O lado cômico da maternidade

O confronto… final?

9 Comentários

Então. Assim como prometeram, vieram eles – o par com gravatas e sapatos lustrosos – pontualmente às 16h do sábado retrasado.

Bom, pelo menos parece que além dos que já bateram na nossa porta, não tem outros que fazem o mesmo. Estou enganada?? Pois se houver, seguramente virão. E no que depender do sempre-agradável-e-gentil Rafa, teremos a semana lotada… A cada dia uma diferente interpretação do livro sagrado, ou… um novo parquinho a ser visitado! 🙂

Bom, de qualquer forma, aos poucos vamos conhecendo um pouco mais sobre o que cada religião propõe. E até agora posso dizer que só o que conseguiram foi nos dar um pouco mais de base pra dizer com mais convicção: obrigado, mas não estamos interessados.

E esse era o desafio do Rafa (já que foi ele quem aceitou uma segunda visita) para com os fellows Mórmons.

– Quando eles vierem, vou dizer que li o livrinho, visitei o site deles na internet, mas não estou interessado – me contou o Rafa.

– Beleza. E se eles te perguntarem porque, afinal vieram aqui só pra conversar com você…

– Daí digo que…

– Peraí, peraí, que essa eu tenho que gravar! – Corri pra pegar a câmera – Pronto, continua. Você diz que…

– Digo que não concordo com o que eles pregam, que acho ultrajante e pretensioso por terem um outro profeta e um próprio testamento, e que não é o que estou buscando. Daí peço desculpas e vou fechando a porta.

– Vai falar que é ultrajante, pretensioso e vai fechando a porta? Hahaha! Essa eu quero ver! E mais, vou gravar também e comparar esse seu plano original com sua performance!

Essa conversa se deu na sexta. No sábado às 16h estava tudo ajeitado. Arrumei um cantinho ao lado da porta onde eu ficaria com a câmera sem ser vista, o Nicolas estava dormindo e… chegaram eles. Mas bateram tão forte na porta, que fez o Nicolas acordar da sua soneca!

Como sou mãe, não cineasta, não deu outra. Saí correndo pra acudir o Nicolas e larguei a câmera pra lá. E foi só o tempo de fazer o Nic dormir outra vez e voltar pra sala, pra encontrar o Rafa fechando a porta com um sorriso de orelha a orelha.

– Eu fiz! Consegui!

– O quê? Acabou? Já? Você despachou os mates? E eu perdi? Como foi? Me conta! Me conta! Você falou que achava ultrajante e tudo o mais?

Daí ele riu e falou que não teve coragem, mas que disse todo o resto.

– Mas o mais bizarro – contou o Rafa – é que eles me perguntaram se eu tinha certeza da minha decisão. E falaram que uma maneira de me certificar se eu estava tomando a decisão certa era me consultar com Deus, que Ele certamente me diria em alto e bom som que a melhor religião a seguir era a deles (!). E me perguntaram se eu tinha feito isso. Falei que não e fui repetindo várias vezes que não estava interessado, daí se despediram decepcionados e foram embora. Surreal!!!!!

Mas depois dessa, nos animamos e decidimos que era hora de enfrentar os fellows Testemunhas também. Naquele domingo seguinte nao iria rolar, pois era Dia dos Pais. Mas do próximo não passaria.

E assim foi. Ontem ficamos em casa, e como sempre, por volta da hora do almoço, lá estava ele. Veio sozinho, sem a mulher desta vez, mas se mostrou felicíssimo por finalmente nos encontrar em casa depois de quase 3 meses! Ele entrou e sentou no sofá, perto do Rafa. Eu resolvi não participar, pois estava pintando e queria continuar, daí fiquei ali mais ou menos perto, só escutando. O Nic estava feliz brincando no chão e as vezes soltava umas gargalhadas altas enquanto brincava sozinho (muito fofo!).

A conversa não durou muito, pois o homem tinha um compromisso dali meia hora. Assim, o Rafa foi objetivo e falou tudo o que pensava e o que não concordava na religião deles, e ainda contrapondo alguns pontos com base nos seus conhecimentos geológicos (eu estava achando a conversa o máximo). Obviamente que o homem tentava explicar, falava que muitos também questionavam as mesmas coisas, mas tentava justificar com a interpretação que eles têm da bíblia. Dai o Rafa foi firme, o interrompeu e falou com todas as palavras que ele já tinha lido o suficiente pra decidir que não estava interessado na religião deles e gostaria de parar de discutir a biblia com ele dali por diante.

– Mmmm, entendo… Olha, Rafael, você fez comentários interessantíssimos…. interessantíssimos… A conversa está ótima e eu poderia ficar horas discutindo e te mostrando as referências na bíblia – ele estava sendo sincero – mas infelizmente eu tenho que ir agora, pois já estou atrasado pro meu compromisso. Que pena… E semana que vem vamos a uma conferência nos EUA e ficaremos lá por um mês. Assim, continua lendo a bíblia e nosso livrinho como referência, que você certamente vai encontrar todas as respostas que procura. E que tal se passamos aqui no próximo domingo pra dizer hello e nos despedir de vocês?

E como ele falou DESPEDIR, soou como última visita. Mas fala sério, alguém acha que isso terminou? Que ele vai vir, dizer hello e nunca mais voltar?

I don’t think so.

E depois disso, alguma dúvida de onde estaremos no próximo domingo? 🙂

9 pensamentos sobre “O confronto… final?

  1. Nossa flor… Já recebi milhões de visitas dessas… e de outras religiões que prefiro não comentar mas que me tiram do sério… Será certo querer impor a religião das pessoas?? Pois pra mim é isso que eles fazem… me poupe…

    rsrs…

    Beijossssssss, linda semana pra ti!!

  2. Ai amiga! Ninguém merece!!!!! Sei bem como sao, tb ja passei por isso tantas e tantas vezes! Eles estao por toda parte do mundo… Mas eu tb nao gosto de ser mal educada e acabei ouvindo muito por tb nao saber dizer nao. Mas agora, ja digo que estou sem tempo e ja despacho na primeira visita. Se deixar passar da primeira, desiste, eles vao voltar sempre! Beijos e boa sorte!

  3. Que saia justa ein, Lu? Eu acho que a gente tem que respeitar o trabalho destas pessoas, mas tambem acho estas visitas super incomodas, ainda mais se vc nao partilha da mesma visao deles… E eles sabem ser bem insistentes, e mais ainda se encontram pessoas gentis que têm dificuldade de dizer não, como seu marido… Mas acho que o jeito é insistir e ser firme. Um dia desistem! (Dai vem outros!) 🙂

    Beijos

  4. Ai Luciana, nem me fala… Acho que todos ja passaram por isso ne… Mas nao posso ajudar muito pois sou muito direta… Esses aí comigo nao durariam muito nao! hahahahaha

    Abraços!

  5. Agora que escrevi que pensei, que vai ser legal o Nicolas lendo essas historias quando for grande! Interessante! Queria ter essa paciencia pra fazer o mesmo pelos meus… mas acho que sou suscinta demais! Nao ia ter graça nenhuma! :)))

  6. Daqui a pouco vocês vão ter que explorar os parquinhos além de Kalgoorlie!

  7. Hahahaha.Rachei o bico da saga reliiosa de vcs…muito bom mesmo.

    é muito dificil conversar com este povo (qualquer povo) religioso-radical.Até porque a crença assume tons de delirio mesmo,sendo TODOS os aspectos irredutiveis á argumentaçao lógica.

    Estou lendo atualmente um livro chamado “Religião,psicopatologia e saude mental”, que tem me dados uns insights legais.

    quando der a gente troca uma idéia a respeito…

    Abraços pros tres.

  8. Ei Paladino!

    A gente simplesmente ADORARIA trocar ideias a respeito! Ainda mais com vc!

    PS: Sabe que os ONTOS nos perseguem, ne… (piadinha interna, rs)

  9. Pingback: Como fazer a gente sair todo final de semana… « Nicolando por aí

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