quer fazer nada. Não importa – cada uma dessas são habilidades que ela vai dominar com o tempo.

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O que importa, é que a nossa Liloca já domina uma das habilidades mais doces do mundo – a de sorrir com os olhos.

E isso, meus amigos, não tem preço.


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Lily e a incrível viagem de 365 dias ao redor do sol


Então que Lily fez um ano.

Incrível pensar que um toquinho de gente desse, nem tão maior que um pinguim da Antártica, tenha sido capaz de completar com MAESTRIA sua primeira volta em torno do sol! Clap, clap, clap! E depois dizem que mãe é exagerada e vê genialidade em filho por qualquer coisa. Vê se um bebê que consegue performar uma translação elíptica dessas só não pode ser um GÊNIO, gente?

E como se uma conquista de tal nível astronômico não bastasse, a cria vai chegando nessas idades redondas e o cérebro da gente já se aciona esperando MAIS surpresinhas, né? Pobres crianças. Sim, porque mesmo sabendo que criança não é ciência exata (apesar da trajetória elíptica e tal), bem no fundo você sabe que a hora dela andar se aproxima, a hora dela começar a falar aquele tanto de palavrinhas erradas, emboladas e fofinhas também, e até quiçá (é, daí você se arrisca um pouquinho mais), a hora dela passar a dormir a noite toda. Em outras palavras, ela tá pra fazer um ano e seu coração se enche de esperança.

Dia desses, eu estava trocando umas ideias com meu filho Nicolas (4 anos), e depois de uma acalorada discussão sobre meios de transporte alternativos (na qual concluímos que submarinos não passam de helicópteros sem hélice que sabem nadar), ele me vira e pergunta:

– Mamãe, mas o que vai acontecer quando a Lily fizer um ano?

– Ah, a gente vai fazer um bolinho gostosinho e comer tudo!
+

Ele sorri um sorriso tipo “legal, mas não é bem isso que eu queria saber” e continua:
+

– Mas ela vai ser uma criança adulta?

– Não, ela vai ser uma menininha mais crescidinha.

– E vai saber andar e falar?

– Se tudo correr bem, não só andar e falar, Nic, mas também dormir. Dormir a noite todinha, já imaginou?

Eu disse. Esperança.

* * *

Assim, que poucas semanas antes da Lily concluir sua jornada solar, algumas mudanças realmente foram se materializando aqui e ali. Nasceram 6 dentinhos na boca, ela voltou a comer bem (eeehh!) e aprendeu a falar “dá” quando queria alguma coisa. Até que veio a mudança que mudaria radicalmente nossos dias… e noites: ela esqueceu completamente como é que se dorme.

Bacaninha, né? Então. Lily foi acometida pelo que a comunidade médica internacional chama de ANAP – Aminesius Narcolepticus del Anno Primo. Síndrome catalogada e tudo.

Não que ela já dormisse super ultra bem, não, afinal, em 1 ano de vida ela nunca dormiu sequer uma noite completa. Mas ó, ela já estava acordando somente uma vez pra mamar e voltava a dormir imediatamente. Quer melhor que isso? Tava perfeito. De dia também: uma soneca de 40 minutos pela manhã, outra de duas a três horas pela tarde (!!) – e todas no berço (!!!). Te-ju-ro. Nada que me lembrava nem remotamente a época do lenga-lenga bizarro.

Eu nem mesmo cheguei a comentar sobre esse avanço aqui no blog, por pura superstição simples sabedoria. Porque já reparou? Se a cria desfralda e a gente vem toda-toda contar no blog, grandes chances que ela virá a desdesfraldar logo mais. Se de repente o filho abre a boca a comer de tudo e você abre a boca a contar tudo, não dou 24 horas pra que ele volte ao antigo modus seletivus de só aceitar arroz com ovo pelo próximo mês. Porque é assim que funciona, amigos. Blogou, degringolou. É a chamada Pragus di Blogus, já ouviu falar? Teoria super famosa e embasada.

Por isso não quis arriscar e ficar tirando onda que Liloca tava dormindo igual foca no sol, ne? Vocês hão de me entender. Só pena que não adiantou nada e ela desaprendeu a dormir do mesmo jeito. Foi só a gente voltar do Mexico que Lily ficou ligadona. Arriba, arriba! Hoje em dia, suas sonecas não passam de meia hora e por vezes ela só dorme 10 minutos! Tô de brincadeira não! O que que uma mãe faz em dez minutos, gente?

Já à noite, Liloca instituiu o Happy Hour, que costuma ir mais ou menos de 2 às 4 ou 5 da manhã. Ela acorda, começa a conversar e rir sozinha (lance pirado mesmo), depois, parece que vai ficando entediada e começa a querer puxar papo, puxar meu cabelo, beliscar meu nariz e escalar minhas costas. Se eu passo ela pro berço é choro na certa. Não adianta dar peito, cantar, massagem, nada. Tem que esperar o tempo dela de fechar o boteco.

Com isso, tô tão sem dormir, que um dia eu passeava pelas ruas procurando uma loja pra comprar bombas de chocolate um mercado pra comprar quinoa, quando me deparo com um cartaz desse tamanho na frente do Scotiabank, mostrando uma menininha que era A CARA da Lily. Espia só. Creepy, huh?

lily_sosia

Fiquei dura, paralisada, estupefata. Por causa da semelhança? Também, mas a verdade é que na hora, eu nem sequer tive a destreza de notar que não era a minha filha, e tudo o que eu conseguia pensar era QUEM finalmente tinha conseguido fazer a Lily dormir daquele jeito e ainda por cima escorada num braço de sofá daqueles!

Sim, amigos, vocês acertaram – eu estava sofrendo alucinações terribilíssimas causadas pela famosa síndrome do Sonus Deprivatus Maternus. Muito comum, infelizmente.

Quando dei por mim, eu já estava babando, me arrastando e olhando com um olhar semi-cerrado pra um banco da rua na minha frente. Sabe quando você liga o automático “filho dormiu aproveita pra dormir também”? Pois é. O que me salvou de uma cena lamentável foi um dedinho gordinho saindo do carregador de bebês das minhas costas, seguido de uma vozinha toda feliz: ií-iy. Falava a voz. Praticamente uma palavra com 4 “i”s, assim como iô-iô, mas com “i” no lugar do “ô”, sabe?

Era a Lily falando o nome dela, balançando de alegria e olhando pra menininha-sósia do cartaz do banco.

Recobrei minha consciência, comprei um café ultra forte, uma caixa de bombas de chocolate e um pacote de quinoa, e voltei pra casa pra fazer o bolo de aniversario da minha querida viajante cósmica. No dia seguinte ela completaria sua primeira trajetória elipsoidal e eu não poderia estar mais emocionada. Entrei no carro e fui pensando que “e daí se a bebê não dorme quando ela sabe falar o próprio nome?”.

Amo essa minha menininha esperta!

PS: aguarde que no próximo post tem mais!


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E por falar no Nicolas… hoje ele faz 4 anos

Por a gente morar fora, eu sempre fui um pouco apreensiva com a ideia de ser a principal propagadora da língua materna pros meus filhos. Afinal, sou mineira e portanto, uma irremediável decepadora de palavras. Outro dia, passávamos perto de um estacionamento e Nic gritou entusiasmado:

– Mamãe, alá que tan’de carro bunito!

Fechei os olhos, dei de cara com meu âmago e disse pra mim mesma “vixe, agora que o estrago já foi feito, xá pra lá.”

Mas segundo meu marido, a mineirice é o de menos. O problema são mesmo minhas esquisitices. Pois que culpa tenho eu de achar que palavras como “cílios” ou “passas” combinam mais no plural, gente?

– Tem UM CÍLIOS agarrado no meu lápis. (lin-do!)

– Quem pegou A PASSAS que estava no meu pires? (a-ha-so!)

– Fui comendo UM MUFFINS no ônibus. (claro, ataco no inglês também)

Assim que um dos passatempos prediletos meu e do Nic, não podia ser outro: adoramos brincar com o português. Quando estou cozinhando, na hora do banho ou quando saímos pra caminhar. Além de inventarmos várias palavras engraçadas, a gente adora brincar de sufixo.

– Nicolas, quer comer uma panquequícolas? Estão delicícolas! Provícolas!

No que ele me responde:

– Sim, mamãe. Põe duas panquecães! E tem sucãe de maçãe?

E rolamos de rir. Coisas de mãe e fícolas. Histórias pra gente lembrar pra sempre.

E por falar em histórias, taí outra coisa que ele gosta, especialmente da forma que eu tenho contado. Sua preferida é a do Chapeuzinho Vermelho. Só ontem tive que contar 3 vezes! Pra ele, o mais divertido é que eu vou trocando algumas palavras nas histórias, fingindo confusão:

– Era uma vez, Chapeuzinho Cinza. Ó! Não, Chapeuzinho Rosa. Não! Chapeuzinho Vermelho! Ah, agora sim. Pois bem, Chapeuzinho Vermelho ia levando doces pro Lobo Mau. Ó, não! Pros três porquinhos. Não? Ah, sim, pra Cuca! Não? Pra quem então?

Nesse ponto Nic não consegue nem responder, de tanto que ri. Eu simplesmente adoro isso. O único problema é que uma história que poderia ser contada em 5 minutos, dura 20. Mas compensa, especialmente agora, que ele voltou a ir pra escolinha e vamos andando todos os dias pra lá. Tempo pra contar histórias é o que não falta.

(primeiro dia de pré)

E por falar em escolinha, Nic voltou de vez. Nada como esperar o tempo certo da criança. Pra quem acompanhou, ano passado já tínhamos tentado, mas ele chorava demais e todo dia dizia que não queria ir. Por mais que a gente gostasse e acreditasse que aquela escola era ótima, não dava pra ignorar seus apelos. Então resolvemos esperar.

(o quintal da escola)

Hoje, como ele está mais maduro, completamente desfraldado e entendendo e falando várias coisas em inglês, Nic está realmente aproveitando mais. Adora a professora, os amiguinhos, a comida e todas as atividades lúdicas de lá.

E por falar em atividades, sua paixão número 1 é caminhar. Caminha, lidera por trilhas, sobe e desse morros – tudo, enquanto coleciona galhos, pedras e folhas.

Ah! E não deixa um lixo pra trás: “mamãe, não podemos deixar esse lixo aqui. Vamos encontrar um lata pra ele morar?” – me diz ele. Mas quem carrega o lixo sou eu. Engraçadinho.

Além de caminhante inveterado, também tem gostado muito de andar de bicicleta (coisa que não gostava) e adora seu velho e bom taekwondo, assim como as recém iniciadas aulas de natação. Pra nossa surpresa, sua professora, que é canadense, também fala português – tudo porque morou um tempo no Brasil. Mas o mais bonitinho foi ele ter ficado intrigado com o fato dela falar nossa língua: “mamãe, mas como? como ela sabe falar português? me explica?”. Gostei da percepção dele.

Como sempre, ainda ADORA um balanço, mas por outro lado, voltou a ter medo dos escorregadores grandes: “não, hoje não… vou escorregar outro dia” – sempre me diz ele. Mas nunca vai. Tem dia que prefere brincar com a Lily que desafiar um escorregador.

E por falar em Lily, ah… ela é sua paixão. Sempre cuida dela, brinca, faz gracinhas pra ela rir e é muito, muito carinhoso. Tudo bem que ainda reluta em emprestar seus carrinhos, mas tá aí uma paixão que vem de desde muito antes da Lily, né? Não dá pra superar assim em poucos meses. Se Lily está chorando, o Nic para o que estiver fazendo pra ver o que é: “o que é mamãe? ela machucou? tá com sede? com fome? quer que eu dou água pra ela? quer que eu canto música?”. Um amor. Sem dúvida, sua companheirinha favorita.

E por falar em favoritas…

Música? Palavra Cantada, Amor I love you (Marisa Monte), Father and son (Cat Stevens)

Vegetal? Brócolis, muitos brócolis

Frutas? Maçã, uva e kiwi

Comida? Arroz e carne

Bebida? Leite

Café-da-manhã? Panqueca com meladinho (maple syrup)

Veículo? Caminhão de bombeiro

Língua? Português (adora!), mas só brinca falando inglês.

Cor? Verde. Às vezes azul.

Sorvete ou chocolate? Sorvete e chocolate.

Livros? Coleção da Stella and Sam

Desenhos? Stella and Sam, Diego e Toupe and Binou

Amiga imaginaria? Uma trilha.

Principais defeitos? Teimosia e certa dificuldade em obedecer ordens.

Mania? Ao contrário da mãe que jogava suco na comida, Nic adora jogar comida no suco.

E por falar em mania… Nic faz perguntas, mas raramente aceita as respostas. Nunca dormia de meia, hoje não dorme SEM meia. Está sempre se escondendo pela casa e lá do seu “esconderijo ultra-secreto” me grita: “mamãe, pergunta ‘cadê o Nicolas?‘”

E por falar em Nicolas… hoje ele faz 4 anos.

Feliz Aniversário, meu menininho. Te amo muito, do fundo do meu coração!

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Ontem, pra comemorar o ultimo dia do Nic com três anos, postei diversas pérolas dele na fanpage no facebook. Passa lá pra ver!


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mãe

substantivo concreto e abstrato

1. do sâncrito: sakrîficyo; do latim: mea-culpa; do catalão: la-felicitat-plena; da realidade: criatura-que-também-tem-limites

2. ser comumente disponível, generoso, empático, babão, apegado, descabelado, exaurido, esbaforido e surpreendentemente, com vontade e necessidades próprias

3. pode ser encontrada nos tipos integral, semi-integral ou refinado, mas é sempre parte essencial na saúde emocional dos filhos

4. na literatura zoológica é por vezes referida como coruja, leoa, canguru, vaca ou panda, sendo a última a espécie mais populosa e bem distribuída geograficamente, apesar de raramente bem descrita ou reconhecida

5. inserida na classe das Mammalias, pode ser dividida nas subclasses livri demandum e rotinus estabelecidus

6. pertence à ordem dos Mamíferos e se caracteriza por apresentar glândulas peitárias, ancas largas, abdômen pochete, garganta forte, olhos atentos, ouvido apurado, mente rápida, braços ágeis e sorriso amarelo. Além disso, possui o maior coração já catalogado historicamente.

A mãe não aparece, mas é justamente pra ela que a cria olhava.

E viva nóis! (e viva mais ainda minha irmã que tá vindo aí me ajudar! eeeeehhh)

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PS: Pra ler mais, tudo o que eu penso sobre ser mãe está aqui, no texto inspirado e inspirador da Mari , complementado pelo comentário perfeito da Lia. Arrasarum!


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Nome do blog, vida com a Lily, heavy nights

Então que nunca imaginei que Lily viria com essa cabeludice toda. Não porque eu tenha pouco cabelo (nããão), mas sim porque Nic nasceu praticamente desprovido de algum.

E por ela ter nascido em um país onde a maioria esmagadora dos bebês nascem loiros, bochechudos e carecas, dá pra imaginar o alvoroço que uma menininha morena de vastos cabelos pretos, rosto fininho e olhos de jabuticaba anda causando né?

– Ai, ai, posso passar a mão no cabelo dela??? – me perguntam SEMPRE.

Dia desses mesmo, fui cortar meu cabelo e tive que levá-la comigo. Veio uma cabeleireira ver a Lily, que chamou a outra, e a outra e a outra, até que o salão parou. De repente olho ao redor e vejo aquele tanto de mulher boquiaberta, todas abaixadas com as mãos nos joelhos e olhos hipnotizados. Eu podia sentir as mãos delas coçando pra inventarem penteados mil naquela vastidão capilar.

– Sabe quanto tempo minha filha levou pra ter essa quantidade de cabelo? 2 anos, menina! 2 anos! – falou uma delas, nitidamente revoltada com sua sorte.

Eu ouvi, viu? Agora tô me achando! 🙂

* * *


Assim, que quando fui fazer a ilustração da bebê Lily pra adicionar ao cabeçalho desse blog, pouco antes dela nascer, errei feio na estimativa de sua cabeludice. E de sua bochechice. E de sua morenice. Tanto que um dia vou ter que botar uma peruquinha aqui, afinar o rostinho ali e amorenar acolá pra ver se o desenho fica mais condizente com a Lily real, né? Um dia.

E pra quem andava curioso com o destino do nome do blog, tá aí. Nicolando por aí virou Nicolilando por aí. Mas só no cabeçalho, o endereço permanece o mesmo. 🙂

* * *
Vovó com a Lily

No mais, por aqui as coisas não poderiam estar melhores. Aliás, fico aqui pensando que a minha realidade com duas crianças só vai cair mesmo sobre minha cabeça, ombros, joelho e pés, joelho e pés, quando a vovó for embora e o Rafa voltar a viajar, porque por enquanto está tudo mais que perfeito. A vovó fica até meados de Março e enquanto ela está aqui, Nicolas está tranquilo, se sente seguro e amado 100% do tempo. E tem zero ciúmes de mim com a Lily! Curiosamente, sofre a cada vez que vê o pai com ela no colo.

– Dá a Lilys pra mamãe, papai! Agora sou eu no seu colo!

Mas não podia dar em outra mesmo, né? Afinal, Nic teve 9 meses pra se acostumar com a ideia de que EU esperava uma bebezinha e teria que cuidar dela. Ele acompanhou minha barriga crescer, sentiu os movimentos do bebê lá dentro, brincou de trazer bonecas pra eu amamentar, dar banho, dar colo. Enfim… e o papai, nada… Agora acho até normal que ele se pergunte “que diabos o papi tem a ver com essa história toda?”.

Nic e Lily

Mas o importante é que ele anda assim ó com a Lily. Quer beijar, abraçar, pegar no colo, emprestar brinquedos. Tão carinhoso que às vezes chega a atrapalhar (como bem me antecipou minha amiga Fê). E quando vê ela chorando, corre pra me avisar “a Lilys quer mamar, mamãe. Sai leitinho do seu peito? Você vai dar leite pra ela? Ela gosta?”. É pergunta que não acaba mais.

Lily dormindo depois de mamar

E falando em amamentar, tô feliz da vida que estou conseguindo! Com o Nic as coisas não sairam bem como planejadas, mas desta vez está tudo avançando mega. Já passei da fase dos mamilos (super) doloridos, rachados e sangrando (blegh! como dói!), mas a bezerrinha-fominha Lily segue mamando como se não houvesse amanhã e eu felizmente, sigo amamentando – e sem relógio! Muito bom isso!

* * *

Bom, agora vou lá, pois hoje é Valentine’s day e a expectativa é que role uma “noite da pesada”. Espia só o que eu ando preparando: *

Camisola com um generoso decote para facilitar acesso ao material, sais para um delicioso banho de banheira*, meia luz azul ou verde (grande tendência da atualidade), suplementos vitamínicos pra fortalecer e ajudar a aguentar o tranco (porque ninguém é de ferro), cama bem grande afinal espaço é essencial, almofadas e travesseiros pra garantir o suporte em determinadas posições, e água, muita água pra hidratar. *

Pronto! Assim me sinto super preparada para experimentar diferentes posições pra amamentar, fazer cama compartilhada, garantir a cicatrização do que precisa ser cicatrizado* e ainda mando beijinhos hidratados e apaixonados pro marido.

* * *

E antes de ir, gostaria de agradecer do fundo do meu coração por cada um dos comentários carinhosos recebidos no post do nascimento da Lily. Vocês são demais! Aos poucos vou retribuindo um por um. Me aguarde, hein, já cheguei na metade! 🙂

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* (Dica: banho Sitz é ótimo pra curar lacerações de parto, epsiotomia, constipação e outras coisas nas partes de baixo. É feito adicionando-se 2 xicaras de chá de Sal de Epsom – sulfato de magnésio – ao banho de banheira, ou algumas colheres em água para aplicações localizadas. Um santo remédio.)


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O Papai Noel e a vovó

Analisa comigo: você acha que é possível superar um Natal, que apesar de não ter tido neve, teve árvore com enfeites de feltro feitos à mão por mãe e…cof, cof, filho, presépio de papel marché, luzinhas em volta da casa, visita do Papai Noel em carne, osso e hohoho e ainda por cima a presença de uma das avós lá do Brasil? Fala se não é imbatível?

Tão imbatível, que Nic, talvez envolto por toda essa atmosfera de plenitude e contentamento (haha), tenha se sentido tão realizado, que nem sequer quis saber dos seus presentes. Bastou-lhe um carrinho de menos de 10 dólares, supostamente deixado pelo Papai Noel na noite anterior, pra ele sair na mais completa felicidade, mesmo sob brados de “Nic, tem mais presentes pra você!”. Pois sabe o que essa alma desprendida nos disse? “não, só quero esse carrinho mesmo”.

3 anos de idade, gente, e já ensinando tanto. 🙂

Então foi assim que se deu inicio à nunca antes imaginada “poupança de brinquedos” aqui em casa, onde guardei todos os outros presentes que ele nem sequer abriu pra uma possível ocasião futura em que eles se façam necessários.

* * *

Quanto ao Papai Noel, esse foi um espetáculo à parte. Rafa, depois de muita persuasão, aceitou procurar uma roupa pra se vestir do bom velhinho. Mas como ele não é muito fã de fantasias, ficou até o ultimo momento tentando me convencer que EU era a pessoa mais adequada pro papel, já que nem travesseiro pra simular o barrigão eu precisava. #insensível

Mas incrível como as coisas mudam. Imagine você, que terminada a encenação, Rafa tenha gostado tanto da experiência que saiu dizendo que mal podia esperar pra se vestir de novo no próximo ano. #virafolha Mas não posso culpá-lo… Realmente foi muito bonitinho ver o Nicolas achando que ele era o Papai Noel de verdade e até levando a mãozinha na boca tamanha foi sua surpresa. O mais engraçado é que ao invés dele querer abraça-lo, chegar perto e tal (coisa que a gente queria mesmo evitar pra ele não reconhecer o pai por trás daquela barba branca), ele ficou foi correndo pela casa totalmente eufórico enquanto o Papai Noel andava atrás dele.

Infelizmente nem tudo foi perfeito, e a filmagem de toda a cena que havia sido exaustivamente ensaiada nos bastidores (em meio a muitas gargalhadas), ficou seriamente comprometida, já que o aparado filmador estava – pasme você – sem espaço pra mais vídeos. Assim, pesada e andando como uma pata choca, tive que sair correndo pra pegar meu celular e voltar a tempo de filmar ao menos o final do ato… Ou seja, perdi a chegada, a carinha de surpresa e todas as perguntas que o Papai Noel fez pro Nicolas, entre elas “você vai parar de usar fralda, jovem Nicolas? hohoho!”. #whatashame

Mas vai, tá aí o video assim mesmo:

* * *

Já a vinda da vovó foi um acontecimento único. Sem falar uma única palavra em inglês, vovó Conceição (aqui apresentada como Grandma Maria), voou bravamente de Belo Horizonte pra São Paulo, daí pra Toronto, retirou malas, fez novo check in, passou pela imigração e chegou sã e salva em Vancouver. Eu que quase não dormi na noite que ela viajou, mesmo tendo feito um roteiro detalhado de tudo o que ela tinha que fazer incluindo frases chaves em inglês pra ela mostrar pra alguém caso se perdesse. E deu tudo certo mesmo!

(Vovó e Nicolas ajudando a fazer o presépio de papel marché)

E graças à ela agora temos tido chance de respirar um pouco e desacelerar. E Nic então, nem precisa dizer que tá apaixonado, né? Já acorda de manhã e a primeira coisa que grita lá do berço é “vovó! já acordou?”. Pois se não estava acordada, agora está.

E talvez pela falta de costume em conviver com outros familiares, na primeira vez que ele me viu chamando a avó de “mãe” logo me corrigiu: “mãe não, ela é a vovó!”. Mas agora já se acostumou. Da mesma forma que também se acostumou ao colinho aconchegante dela e da mesma forma que a vovó tem se acostumado ao frio daqui. Ou quase.

Essa é a foto da Vovó São conhecendo a neve pela primeira vez, em Whistler. Ela veste: 16 camadas de blusas, 2 luvas, 7 calças e duas meias, além de gorro, bota e cachecol. (rs)

– Tá com frio, vovó?

– Só um pouquinho, meu querido.