Anota aí, colegas: viagem que tem até grupo em Facebook, exclusivamente criado pra compartilhar o cronograma diário da família, não tem como dar errada.
Não tem.
Pra começar, o voo de ida foi um espetáculo, como já contei. Tá, cheguei no destino parecendo um chassi de grilo anêmico, mas vamos combinar que isso é um mero detalhe se você pensar que tivemos a grande oportunidade de fazer uma viagem dinâmica e nada monótona, na qual em menos de 24 horas vivemos a emoção de passar por Vancouver, Toronto, São Paulo, Rio e chegar em Cabo Frio de ônibus.
Êxtase define.
Chegando lá, tudo perfeito! Famílias reunidas, comida maravilhosa, até que… dou falta do Ergo-baby, meu super carregador (e tranquilizador) de Lily. “Certeza que esqueci no ônibus”, recapitulei. Felizmente, ficamos sabendo, que na rodoviária havia uma salinha de “Achados e Perdidos”, e por tudo nessa vida que eu tinha certeza que estaria lá. Afinal, que alma desalmada pensaria em levar para si um trapo de pano surrado e o qual tão pouca gente sabe pra que serve?
Pois levaram.
Okay, sem problema. Respiremos fundo e esqueçamos do incidente. Bora aproveitar a praia, que é pra isso que fomos!
* * *
Cabo Frio é ótima, e eu tinha certeza que as crianças iriam adorar! Eu amo Minas, mas infelizmente ela tem o pequeno defeito geográfico de não ter praia, né? Por isso fizemos tanta questão de ir enfrentar a baldeação pra chegar lá.
(Aliás, fica aqui minha humilde sugestão pra uma futura reformulação da cartografia brasileira. Que tal adicionar dois simpáticos rabicozinhos ali em Minas Gerais, anexando Cabo Frio e Guarapari, que se bobear, têm mais mineiros que a propria Belo Horizonte? #ficaadica)
Mas enfim.
Nossos dias em Cabo Frio teriam sido perfeitos se eu pelo menos gostasse de praia. As crianças curtiram muito, mas eu particularmente continuo compartilhando da opinião da minha cunhada, que praia boa é praia azulejada. Por que né, gente? Praia é ou não é a mesma coisa que ficar marinando na água salgada e depois ir se esticar na farinha de pão?
Me diga você.
E se tem uma coisa que não sou muito chegada em ser, é frango empanado. Gosto não.
Mas tudo bem, pois fui pra lá com o espírito livre, o coração venturoso e o corpo disposto a aproveitar sem reclamar.
Areia? Vamos transformá-la em diversão pras crianças.
Vento e chuva se armando? Encapota a cria, mesmo que seja com fantasia de cogumelo.
Pombos querendo se meter na sua farofada? Chama a vovó pra se divertir com o neto.
Ficou entediada? Desopila e finge que tem 12 anos (ou escancara que é boba mesmo, que todo mundo vai dizer que nem tinha percebido).
Muito sol na cabeça? Bora procurar a sombra de um coqueiro, ainda que pequeno.
Tem pernilongo na casa? Aproveita pra desfilar seu modelito de animal print mais que original! Vai estar super na moda, gata!
Fez tudo isso, mas cansou? Então vai pra piscina e aproveita pra mostrar pra todo mundo que mãe, além de fazer milagre em casa, ainda sabe andar sobre as águas!
O que não dá é pra reclamar!
Né?
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PS: Acabei comprando o Sampa Chila pra substituir o Ergo-baby perdido. A qualidade não é a mesma, mas certamente salvou nossa viagem de volta!