Foram tão tumultuados os dois últimos meses, que passei batido em momentos que uma mamãe-coruja-que-se-preza jamais deixaria de registrar! Então vamos ver se consigo correr atrás do prejuízo!
A notícia é tão velha, que até a foto tá parendo desgastada… Mas eu conto.
A propaganda do salão foi grande:
– Sim, temos o maior prazer em cortar cabelos de bebês e crianças de qualquer idade!!! E como brinde no corte infantil, tiramos fotos do antes e depois e anexamos uma madeixa do pequenino de lembrança!!! E de segunda a quarta, o preço promocional é de somente 15 dólares!!! – disse uma voz de mulher ao telefone, no mínimo exclamativa.
– Mas que espetáculo! – pensei. Então vê um horário aí pro meu filho pra próxima segunda – afinal eu não podia perder a promoção… Uau! E ainda incluia madeixa?!! Que bacanésimo!
Fomos. Pelo nível de entusiasmo daquela mulher, fui esperando encontrar o Bozo com uma tesoura (de pontas arredondadas) na mão, uma cadeira de criança daquelas mega coloridas e cheias de botões e muitos brinquedos pra distrair o pequeno costumer.
Mas que droga é esse negócio de expectativa, né? Chegamos lá e era um salão comuzeba, sem nenhum atrativo infantil – a não ser pelas tesouras de pontas afiadas, é claro. A cadeira era normal e não tinha brinquedos na bancada. Sentei e coloquei o Nicolas no meu colo. Pelo menos assim ele não chora, pensei.
Certo. Isso se não fosse pela cabeleireira – uma “tipa” com cara de entediada + poucos amigos + de quem comeu e não gostou, e pra completar, mascando chiclete. O perfeito estilo ‘tô nem aí’. Chegou com duas capas de plástico pretas, uma pra mim, outra pro Nicolas, e já começando a molhar o cabelo dele com um spray, foi perguntando como eu queria o corte. Assim, curta e grossa, sem nem sequer perguntar o nome daquele menininho bonzinho ali sentado olhando pra ela ou tentar conquistar a confiança dele ainda que fosse com um “Oi! Vamos cortar o cabelo?”. Nada.
Não podia ter dado em outra: assim que ela começou a cortar, o Nic abriu o bocão. Chorava, mexia a cabeça e tentava afastar a tesoura com as mãos. Ai, ai… eu tava morrendo de medo daquela tesoura… E não é que nem assim a tal mulher tentou ser simpática? Eu fiz de tudo pra distraí-lo e no pouco que consegui ela cortou tudo de qualquer jeito.
Assim que ela terminou, Nicolas parou de chorar como mágica. Ela então se abaixou, pegou um cachinho no chão e falou que iria buscar a câmera. Ôpa, peraí! Ela falou câmera? Pois com a confusão, eu nem notei que a foto do ‘antes’ não tinha sido tirada. Certamente teria sido a de um menininho cabeludo, porém sorridente; bem diferente da de ‘depois’: de cabelo mal cortado e com lágrimas nos olhos.
Duas semanas depois a foto chegou pelo correio, com a madeixa e um certificado em anexo (até que foi bacaninha). Daí tirei foto da foto, por isso tá parecendo desgastada.
E da próxima vez, me visto de Bozo, eu mesma corto o cabelo dele, canto musiquinha e ainda tiro várias fotos. O corte deve ficar tão mal feito quanto o primeiro, mas com a diferença de que choro não vai rolar.
Isso porque nada se compara ao amor de mãe…
dezembro 18, 2009 às 1:59 am
Lu o Nicolas esta lindo nessa foto, parece as fotos que tiravam antigamente.
Pode ter certeza que voce cortara o cabelo dele muito bem, vai sem medo. Aqui em casa nos sempre cortamos o cabelo do Nicolas com a maquininha (a mesma que o Paulo corta o cabelo dele) e ele nunca chorou, agora ele ate curte. Tentei outro dia leva-lo no rapaz que corta bem cabelo (brasileiro, mas sem muita paciencia), ele nao quis de jeito nenhum e ainda falou na cara do moco: Meu pai corta o cabelo do Nini.
Imagina minha cara, pedi desculpa e sai.
Bjs e otima semana
Gra
dezembro 18, 2009 às 8:42 am
HAHAHHAHAHHA!
meu deus! que post nervoso!
se você vestir de bozo
e o nícolas não chorar…
apoio sua carreira de cabeleleira!
eu detesto gente antipática… mas nunca consegui definir tão bem: ‘cara de entediada + de poucos amigos + de quem comeu e não gostou, e pra completar, mascando chiclete’
[não compartilho do preconceito do chiclete, mas gostei!]
ái! como é divertido o blog do Nic!
dezembro 18, 2009 às 8:47 am
hahaha! Soou preconceituoso mesmo, né? Mas ela era do tipo que mascava chiclete com a boca aberta, como se nao estivesse nem ai pra nada, incluindo o trabalho dela!
Beijos!
dezembro 21, 2009 às 10:33 am
Ai Lu, tem gente que nao tem muita sensibilidade com criança mesmo não. Ela bem que poderia ter tentado brincar um pouco com ele qdo ele começou a chorar né?
Eu ainda nao passei por isso, pois o Chico tem tao pouco cabelo… acho que puxou o pai, rs
Beijos!
dezembro 24, 2009 às 11:06 am
OLÁ,
MAS EU PODIA JURAR QUE ESSA FOTO ERA DO RAFAEL DE TANTO QUE ELA PARECEU ANTIGA E DE TANTO QUE ELE PARECEU COM O PAI……
MAS QUE PENA QUE OS SALÕES DAI NÃO SÃO NADA DIVERTIDOS.
E VC VAI ECONOMIZAR 15 DOLARES, CORTANDO MAU MAS COM AMOR.
SAUDADES.
Pingback: Beleza pura « Nicolando por aí
julho 11, 2014 às 11:35 am
Meu Deus estou chocada! Sou cabeleireira especializada em corte masculino, corto cabelo de crianças o meu estabelecimento é simples mas é tudo arrumadinho,recebo as crianças na mesma altura, brinco quando coloco a capa de super herói e e les já soltam aquele sorriso! Digo que vou fazer chuvinha com o espirrador e os que não querem eu molho a minha mão e vou molhando o cabelo pois isso pode assustar alguns pequenos. Secador para espanar o cabelo digo que vai rolar um furacão, sempre com o consentimento da criança.Respeito o tempo deles, para se coçarem ou quando distraem com algum barulho. Estava procurando uma ideia bacana encontrei…
julho 14, 2014 às 3:19 pm
Muito legal, Ester! Eu sempre achei que os profissionais brasileiros levam muito mais jeito com criança! Depois desse, que foi feito na Australia, tivemos o corte dele feito no Brasil e daí foi uma coisa maravilhosa, bem do jeito que vc descreveu – todo ludico!
Parabens, continue assim que as criancinhas agradecem!!! 😀