O lado cômico da maternidade


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A surdez seletiva, o caminhão com lama e o eco materno

Aconteceu num daqueles raros momentos em que consigo mergulhar tão completamente no meu trabalho, que qualquer conversa ao meu redor soa como uma aula da professora do Charlie Brown.

O máximo que consigo escutar, algumas vezes, é a última palavra de cada frase. Máximo. Tudo o mais é caótico, embolado e ininteligível.

Numa dessas, chega meu menino Nicolas.

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Ele tem um plano audacioso em mente, mas decide sondar o terreno e avançar com sua tropa com cautela.

E me pede pra brincar com um caminhão que eu tirei de circulação por um mês, há uns dias atrás, por motivo de mal comportamento. Não do caminhão, do Nicolas – que fique bem claro.

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O Nic sabia que em situações normais eu não cederia, mas como balbuciei qualquer coisa vaga e não disse “não” de cara, seu peito se encheu de esperança e prosseguiu. Me perguntou se tudo bem pegar uma cadeira pra alcançar o caminhão lá encima do armário.

Eu só escuto que ele quer pegar uma cadeira. Pois que mal há em se brincar com uma cadeira, gente!!! Prossiga, jovem criança!

E dou o passe livre.

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Ele se empolga.

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Mas suas palavras entravam nos meus ouvidos de forma distorcida e enfadonha. Era como se eu estivesse escutando um advogado gago tentando me explicar o histórico do sistema jurídico e tributário ao fazer meu imposto de renda. Tá brincando? Me dá logo esse documento que eu assino!

Com isso, a imaginação do meu pequeno deslancha enlouquecida.

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Totalmente sem limites.

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E sem me dar conta, assino o documento autorizando a transferencia de todos os meus bens pra um estranho.

O Nic sai correndo radiante.

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Tão radiante, efusivo e satisfeito, que chego a desconfiar que alguma coisa estivesse errada.

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Pra imediatamente descartar ideia tão absurda!

Imagina!!! Ele não passa de uma criança de gostos simples, feliz por conseguir permissão pra ir ao banheiro, depois tomar água!

Graça de menino!

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Até que um tempo depois, algumas palavras começam a voltar, irradiando como um eco na minha cabeça.

<<Taí uma habilidade que muitas mães têm, mas ignoram: a habilidade de ouvir ecos de um passado não tão distante.>>

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E sou atingida por uma realidade estarrecedora.

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Meu filho podia estar naquele mesmo momento, construindo uma elaborada rampa pra brincar com um caminhão cheio de lama no meu banheiro!

E saio correndo descontrolada.

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Chegando justo em tempo de evitar o pior.

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Claro que:

– Dona Lily não tava nem aí pra festa da lama que estava prestes a acontecer.

– O Nic ficou meio decepcionado, mas entendeu que tava mesmo bom demais pra ser verdade. E brincou horas com o caminhão cheio de lama lá fora.

– E eu? Bom, eu tenho me esforçado muito mais pra ouvir cada palavra do que dizem quando estou trabalhando.

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A-HÁ!! Achou que eu não fosse escutar, né?

Pois agora fiquei esperta!

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Hoje ele faz 5 anos. Me abraça?

Tudo começou no dia 18 de Outubro de 2008, quando me tornei mãe.

MÃE.

Nossa, me dá até um saracotico na espinha de lembrar.

Escapando do Jeho (2)

Mãe de um menininho de bochechas rosadas que de início era muito chorão, mas que depois se revelou a criança mais risonha, divertida e companheira que eu poderia sonhar em ter ao meu lado.

2. Lahaina (15)

De um menininho que nasceu de um parto difícil, que deu muito trabalho pra dormir, pra comer e desfraldar, mas que hoje me faz entender que tudo isso foi necessário pro meu amadurecimento como mãe DELE; que ao invés de tentar mudá-lo, eu tinha que mudar a mim mesma.

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De um menininho que sempre foi muito esperto e inteligente, mas que aos 2 anos de idade teve o terrível azar de ser filmado num dos grandes deslizes de sua tenra infância: o dia que ele caiu igual um patinho no famoso Método de Psicologia Inversa (MPI), método este, aplicado com brilhantismo por sua sagaz progenitora (apesar da filmagem em vertical comprovar o contrário… mas vá, dá um desconto, aqueles eram outros tempos)

no hotel, fascinado por rodas

Um menininho que sempre foi completamente fascinado por carros e máquinas, mas que nem por isso, deixa de ter um lado sensível e imaginativo, que aos 3 anos de idade conseguiu explicar como surgiram as estrelas-do-mar.

Eu sou a feliz mamãe de um menininho que me emociona todos os dias com suas questões sobre a vida, a morte e suas observações sobre as pessoas. Um menininho que nunca deixa de me cobrar pra eu agir de forma coerente com o que eu ensino pra ele, que fica bravo toda vez que quero apertar a Lily e que me comove com seu jeito simples de ver as coisas.

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Desse menininho inocente, carinhoso e perceptivo, com o qual tenho diálogos tão incríveis todos os dias que custo a acreditar na minha sorte como mãe dele.

Eu: Nicolas, o que você quer ser quando crescer?
Nic: Lenhador!
Eu: Por que?
Nic: Porque eu quero construir casas de madeira e matar o lobo mau!
Eu: Nossa, que corajoso!
Nic: Tudo bem, mamãe, porque quando eu ‘ser’ lenhador ja vou ser grande e forte!
Eu: Ah é? E quantos anos você vai ter?
Nic: 100!!!

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Eu sou a orgulhosa mãe desse menininho que hoje faz 5 anos! E espero de todo o meu coração que ele cresça feliz, saudável e realize todos os seus sonhos, mesmo que seja o de viver até 100 anos pra começar sua vida de lenhador. 🙂

Feliz aniversário, meu menininho Nicolas! Que você nunca perca essa sua leveza, seu sorriso lindo e a simplicidade no seu coração.  Mamãe te ama e te admira desde sempre!

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Ah! E tem mais:

A linda história contada pela professora do Nicolas e que me fez debulhar em lágrimas e traumatizar pra sempre 15 criancinhas inocentes

A ilustração de comemoração dos 5 anos com seus melhores amiguinhos


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Vi monstro, escrevi livro, virei travesseiro, mas queria mesmo era ser o Mussum

Eu tinha 5 anos quando vi meu primeiro monstro, o Nic tinha pouco mais de 4 quando começou suas primeiras perguntas transcendentais e a Lily tinha 14 meses quando resolveu me fazer de travesseiro.

Tudo no mesmo nível de importância. Aparentemente.

Ver monstro pra mim era coisa trivial, todo dia eu via um. O Monstro de Bolinha foi o primeiro, com uns 4 metros de altura ou mais, todo feito de bolinhas brancas empilhadas – até simpático, ele. Me apareceu em plena luz do dia, no quintal da minha casa. Olhei pra ele e saí correndo, que não sou boba, mas meu medo mesmo era daquelas bolinha tudo desmoronarem no chão e me derrubarem feito boliche. Ou quase, já que seriam várias bolinhas pra um pino só. No caso, eu.

Isso sim, teria sido loucura.

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Estaria meu irmão vendo o Monstro de Bolinha?

Depois dele, virou festa. Passei a ver extra-terrestres, monstros peludos no telhado, passarinho voando com uma asa só (tenho quase certeza), monstro pernicioso que atravessava a porta de vidro da nossa casa mesmo com ela fechada (e minha mãe insistia que era sombra da árvore. Aham, sei.), e cheguei até a ouvir barulho de estrela piscando. Coisas desse naipe se tornaram tão comuns na minha infância, que me pareceu normal criar pra mim mesma um passado alienigena e até escrever um livro de terror aos 13 anos de idade. Believe me.
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Uma história sinistra, sobre um baú secreto escondido num porão obscuro. Onde estará?

Acho que por causa desse meu background tenebroso, cresci destemida e corajosa, sabe? Nunca nada me assustou nessa vida. Exceto baratas. E marimbondos. E lugares altos. E pessoas que adoram contar como gostam de lugares alto. E galinhas da Angola (vem me dizer que não são assustadoras!). Ah claro! E o bonitão da bala Chita.

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Como não?

Hoje em dia, eu adoro filmes de terror e suspense, mas confesso que nada me dá mais frio na barriga, que as perguntas que meu filho anda me fazendo. Não existe hora certa pra perguntas difíceis, né? Não importa o quanto a gente já pensou e ensaiou as respostas, elas sempre nos pegam desprevenidos. Ultimamente, ele tem escolhido justo quando estou fazendo comida e jogando Candy Crush simultaneamente (pra não dizerem que perco tempo com joguinhos).

Ele começa assim “Mamãe…” com uma vozinha super doce e fofa como quem vai dizer “você é a melhor mãe do mundo”, mas ao invés, completa com um”por que que a gente morre?” ou “como os bebês são feitos?“.

Isso sim, é de estremecer qualquer estrutura.

Me dá um Monstro de Bolinha sentado no murinho da cobertura de um prédio de 200 andares comendo um saco de bala Chita, mas não me pergunta porque que a gente morre, que isso me mata.

* * *

Pra completar, noite dessas, dormi toda enrolada feito uma lagarta pronta pra virar borboleta. Em certo ponto da noite, quando já estava quase amanhecendo, comecei a sentir um determinado incômodo, um desconforto. Eu ainda estava semi-dormindo, mas sentia que algo me atrapalhava, me imobilizava. Eu tentava me virar e não conseguia. Mexer a cabeça, não dava. Freddy Krueger, é você? – sonhei. Acordo com o clique de uma câmera fotográfica, um hi-hi safado bem baixinho, até que vejo a mão do Rafa se estendendo na frente do meu rosto me mostrando a cena da qual eu fazia parte.

Essa.

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Um travesseiro sobre o outro

Nesse momento, me dou conta no que eu havia me transformado: um mero travesseiro. Pra minha filha. Que nunca havia dormido. Tão. Bem.

* * *

A mesma filha, que aos 16 meses já fala VÁRIAS palavras. Tipo, umas cinco. E que ao invés de “Nei”, como ela costumava chamar o irmão Nicolas, agora chama ele sabe de que?

Eu: De-dé! A Lily agora chama o Nicolas de Dedé, acredita? Assim que nascem os apelidos bizarros nada a ver.

Rafa: Pois é, o meu era “Coté”, por causa da minha irmã Fernanda.

Longa pausa pra me recuperar de tanto rir.

Eu: COTÉ? CO-TÉ? Tem certeza?

Rafa: Eu já tinha te contado isso, sua boba.

Eu: Eu sei, mas é sempre bom tirar sarro da sua cara! Coté é pior que Dedé, cá pra nós! O Dedé era sem graça, mas pelo menos era um dos Trapalhões. Você teria tido mais sorte se ela tivesse te chamado de Tião Macalé. Melhor que Coté, né não?

Rafa: Ha-ha.

Eu: E sabe como a Lily tá se chamando? Didi! Quer ver? Lilinhaaaaa! Fala “Lily”!

Lily: Didi!

Eu: Viu? O que deixa o Mussum pra mim e o Zacarias pra você!

Rafa: Por que o Zacarias pra mim? É você quem se amarra numa peruca!

Eu: Putz, falou tudo… E agora? Tava tão empolgada que eu fosse poder ficar falando “forevis” e “cacildis” o dia todo!

Rafa: Que pena.

Eu: E coraçãozis.

Rafa: É né?

Eu: E Nicolilandis por aízis.

Rafa: (…)

Eu: E Lucianis, e Lilis, e Nicolis.

Rafa: Você não vai parar, vai?

Eu: E Rafis…?

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Juro. Ainda preferia ser o Mussunzis


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Os leitores, as leitoras, o leiteiro e o meliante do Havaí

Você aí, não me leve a mal, mas tem cada figura que aparece aqui pelo meu blog, que vou te contar, viu?

Vou nem considerar a galerinha do “ótimo post, como faço pra mudar pro Canadá?” ou “adorei seu blog de moda, que tal publicar um post com meu link?” ou então “olá nicolilando, você estaria interessado em divulgar nosso produto?” (tá falando com meu blog? vou esperar ele te responder então), que esses tipos são mais raros, né gente? Felizmente, a maioria é só pessoal bacana e educado.

Inusitado foi uma vez, quando eu, certamente com milhões de coisas pra fazer mas claramente optando por focar as prioridades, fui dar uma olhada nas estatísticas do blog nicolilento. Comecei a analisar por onde chegam, por onde saem, como chegam, porque diabos leem esse blog, quando caio nas buscas do Google que trouxeram parte dos leitores naquele dia. Passo os olhos no de sempre: “viagem de avião com criança”, “relato de parto”, “castelo de caras” (haha), “morar no Canadá”, “como pegar mulher no Havaí”, “bebê com refluxo”.

– Cumé?

Rebobino os olhos e leio de novo: COMO PEGAR MULHER NO HAVAÍ?

E quase caio no chão de tanto rir. Certamente o figura, passando por um dramático período de vacas magras no paraíso do ula-ula (quem nunca?), resolve pedir ajuda pro Seu Google na esperança de que o oráculo lhe forneça uma fórmula mágica pra aliviar seu… hm, hm… probleminha, e vai parar onde? Num blog materno, minha gente.

Pobre criatura.

O post que o trouxe até aqui era sobre o Havaí, nem pense que não. Mas nem preciso dizer que o tema geral passava léguas de distância do que ele procurava, né? Mesmo porque, se tivesse o minimo a ver, minha sugestão seria que ele começasse riscando do seu vocabulário termos pejorativos como “pegar” quando se referisse a mulheres, já que continuando assim, grandes chances de que a única coisa que ele continuaria pegando seriam somente ONDAS… Como ele mesmo falou!

Sim. Porque 5 minutos depois de eu analisar a estatísticas, me chega um comentário DELE no post ula-úlico.

Não, ele não deixou o nome verdadeiro. E não, ele não mencionou estar tendo dificuldades de… hm… entrosamento com a comunidade feminina. Aliás, ele deixou um comentário até bem simpático, viu? Mas mesmo assim, tive tremenda dificuldade em desvincular o comentário bacana da informação prévia que eu já tinha sobre a pessoa.

Não que isso seja da minha conta. Mas não é bizarro? Eu saber de um apelo tão intimo de alguém que nunca vi, mas calhou de passar pelo meu blog? E se essa mesma pessoa estivesse confessando um crime, gente? Tipo “matei meu chefe no Havaí, como me safar?”. E ao invés do nome fictício tivesse deixado o nome verdadeiro? O que eu faria?

E como não pensar em quantas vezes ficamos sabendo de coisas super constrangedoras de pessoas que nem sonham que a gente saiba? Quantas pessoas você já pegou dando aquela cutucada no nariz sem saber que estavam sendo observadas? Quanta coisa o Seu Google e toda sua equipe geek saberão sobre nós com base nas nossas buscas desesperadas? E por último, mas não menos importante: mulheres do Havaí serão realmente tão difíceis assim?

São muitas, muitas perguntas.

* * *

E aproveitando o ensejo, gostaria de dizer que se alguém aí for dono das seguintes buscas no Google e quiser se pronunciar nos comentários, agradeço, viu? Olha o que eu encontrei aqui:

“Não durmo há 3 anos”
“Cansei de ser descabelada e com olheiras”
“Fui à pedicure com a meia furada”
“Quero um adesivo de parede da Cuca”
“Como derreter o coração de uma mulher pelo Face”
“Tenho atração por mulher de peruca”
“Procuro famílias naturistas”
“Vídeo pornô da Lucy”

Gente? Tá, os primeiros eu até entendo, mas “famílias naturistas e video pornô da Lucy”? Como assim? Como alguém digita isso no Google e chega aqui no meu blog? Sou só eu ou vocês também acham que estou precisando pensar um pouquinho mais antes de escrever meus posts?

* * *

Mas enfim, o que eu queria mesmo com esse lenga lenga todo era agradecer, sabe? Afinal, esse blog nunca teve tantos leitores como hoje em dia! Independente de como você chegou aqui, muito obrigada pela visita (bom, exceto se você é a pessoa que hipoteticamente cometeu o crime no Havaí, óbvio). Obrigada pelos comentários, pelos emails ótimos que me fazem sentir mais próxima de cada um, pela interação divertida no facebook. Obrigada às pessoas que comentam aqui e na lalelilolu sem se darem conta que a palhaça e a ilustradora são a mesma pessoa (preocupa não, já fiz isso também!).

Obrigada também, àqueles que leem quietinhos mesmo sem nunca deixarem um comentário. Aliás, que tal deixar um hoje? Nem que seja só seu nome e onde mora? Gostaria muito de te conhecer também! E ó, não fica com medo de eu descobrir que você chegou aqui por ter digitado “me apaixonei pelo leiteiro” não, viu? Os casos em que consigo fazer essa relação são raríssimos e normalmente não tenho a menor ideia de como os leitores novos chegam aqui!

Agora, caso você realmente tenha chegado aqui por conta de uma paixonite com o leiteiro, colega, saiba que isso é algo que até meu próprio marido desconfia, haja vista que ninguém mais nas duas famílias tem os olhos azuis da caçula – exceto pelo bisavô dela, imagine.

– É do padeiro? – pergunta ele depois de olhar longamente pra Lily.
– Padeiro? Não, ele nunca me deu bola.
– Do açougueiro?
– Claro que não, você sabe que não gosto de homem com bigode.
– Ah, então deve ser do leiteiro!
– Hm, sabe que tem chance?

E a gente ri.

– Bom, vamos parar de jogar conversa fora que tenho que publicar esse post. Afinal. depois é ferias, né?
– Você só volta a escrever no blog no outro ano, amor? Sabe que me divirto com seus posts.
– Eu sei. Mas acho que você só lê tudo porque tem medo que eu fale mal de você, não? E  sim, muito provável que post novo só ano que vem.
– E o pessoal nao acha ruim?
– Não te falei? Eu tenho um ou outro leitor estranho, mas em geral todo mundo é super bacana!
– E o meliante do Havaí?
– Ah não. Menos ele. Claro.

* * *

É isso, gente! Um SUPER Feliz Natal pra todo mundo, tá? Beijoca no nariz de pipoca!

PS: E não se esqueçam de se pronunciarem quanto às buscas do Google. Tô me coçando pra saber quem chegou aqui procurando esse tal de pornô da Lucy! 😉

UPDATE: Tive um ótimo insight pra resolver a trama e fortemente desconfio que o leiteiro, o pegador de ondas, o meliante e o fã da Lucy sejam a mesma pessoa. Faz o maior sentido, gente! Expliquei tudo ontem, na Fanpage. CORRE LÁ!


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The incredibles

BABY LILY

6 semanas de vida, 6 cm mais alta, cheia de baby acne no rosto e cada vez com mais cabelo na cabeça.

Super poderes: doçura e braveza na mesma medida. O primeiro te derrete, o segundo te apavora – ambos te desarmam. Ela começa te olhando com meiguice, depois segura seus dedos com aquelas mãozinhas pequenas, emite sons delicados como “grrrr” ou “agu”, solta gritinhos e te abre aquele sorriso lindo e banguela. Quando você está completamente tomado por tanta doçura, ela te surpreende com o maior escândalo que você já presenciou. Sem entender o que você fez de errado, você vira e descobre que a mamãe acaba de passar no cômodo ao lado e que a tigresinha-sempre-faminta conseguiu farejar o leitinho amado, ainda que a léguas de distância. Se a mama de ferro não vem imediatamente, ela grita, leva as duas mãozinhas na boca e chega quase a perder o fôlego de tanto chorar.

Seu lugar favorito na casa é encima do trocador e olhando pra parede vazia.

Outras características: ama um colo (as vezes não mais que o trocador), odeia andar de carro, adora ficar no sling – mas SÓ pelas manhãs, adora tomar banho de balde e acha que chupeta é para os fracos (sim, mamãe confessa que tentou).

Já foi chamada de: Branca de Neve, Lilica, Liloca. Mas o irmãozinho prefere princesinha, florzinha, mamona (que mama muito), além dos conhecidos Lilys e Lilinha.

Maior disparate ouvido: Se durante a gravidez sua mãe tomou loção do Vicentino. Cara-de-pau, viu? 🙂

* * *

Olha, o M de Mamãe!

MENINO NIC

3 anos e 5 meses de vida, exibe “traços” de hiperatividade, curiosidade excessiva e total carinho pela irmã

Super poderes: NUNCA se cansa de perguntar, nem de correr, nem de pular.

Sobre ele: Sorridente, inteligente, cooperativo. Adora ajudar na cozinha, tem medo de mosquito mas não de urso, consegue tirar e vestir suas roupas sozinho (tudo bem que ontem ele vestiu a calça ao contrário – a partir das pernas!), monta facilmente um quebra-cabeças de 24 peças, sabe todas as letras do alfabeto e citar pelo menos uma palavra que comece com elas, reconhece os números escritos até 10, vai ao banheiro sem ajuda (embora agora tenha voltado com as escapadas de xixi ), dorme no seu quarto sozinho e ao amanhecer se levanta e vai quietinho pro quarto da mamãe, adora brincar com a Lily, embora ainda não consiga controlar sua força pra encostar nela. Não se adaptou na escolinha, mas adora fazer Taekwondo.

Ama cantar, falar e perguntar. Pergunta o tempo TODO.

– O que a gente vai fazer agora? – ele pergunta

– Fazer comida.

– E depois?

– Ir ao banheiro.

– E depois?

– Lavar as mãos.

– E depois?

– Almoçar.

– E depois?

– Não sei, Nic. O que você sugere?

– E depois?

– Não sei.

– Mas e depois? Responde, mamãe!

– Chega, Nic, cansei.

– Comer sobremesa?

– Se almoçar tudo, sim.

– E depois?

(não, não tem fim)

*

– O urso entrou no nosso quintal?

– Entrou.

– Por que?

– Porque ele acordou da hibernação e estava com fome.

– Pode entrar no nosso quintal?

– Não.

– Não? Então porque que ele entrou?

– Porque o portão estava aberto.

– Pode ficar aberto?

– Não, mas acontece.

– Pode acontecer?

– Como assim, Nic? Sim, pode acontecer.

– Porque?

(…)

* * *

PAPAI INCRÍVEL

Super poderes: o maior é o de desaparecer por 10 dias a 2 semanas. No momento tem viagens programadas pra Argentina, Ghana, Finlândia. Começa ainda esse mês. Outros: paciência gigante pra ler a mesma história pro Nic todos os dias, colinho super aconchegante que faz a Lily parar de chorar mesmo durante uma crise de cólica. Ajuda na faxina de casa como ninguém.

* * *

MAMÃE ELÁSTICA

Super poderes: É capaz de se esticar até alcançar qualquer objeto com o pé enquanto baby Lily dorme no seu colo, consegue fazer almoço, amamentar, inventar uma historinha na última hora, checar os emails e ainda dançar o tchá-tchá-tchá – tudo ao mesmo tempo, tem visão de 360 graus, se faz de invisível (e surda) quando necessário, consegue dormir profundamente mas surpreendentemente, continuar escutando, entendendo e reagindo a tudo o que escuta.


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e a mamãe, é tine?

Se tem uma coisa que sempre gostei nessa vida é de tomar chá. Comecei tomando o chá mate que minha avó fazia (numa daquelas chaleiras super bacanas que apitam), mas só fui tomar gosto mesmo, a ponto de tomar todo dia, quando eu morei na Austrália. Sim, porque eles podem não ter herdado patavina do sotaque dos ingleses, mas sem dúvida herdaram a paixão por chá.

Pode reparar, em qualquer lugar que você for na Australia – seja num restaurante de beira de estrada, num posto de saúde do bairro ou numa festinha de criança cheia de balões coloridos – bem lá num cantinho vai ter uma mesinha com água quente e teabags pra você preparar o seu. Aliás, ai da brasileira orgulhosa que cismar de fazer festa pra cria e encher a mesa de brigadeiros e enfeites mil mas nenhum chá – de repente ela vai olhar e ver as australianas todas se pirulitando dali em busca de um lugar que lhes sirva uma boa xicara de earl gray, ao invés de umas bolinhas marrons esquisitas.

* * *

E como não podia deixar de ser, Nic, menino nascido em terras dos cangurus (ou cuiúiús, como ele diz), também adora um chá. O preferido dele (TALVEZ por que seja o único que a gente dá pra ele tomar – oi?) é o de erva-doce. Gosta tanto que além de tomar muito, também quer dividir o chá com seus maiores ídolos nesse mundo – os seres de rodas.

– Olha, mamãe, Nicolas tá dando um monte de cháS pros carrinhos.

Ah sim, notou o plural? Nic agora virou o rei da conjugação. Não lhe escapa uma!

– Mamãe, oS caminhÕES estÃO passandoS na rua!

– Olha! OS dois carrinhoS caiuS!

– OS fogoS estÃO queimando muito o carro! Mas o caminhão de bombeiro TINE vai salvar.

Ops, dá pra voltar aí? “Tine”????

Pois é, também não sei que que é não. Nic inventou essa palavra, assim como outras cinco mais. Acho que como estratégia pra suprir o que lhe falta ainda em vocabulário, sabe? Ele sabe O QUE quer dizer, mas não sabe COMO, então inventa. Já tentei investigar mas ainda não sei bem o que vem a ser o tal de “tine”.

– O que é tine, Nic?

– É o carrinho.

– Esse aqui?

– Não, esse não. O verde.

– Ah, o carrinho verde é tine… E o trator amarelo é tine também?

– Não, não é tine não!

– E o caminhão de lixo?

– É!

– É?! E a mamãe, é tine?

– Não!

– E o papai?

– Não! Só carrinho é tine.

– Ah! Então aquele carrinho de corrida ali é tine?

– Não, só carrinho tine é tine.

Viu só?

Mas daí, que ontem chegou aqui em casa um embrulho especial, vindo de uma querida amiga lá dazinglaterra. E o que que ela mandou pra gente? Só coisa boa: livros, cartinha, desenho, chá (eeeehhhh!!!) e um carrinho preto pro Nic, que quando abriu a embalagem gritou:

– Uau! Um carrinho tine!!!!

Ou seja, “tine” SÓ pode ser bom.

(O que me deixa aqui pensando porque será que nem eu nem o Rafa somos “tines”… Humpft!)

* * *

E eu, que sou passada de tudo (too much tea?) contei que Nicolas estava doente, mas nunca voltei pra dizer que ele melhorou. Sim!!! Melhorou! Foram 8 dias de sofrimento pra ele e pra gente. 8 dias sem ele comer NADA, nem um grão de arroz e vomitando TUDO o que bebia de tanto tossir, inclusive os remédios. Tem noção do sufoco? A pancinha dele que em geral é uma bolinha (não me pergunta como) tava esmilinguida de dar dó. Assim como nosso coração, né? Foi uma correria de médico, hospital, raio-x, suspeita de broncopneumonia e lá fora, só chovendo e fazendo frio. Aqui dentro, troca lençol, lava lençol, troca roupa vomitada, lava roupa vomitada. MAS passou!!! Nicolas voltou a ficar coradinho e com a pancinha roliça de sempre!

Mas agora, o que mais me espantou nesse período que ele ficou doente foi perceber que a mania de limpeza e organização que ele tem superou todo e qualquer incomodo de vomitar sem parar.  Sim, porque Nicolas é daqueles que não pode ver um pedaço de roupa sobrando pra fora da gaveta que ele vai lá arrumar. Nem um tapete meio bagunçado ou uma porta do armário aberta. Só o que eu não esperava era vê-lo vomitando e falando enquanto vomitava: quer limpar, mamãe! Quer limpar!

Tadinho, gente… Mas que Deus conserve essa qualidade, viu? 🙂

* * *

E aproveitando que eu não passo aqui todo dia, vou deixar aqui também meus parabéns pro meu irmão que casou!!!! O convite foi enviado pra cá há mais de um mês atrás, mas só chegou aqui no exato dia do casamento. E eu achei o convite tão lindo, tão fofo, tão a cara desses dois doces-de-coco, que se não faltasse só 3 horas pro casório eu teria pegado o primeiro avião e ido dar um abraço neles. Mas fiquei sabendo que a cerimônia foi maravilhosa, que a Ana entrou na igreja dançando e que foi uma choradeira geral… Ou seja, só pode ter sido um casamento TINE, né? Felicidades pra vocês, meus amores! Beijos de todo mundo aqui!


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Obsessão pouca é bobagem

– Nic, qual é o nome desse seu brinquedo aí?

– É o Buzz.

– E o que ele fala?

To infinity and bicarro!

– Bicarro??? Mas não é beyond?

– Não, beyond não, é bicarro!

– E qual é seu nome?

– Carro.

– Carro? Não é Nicolas não?

– Não! É Carro.

– Mas cadê suas rodas? Pra ser carro tem que ter roda e você tem pernas.

Silêncio, fingindo que não me escuta.

– Hein? Cadê suas rodas?

Sumiu… – olhando pras próprias pernas.

– Tudo bem então… Mas Carro, errrr… Que tal a gente cantar aquela música da borboletinha? Você me ajuda? “Borboletinha, tá na coz…”

– … tá no carro, fazendo chocoiate para o carro, poti-poti, perna de carro, oio de carro, nariz de pica-carro, carro, carro!”

Depois disso, alguém aí acha que ele gosta de carro?

Será?

* * *

E falando daquele grande filme de sucesso – A emancipação –  sabia que ele ainda anda reprisando por aqui algumas vezes? Tem dia que é sucesso a noite toda, outros metade, outros a preferencia é pelo “A cama da mamãe é mais quentinha”, mas tudo bem. Ontem à noite foi um dia que reprisou a noite toda de novo. Ele só acordou uma vez e eu perguntei se ele queria ir pra minha cama e ele disse:

– Não, cama da mamãe não, quer ficar aqui (ah sim, e agora tá com a mania de responder repetindo a frase toda completa, mesmo que sejam 3 da manhã).

E lá ficou. De manhã acordou contando um sonho. Primeira vez que ele conta um sonho.

– Nicoias tava dirigindo um trator!

– Um trator? É mesmo?

– É! O trator tava passeando no chão e carregando pedra. Então mamãe pegou o controle e colocou um filme pro Nicoias assistir. E o trator não voltou.

– Puxa vida! Então o trator tava passeando na rua e depois foi embora?

– Não, passeando na rua e depois foi embora não! Ele tava passeando no chão e não voltou.

– Ah, tá!

* * *

Ainda tô devendo a receita do pão. Esqueci não, viu? 🙂


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A difícil tarefa de convencer o filho a fazer as coisas básicas da vida

Método Lúdico (ML)

Dia 1

– Hmmm! Que comida gostosinha! Vamos comer tudinho, Nic?

– Não! Qué bincar!

– Mas você pode brincar aqui enquanto come. Olha só o trator passando no túnel! Brrrr! E a colher entrando na boquinha do Nicolas… Vrrrr!

– Não! Comer não! Qué descer!

(Mãe pensando rápido em busca de outra estratégia. De repente avista o dinossauro que ele tanto gosta.)

– Olha só quem eu encontrei e vai comer junto com você… É o Dino!!!

(Nicolas batendo palmas)

– Nossa, olha o bocão do Dino! Nhame nhame nhame! Que beleza, o Dino comeu tudo. Agora é a vez do Nicolas!

(Nicolas abrindo bocão)

– Isso, muito bem!

Resultado: Experiência bem sucedida. Ambos Dino e Nicolas terminam com a pança bem grandona.

*

Dia 2

– Qué comer não! Nãããão!

– Mas olha só quem está aqui do meu lado… Se não é o nosso amiguinho Dino!

(Nicolas olha com carinha de contente)

– Ei Dino, vamos comer? Nhame, nhame, nhame! Isso, Dino, muito bem! Agora é a vez do Nicolas! Cadê o bocão do Nicolas?

– Não! Nicus não! Dino comer de novo!

– Mas o Dino já comeu, agora é a sua vez.

– Não! Dino de novo!

Resultado: Experiência frustrada. Nicolas não come nada e Dino termina rolando da mesa tamanha a pança roliça do bicho.

* * *

Método da Psicologia Inversa (MPI)

Dia 1, cena 1

– Vamos almoçar, Nic?

– NNNNNÃO!

– Tem peixe, que você adora, arroz, feijão e árvore!!! (=brócolis, tá gente?)

– NNNNNÃO!

– Então tá. Pois então hoje o Nicolas não vai almoçar… Só eu vou comer, viu? Nada de peixe, nem arroz, nem feijão, nem árvore pra você.  Hmmmm! Que bom que eu vou comer tudo sozinha… Tchau, Nic… Vai lá brincar…

– Não!!! Quéio comer peixe!!!

Resultado: Perfeito. Nicolas e mamãe terminam com a barriga DESSE tamanho.

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Dia 1, cena 2

– Vamos dormir Nic? Tá na hora daquela sonequinha boooa…

– Não! Dormir NÃO!

– Ah, é? Tudo bem… Então nada de dormir hoje, viu Nicolas? Vai ficar acordado o dia todo. Você não pode dormir, não pode cobrir com sua colcha de carro, nem deitar no seu travesseiro de cachorrinho. Nada de dormir, entendido? Nem pensar!!!

– Quéio dormir mamãe!!!! – pede ele já quase chorando

Resultado: Maravilha de experiência. Nicolas dorme um soninho gostoso em menos de 2 minutos e mamãe, com duas vitórias num dia, tem tempo de fazer algo pra si mesma.


Dia 2, cena 1

(Mamãe, achando que encontrou a fórmula infalível, já aborda a situação utilizando o MPI)

– Olha, nada de almoçar hoje, viu Nic? Proibido comer! Hmmm! Tudo pra mim!

(Nicolas com cara de nem aí, continua brincando em puro contentamento)

– Hmmm! Tô comendo tudo mesmo!

Resultado: Fracasso total. Nicolas não come e mamãe engorda 3kg numa tarde.

*

Dia 2, cena 2

(Mamãe tomando banho, Nicolas inicialmente brincando de carrinho no banheiro.)

– Não, não! Você sabe que não pode brincar no vaso sanitário! Sujo! Eca! Vai brincar lá perto da porta, tá bom?

(Nicolas finge que não escuta e continua levantando e abaixando a tampa do vaso. Mãe no desespero, apela novamente ao MPI)

– Isso, isso mesmo. Continua brincando com o vaso. Você não pode brincar perto da porta. Não, não! De jeito nenhum!

(Splash, splash!)

Resultado:  Catastrófico. A cena termina com Nicolas mergulhando o carrinho dentro do vaso várias vezes e mamãe chegando bem na hora de o impedir a levá-lo à boca.

* * *

Agora, a vocês, pessoas inteligentes  e mães experientes, pergunta besta: Há nesse mundo algum método que seja efetivo cem porcento das vezes???


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Vocabulário do Nic, aos 17 meses

Tipo

O papai do Nicolas, como um bom geminiano, adora falar. Mas também como todo geminiano, ele tem o “outro lado”, que no caso dele é o lado “enxuto”:

Eu:  Puxa, você trouxe trabalho pra fazer em casa de novo?

Ele: Tipo.

* * *

Eu: Amorzinho, você podia ir ao supermercado pra mim comprar uns filés de peixe. Hoje eu fiz sopa de legumes e o Nicolas não quis comer nada. Vou ter que fazer um peixe pra janta, pois aí certamente ele vai comer. Você sabe como ele gosta de peixe. Pena que acabou. E tenho que dar banho nele agora, se não eu mesma iria ao supermercado. Olha como ele tá todo molhado e sujo de lama… imagina que ele estava lá fora brincando com a mangueirinha de irrigar as plantas… de novo…  Então, você pode ir comprar o peixe por favor?

Ele: Tipo.

* * *

Eu:  Rafa, a janta já está pronta, viu? Você tá indo tomar banho agora? Não demora não, senão vai esfriar.

Ele: Tipo.

* * *

Daí, outro dia, o Nic vê a chave do carro.

Chabe! Chabe! – fala ele, e me entrega a chave.

– Porque você tá me entregando isso? O que você quer fazer?

Pissiá.

– Quer passear? Gente, mas você tá um menininho muito esperto!

Tipo! Tipo!

 

Dialogo no trocador

– Vamos trocar a fraldinha, Nicolas? – Nicolas indo em direção ao trocador.

– Hmmm. Você fez cocô…

Cocô! Repete ele com entusiasmo.

– Que tantão!Noooossa!

Mossa!!

– Pronto, tá limpinho agora.

– Eeeeehhhh! – fala ele batendo palminha

– Mas que pezinho frio, Nic. 

Pé!

– Vamos aproveitar e colocar uma meinha?

Ême!– fala ele me estendendo um dos pés e depois checando a sola da meia.

 – Não, essa não tem bolinha embaixo.

Báxi – E começa a ficar impaciente, querendo virar no trocador – Desce! Desce!

– Calma. Pronto, agora vamos descer – Um, dois, três e….

Zá!

– E você tá com fome? O que quer comer?

Gute! Gute!

r

 Animaizinhos

Nestes últimos dias de mudança, a gente está ficando num hotel. Nic chega coçando os olhinhos e pede pra dormir:

Mimi! Mimi!

Já sabe, né… hotel tem televisão no quarto. Então fui inventar de assistir um filme com um volume bem baixinho enquanto eu deitava ao lado do Nicolas pra ele dormir. De repente, propaganda com patinhos:

Cá, cá, cá! – Nic levanta a cabeça e imita o som dos patinhos, ao seu jeito.

– Vamos dormir Nic. A Moey já está dormindo, olha. Agora é a vez do Nicolas.

Nic tá lá, quietinho, quando anuncia o filme Marley e Eu e aparece o cachorro.

Au, au, au! – faz ele entusiasmado.

– Shhhh, vamos dormir, meu bem.

Então outra propaganda, desta vez com uns cavalos correndo num campo.

Au, au, au!

É… melhor desligar a televisão.

 

Pode não distinguir bem o que vê, mas tem um ouvido…

Mami, mamãe, mãe! – fala o Nicolas, que agora tá com mania de me chamar assim.

Aiá! – fala ele apontando um grãozinho preto na mesa.

– Lá? O que é que tem lá?

 – ! – fala abanando a mãozinha achando que era um mosquito.

De repente, barulho de carro na rua.

Caio! Caio! – fala apontando em direção ao som.

– Isso, carro!

Em seguida, barulho de moto.

Moto! Moto!

– Impressionante, você sabe tudo!

– Dudo!

r

Eu, comendo pão

– Quer um pedacinho, Nic?

Páo! Páo!

– Aqui, toma! Gostoso, né?

Né!

– Hum, bom!

Hum, mom!

r

Meu neném

Fala “Nicolas”.

Ele calado. Não gosta de falar seu próprio nome.

– Então fala “Nic”.

– Neném.


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Depois de comer

Todos os dias ao terminar o almoço:

– Muito bem, que gracinha! O Nicolas comeu TUDO!!! – eu digo

– Eeeeehhhh! – ele comemora, batendo palminhas feliz da vida.

* * *
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Então ontem no lanche da tarde, depois de comer um tanto de queijo e ameaçar a chorar querendo mais, eu digo:

– Não chora não, Nic. Não tem mais queijo, você comeu tudo… 

– Eeeeehhhhh! – comemora ele – e na maior animação!

🙂