Você aí, não me leve a mal, mas tem cada figura que aparece aqui pelo meu blog, que vou te contar, viu?
Vou nem considerar a galerinha do “ótimo post, como faço pra mudar pro Canadá?” ou “adorei seu blog de moda, que tal publicar um post com meu link?” ou então “olá nicolilando, você estaria interessado em divulgar nosso produto?” (tá falando com meu blog? vou esperar ele te responder então), que esses tipos são mais raros, né gente? Felizmente, a maioria é só pessoal bacana e educado.
Inusitado foi uma vez, quando eu, certamente com milhões de coisas pra fazer mas claramente optando por focar as prioridades, fui dar uma olhada nas estatísticas do blog nicolilento. Comecei a analisar por onde chegam, por onde saem, como chegam, porque diabos leem esse blog, quando caio nas buscas do Google que trouxeram parte dos leitores naquele dia. Passo os olhos no de sempre: “viagem de avião com criança”, “relato de parto”, “castelo de caras” (haha), “morar no Canadá”, “como pegar mulher no Havaí”, “bebê com refluxo”.
– Cumé?
Rebobino os olhos e leio de novo: COMO PEGAR MULHER NO HAVAÍ?
E quase caio no chão de tanto rir. Certamente o figura, passando por um dramático período de vacas magras no paraíso do ula-ula (quem nunca?), resolve pedir ajuda pro Seu Google na esperança de que o oráculo lhe forneça uma fórmula mágica pra aliviar seu… hm, hm… probleminha, e vai parar onde? Num blog materno, minha gente.
Pobre criatura.
O post que o trouxe até aqui era sobre o Havaí, nem pense que não. Mas nem preciso dizer que o tema geral passava léguas de distância do que ele procurava, né? Mesmo porque, se tivesse o minimo a ver, minha sugestão seria que ele começasse riscando do seu vocabulário termos pejorativos como “pegar” quando se referisse a mulheres, já que continuando assim, grandes chances de que a única coisa que ele continuaria pegando seriam somente ONDAS… Como ele mesmo falou!
Sim. Porque 5 minutos depois de eu analisar a estatísticas, me chega um comentário DELE no post ula-úlico.
Não, ele não deixou o nome verdadeiro. E não, ele não mencionou estar tendo dificuldades de… hm… entrosamento com a comunidade feminina. Aliás, ele deixou um comentário até bem simpático, viu? Mas mesmo assim, tive tremenda dificuldade em desvincular o comentário bacana da informação prévia que eu já tinha sobre a pessoa.
Não que isso seja da minha conta. Mas não é bizarro? Eu saber de um apelo tão intimo de alguém que nunca vi, mas calhou de passar pelo meu blog? E se essa mesma pessoa estivesse confessando um crime, gente? Tipo “matei meu chefe no Havaí, como me safar?”. E ao invés do nome fictício tivesse deixado o nome verdadeiro? O que eu faria?
E como não pensar em quantas vezes ficamos sabendo de coisas super constrangedoras de pessoas que nem sonham que a gente saiba? Quantas pessoas você já pegou dando aquela cutucada no nariz sem saber que estavam sendo observadas? Quanta coisa o Seu Google e toda sua equipe geek saberão sobre nós com base nas nossas buscas desesperadas? E por último, mas não menos importante: mulheres do Havaí serão realmente tão difíceis assim?
São muitas, muitas perguntas.
* * *
E aproveitando o ensejo, gostaria de dizer que se alguém aí for dono das seguintes buscas no Google e quiser se pronunciar nos comentários, agradeço, viu? Olha o que eu encontrei aqui:
“Não durmo há 3 anos”
“Cansei de ser descabelada e com olheiras”
“Fui à pedicure com a meia furada”
“Quero um adesivo de parede da Cuca”
“Como derreter o coração de uma mulher pelo Face”
“Tenho atração por mulher de peruca”
“Procuro famílias naturistas”
“Vídeo pornô da Lucy”
Gente? Tá, os primeiros eu até entendo, mas “famílias naturistas e video pornô da Lucy”? Como assim? Como alguém digita isso no Google e chega aqui no meu blog? Sou só eu ou vocês também acham que estou precisando pensar um pouquinho mais antes de escrever meus posts?
* * *
Mas enfim, o que eu queria mesmo com esse lenga lenga todo era agradecer, sabe? Afinal, esse blog nunca teve tantos leitores como hoje em dia! Independente de como você chegou aqui, muito obrigada pela visita (bom, exceto se você é a pessoa que hipoteticamente cometeu o crime no Havaí, óbvio). Obrigada pelos comentários, pelos emails ótimos que me fazem sentir mais próxima de cada um, pela interação divertida no facebook. Obrigada às pessoas que comentam aqui e na lalelilolu sem se darem conta que a palhaça e a ilustradora são a mesma pessoa (preocupa não, já fiz isso também!).
Obrigada também, àqueles que leem quietinhos mesmo sem nunca deixarem um comentário. Aliás, que tal deixar um hoje? Nem que seja só seu nome e onde mora? Gostaria muito de te conhecer também! E ó, não fica com medo de eu descobrir que você chegou aqui por ter digitado “me apaixonei pelo leiteiro” não, viu? Os casos em que consigo fazer essa relação são raríssimos e normalmente não tenho a menor ideia de como os leitores novos chegam aqui!
Agora, caso você realmente tenha chegado aqui por conta de uma paixonite com o leiteiro, colega, saiba que isso é algo que até meu próprio marido desconfia, haja vista que ninguém mais nas duas famílias tem os olhos azuis da caçula – exceto pelo bisavô dela, imagine.
– É do padeiro? – pergunta ele depois de olhar longamente pra Lily.
– Padeiro? Não, ele nunca me deu bola.
– Do açougueiro?
– Claro que não, você sabe que não gosto de homem com bigode.
– Ah, então deve ser do leiteiro!
– Hm, sabe que tem chance?
E a gente ri.
– Bom, vamos parar de jogar conversa fora que tenho que publicar esse post. Afinal. depois é ferias, né?
– Você só volta a escrever no blog no outro ano, amor? Sabe que me divirto com seus posts.
– Eu sei. Mas acho que você só lê tudo porque tem medo que eu fale mal de você, não? E sim, muito provável que post novo só ano que vem.
– E o pessoal nao acha ruim?
– Não te falei? Eu tenho um ou outro leitor estranho, mas em geral todo mundo é super bacana!
– E o meliante do Havaí?
– Ah não. Menos ele. Claro.
* * *
É isso, gente! Um SUPER Feliz Natal pra todo mundo, tá? Beijoca no nariz de pipoca!
PS: E não se esqueçam de se pronunciarem quanto às buscas do Google. Tô me coçando pra saber quem chegou aqui procurando esse tal de pornô da Lucy! 😉
UPDATE: Tive um ótimo insight pra resolver a trama e fortemente desconfio que o leiteiro, o pegador de ondas, o meliante e o fã da Lucy sejam a mesma pessoa. Faz o maior sentido, gente! Expliquei tudo ontem, na Fanpage. CORRE LÁ!